"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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sábado, 17 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS!!!!


É Natal, um momento doce e cheio de significado para as nossas vidas. É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca. É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.

É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.

Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.

O Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu coração. Que neste Natal você e sua família sintam mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem o seu caminho e transformem o seu coração a cada dia, fazendo que você viva sempre com muita felicidade.

Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz. 

Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes. Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último. Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante. 

Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de novo. Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus sonhos!

FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS!

Autor Desconhecido


segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ESSE É UM DOS PRINCIPAIS CAMINHOS QUE O ESTADO DO PARÁ PRECISA SEGUIR PARA SUPERAR AS DESIGUALDADES SOCIAIS E A POBREZA

Ciência e tecnologia para superar a pobreza
por Ana Júlia Carepa

Unir ciência e economia para valorizar os recursos naturais do Pará, qualificar força de trabalho e aumentar a competitividade de trabalhadores, empresas e municípios no Pará.
Essa foi a estratégia que adotamos para viabilizar um modelo de desenvolvimento, cujas bases se assentavam sobre o conhecimento sistematizado por instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapespa),criada em 2007, o recriado Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Idesp), três mil bolsas de pesquisa, parceria com quatro institutos nacionais de ciência e tecnologia, cinco redes de pesquisa, criação de uma rede de comunicação integrada pela internet (NavegaPará) e equipamentos para laboratórios estratégicos.
Os parques de ciência e tecnologia em Belém, Marabá e Santarém são um legado dessa política. Foram pensados para reunir nas três cidades pólos das principais regiões do estado instituições de ciência e pesquisa, empresas e governo, com o objetivo de transformar conhecimento em produtos e processos inovadores, gerando emprego e renda de maior qualificação.
Nosso desafio era reverter a médio e longo prazos índices baixíssimos de desenvolvimento humano no Pará com políticas de desenvolvimento que explorassem os recursos naturais sem destruir o meio ambiente. Ciência, tecnologia e inovação são a única alternativa para aumentar a competitividade de empresas e trabalhadores, cidades e regiões, estruturando o estado para superar a sua condição de pobreza. Na nossa opinião, esse é um caminho eficiente e sustentável para que o Pará tenha mais empregos, e, principalmente, mais recursos para atender a necessidade de investimentos em saúde, educação, saneamento, estradas, etc…. Um caminho muito melhor do que simplesmente querermos mais recursos de FPE (Fundo de Participação dos Estados).
Partimos do pressuposto de que matéria-prima não nos falta, mas precisamos de produtos com valor agregado. Design e qualidade nos móveis, em vez de apenas madeira; fármacos e cosméticos, em vez de  biodiversidade em estado bruto. Aço galvanizado produzido no Pará, em vez de exportar ferro.
Os parques de ciência e tecnologia sintetizam conhecimento científico e empreendedorismo para gerar soluções tecnológicas e desenvolver produtos, com maior valor agregado. Em Belém, o PCT que inauguramos na UFPA dispõe de laboratórios como o de óleos vegetais, que poderá caracterizar e certificar a produção paraense. O Ceamazon, de energia, para otimizar a eficiência energética de grandes e pequenas empresas. O Instituto Nacional de Pesquisas Especiais, o de Biotecnologia.
Com a cooperação de algumas das maiores instituições de pesquisa e de alguns dos maiores cientistas do Estado esse momento estratégico culminou com a decisão da mineradora Vale de instalar seu instituto tecnológico no PCT Guamá, em Belém. Aliás o instituto tecnológico da Vale é um dos mais lindos projetos arquitetônicos que conheci.
Aprovado o financiamento do nosso projeto de parques tecnológicos no BNDES, o Estado deve continuar o trabalho no PCT Guamá e agora implantar os PCT de Marabá e de Santarém, este último com protocolo de intenções assinado esta semana, em Belém, formalizando a parceria entre governo do estado e Universidade Federal do Oeste do Pará para a sua implantação em cinco anos.
Os parques tecnológicos criam condições para um Sistema Paraense de Inovação, para fazer a mediação entre a produção planetária de ciência, tecnologia e inovação com a realidade local, porque foram concebidos para oferecer serviços às empresas, consultorias, customizações, expertises. E as empresas podem usá-los para desenvolver novos produtos, ou investir em projetos de pesquisa já avançados, ou contratar pacotes para otimizar a produção, como na área da eficiência energética, respondendo a demandas sociais, solucionando gargalos tecnológicos e desenvolvendo novos produtos e processos.
Em menos de quatro anos, construiu-se uma estrutura que será determinante para novas ações, dentre os quais ressaltamos aqui o NavegaPará, uma infovia que integra todo o Pará e ainda hoje é reconhecido como o maior programa de inclusão digital do Brasil levado a cabo por um só Estado.
Para superarmos a pobreza e termos um desenvolvimento que realmente combine qualidade de vida do nosso povo com respeito ao meio ambiente, os investimentos em ciência, tecnologia e inovação são o único caminho para a Amazônia.

Artigo publicado em 07.12.2011 na Carta Capital.
Acesse também o blog da Ana Júlia.

"Não" à divisão do Pará vence por ampla maioria"

A rejeição à criação de mais dois Estados no território do Pará já é definitiva. A apuração se encerrou por volta de 1h40 (horário de Brasília) na madrugada desta segunda-feira, e o "não" se consagrou vencedor no plebiscito que consultou a população paraense sobre a criação dos Estados de Carajás (sul e sudeste do atual Estado) e Tapajós (a oeste).
Na votação, os eleitores tiveram que opinar em relação à criação de cada Estado, em separado. Caso a criação dos dois Estados se concretizasse, o Pará remanescente ficaria com 17 por cento do território atual e 64 por cento da população.
De acordo com os resultados, 66,6 por cento dos eleitores se posicionaram contra a criação de Carajás, e 33,40 por cento a favor. Com relação a Tapajós, a rejeição foi de 66,08 por cento dos votos, com 33,92 por cento a favor.
O total de eleitores que deixou de comparecer à votação foi de 25,71 por cento dos cerca de 4,8 milhões de paraenses aptos a votar, ou seja, mais de 1,2 milhão de pessoas, ou um quarto dos eleitores.
Como em uma eleição normal, o voto no plebiscito era obrigatório para os eleitores alfabetizados, maiores de 18 anos e menores de 70 anos, e facultativo para aqueles de 16 a 18 anos, maiores de 70 anos e analfabetos.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os eleitores que não votaram terão 60 dias após o dia 11 de dezembro para apresentar sua justificativa à Justiça Eleitoral.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Municipio de Paragominas realizará conferência sobre transparência


Participe da 1ª Conferência Municipal sobre Transparência e Controle Social, a se realizar entre os dias 06 a 07 de Dezembro de 2011 no município de Paragominas (PA) com o tema: "A sociedade no acompanhamento e controle da gestão pública", como etapa preparatória da 1ª Conferência Nacional sobre Transparência e Controle Social – 1ª Consocial. A Conferência terá como eixos tematicos: I-Promoção da transparência pública e acesso à informação e dados públicos; II- Mecanismos de controle social, enganjamento e capacitação da sociedade para o controle da gestão pública; III-A atuação dos conselhos de politicas publicas como instâsncias de controle; e IV-Diretrizers para a prevenção e o combate à corrupção. Além disso, também irá promover, incentivar e divulgar o debate e o desenvolvimento de novas ideias e conceitos sobre a participação social no acompanhamento e controle da gestão pública.
Dentre os objetivos da Consocial, está o estimulo aos órgãos e entidades públicas a implementar mecanismos de transparência e acesso as informações e dados públicos e fomentar o uso dessas informações e dados pela sociedade, bem como, debater e propor mecanismos de sensibilização e mobilização da população no acompanhamento e controle da gestão pública.
O evento reunirá representantes da sociedade civil, servidores municipais e membros dos conselhos de políticas públicas do município.
            Local: Teatro reinaldo Castenheira
            Horarios: dia 06 das 17:00 às 21:30 h / dia 07 a partir das 08:00 h

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Salário mínimo

Governo aumenta previsão de reajuste do salário mínimo para 2012

        O governo aumentou nesta segunda-feira (21) a previsão de reajuste do salário-mínimo para o ano que vem: de R$ 619,00 para R$ 622,73 por causa da revisão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
          A nova proposta enviada pelo Ministério do Planejamento ao Congresso é 14% maior do que o mínimo atual de R$ 545,00.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Será a divisão do Estado do Pará uma boa ideia?

Por Rogério Boueri

O Congresso Nacional promulgou em 26 de maio o Decreto Legislativo nº 136, que dispõe sobre a realização de plebiscito para criação do Estado do Carajás. Corre simultaneamente no Legislativo o projeto para criação do estado do Tapajós, que foi aprovado com modificações na Câmara dos Deputados e, por isso, deverá retornar ao Senado para reapreciação.
Apesar da aprovação iminente destes dois Decretos Legislativos, ainda pairam várias dúvidas legais sobre o processo, das quais a mais importante é aquela sobre a abrangência do plebiscito. Não se sabe ainda se todos os paraenses serão consultados, ou se só os habitantes dos futuros estados decidirão sobre a cisão.
Essa questão, assim como muitas outras serão deixadas para decisão judicial, evitando assim um possível desgaste político da proposição. Outra decisão estratégica que parece ter sido tomada pelos apoiadores da divisão é a de se votar conjuntamente as duas divisões, o que aparentemente aumentaria as chances de sucesso de ambas.
É importante ressaltar que estes projetos são os primeiros de uma lista de 14 proposições de criação de novos estados ou territórios e, portanto, possuem um caráter, se não de jurisprudência, pelo menos de formação de precedentes. Em suma, o trâmite e procedimentos eleitorais das outras proposições serão balizados pelas decisões estabelecidas nesses dois casos.
Se levados a cabo, tais projetos reduziriam o Estado do Pará a 22% da sua área atual (Figura 1). No entanto, o território que restaria do Estado do Pará conservaria 71% de sua população atual de cerca de 7,5 milhões de habitantes. Carajás somaria uma população de cerca de 1,5 milhão de pessoas e Tapajós, de pouco mais de 800 mil[1].
Figura 1
Como Ficaria o Atual Estado do Pará
Um ponto notável dessa reordenação territorial seria a discrepância de densidades demográficas dela resultante: o Pará ficaria com 18,1 habitantes por km2, o que representa cerca de quatro vezes a densidade de Carajás e dezesseis vezes aquela que seria observada no Tapajós.
Sob o ponto de vista econômico, os dois estados nascentes seriam bastante díspares. Carajás teria um PIB estadual de cerca de 20 bilhões de reais, enquanto Tapajós contaria com um PIB de pouco mais de 4 bilhões[2]. A divisão setorial dos PIBs também se revela bastante distinta: em Carajás ocorre uma predominância industrial, setor que responderia por 54% do futuro estado, enquanto que o setor de serviços, com 42% da produção, seria o mais importante no caso de Tapajós.
Mas talvez a maior diferença entre os dois estados esteja nos PIBs per capita. Quando esses valores são apreciados, parece que o Pará está sendo dividido em regiões por ordem de pobreza. A região que formaria o Estado do Tapajós apresentou em 2008 um PIB per capita de R$ 5.628, o que corresponde a 70% do PIB per capita paraense naquele ano. Já para Carajás, tal valor chega a R$ 14.000, sendo 76% maior que o PIB do Pará. A diferença entre os PIBs per capita de Carajás e Tapajós seria de 150%, o que grosseiramente quer dizer que cada habitante de Carajás seria 2,5 vezes mais rico em média que os moradores do Tapajós.
Um forte argumento, a meu ver, contra a criação desses estados é a insustentabilidade financeira de ambos. Utilizando uma metodologia desenvolvida para estimar os custos de manutenção das unidades federativas brasileiras[3] é possível ter uma ideia de qual seria o montante de gastos anuais necessários para a condução das máquinas estaduais dos governos a serem criados.
Essa metodologia calcula o custo do governo estadual baseada no PIB estadual, na população do estado, na sua área geográfica e no número de municípios que o estado contém. A lógica aqui é a de que quanto mais população e PIB o estado tiver, maiores deverão ser os gastos estaduais, uma vez que a produção de serviços públicos, tanto sociais quanto de infraestrutura, também terá que ser majorada.
Os valores estimados por este método apontam para um total de gastos estaduais de R$ 1,9 bilhão no Estado de Tapajós e de R$ 3,7 bilhões no caso de Carajás[4].
Quando esses valores são confrontados com a produção local, pode-se ter uma ideia preliminar sobre a viabilidade econômica dos novos estados. Os PIBs dos potenciais estados podem ser calculados pela agregação dos PIBs dos municípios que o formariam.
Por exemplo, o Estado do Tapajós gastaria com o seu governo estadual a proporção de 44% do seu PIB. Naturalmente, isso não quer dizer que essa proporção do PIB do estado seria alocada para financiar as despesas estaduais, mas sim que a máquina estadual consumiria um valor equivalente a 44% da produção local.
No caso do Estado de Carajás a situação, embora melhor, ainda estaria longe de ser confortável. Esse Estado gastaria o equivalente a 19% do seu PIB com o governo estadual, o que é bem menos que a proporção do Tapajós, mas ainda assim é maior que a média nacional (12,5%) e maior que a média do Pará (16%).
Um ponto que merece ser frisado é que esses gastos acima citados dizem respeito apenas ao funcionamento regular dos governos estaduais e não computam os gastos necessários à construção da infraestrutura para seu funcionamento (sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário; sede do Ministério Público; equipamentos para as secretarias de governo; etc.).
Também é possível se ter uma ideia, ainda que aproximada, do montante de receitas disponíveis a cada um destes novos estados. Para se realizar este exercício, tomam-se como base as receitas totais do estado do Pará em 2009, cujos valores são os últimos disponíveis[5]. Calcula-se então quanto desta receita iria para os novos estados baseado na proporção da arrecadação municipal das novas unidades. Assim se a receita municipal do conjunto dos municípios do novo estado corresponde a 20% da receita do total dos municípios paraenses, supõe-se que a receita total do novo estado será igual a 20% da receita estadual do Pará. Baseado nessas proporções, os valores encontrados para os Estados de Tapajós e Carajás são, respectivamente, 1,057 e 2,666 bilhões de reais.
Tais receitas e despesas dos novos estados implicam um déficit conjunto de R$ 1,873 bilhões, distribuídos entre Tapajós (R$ 864 milhões) e Carajás (R$ 1,009 bilhões). A Tabela 1 consolida essas estimativas:
 Tabela 1
Estimativas Fiscais para os Estados de Carajás e Tapajós

Carajás
Tapajós
Total
Gasto Estimado do Estado em R$ bilhões
3,676
1,922
5,597
PIB* em R$ bilhões
19,232
4,343
23,574
Gasto em %PIB
19,1
44,2
23,74
Receita Orçamentária Estimada em R$ bilhões
2,666
1,057
3,724
Déficit Anual Estimado em R$ bilhões
1,009
0,864
1,874
Gasto por Habitante em R$
2.681
2.490
2.613

               Os números apontam para um déficit conjunto de 1,8 bilhão de reais anuais. Esse valor teria que ser coberto de alguma forma, provavelmente, para não dizer inevitavelmente, pela União.
As informações apresentadas não pretendem menosprezar os anseios das populações locais por melhores serviços públicos e qualidade de vida. Muitos dos habitantes dessas regiões se sentem negligenciados pelo governo estadual, em muitos casos com razão. O fato de o Pará ter amplo território faz com que a distância entre Belém e os rincões mais longínquos muitas vezes seja um obstáculo para a boa governança necessária ao desenvolvimento local. É inegável que governos mais próximos da população seriam mais responsabilizáveis[6] e que as regiões seriam beneficiadas pela criação dos respectivos estados.
No entanto, podem existir razões menos nobres, de maior ou menor legitimidade por trás das proposições de criação destes estados. Dentre elas a criação de inúmeros novos cargos eletivos e de confiança que permitiriam uma diluição da concorrência política por posições públicas.
O domínio político de áreas potencialmente geradoras de tributos também pode ser uma das razões motivadoras dessas proposições. A região que formaria o Estado do Carajás é rica em minerais e já conta com uma grande operação da Vale. A usina de Belo Monte, a ser construída nos próximos anos, será localizada em Vitória do Xingu, município que integraria o estado do Tapajós. Dificilmente o orçamento monumental dessa operação terá passado despercebido.
Contudo, a principal motivação para as proposições parece ser a inevitabilidade de aplicação de recursos federais nas regiões após o surgimento dos novos estados. Seja para construir a infraestrutura física, seja para saldar o déficit que, como foi visto acima, será criado a partir da criação das novas unidades federativas. Parece impossível que não haja aplicação adicional de fundos da União na hipótese de concretização da divisão.
Tal ideia é facilmente vendida para a população local, geralmente carente de serviços públicos. A perspectiva de atração de novos recursos, inclusive federais, traz uma esperança de que setores como saúde e educação possam ter melhorias significativas. O problema é que mais recursos para a região significam ou menos recursos para outras regiões, ou maior tributação em nível nacional, ou crescimento da dívida federal. Em uma sociedade democrática, pode-se escolher gastar mais em uma determinada região, arcando-se com uma dessas consequências. O problema aqui é que esta forma de atrair recursos federais é cara e antieconômica. As estimativas sugerem que a criação de um estado novo na federação brasileira adiciona ao gasto público total R$ 995 milhões[7] anualmente, somente para manter as estruturas criadas. Assim, o desmembramento do Pará em três estados acrescentará cerca de 2 bilhões de reais às despesas de governo no Brasil, dos quais, como vimos, cerca de 1,8 bilhão não poderão ser cobertos por receitas próprias dos novos estados.
Existem circulando hoje no Congresso Nacional propostas para a criação de 13 novos estados e territórios. Caso todas se concretizem, teremos uma federação com 37 estados, 3 territórios e cerca de 13 bilhões mais cara. Isso sem contar novas proposições que poderão surgir na esteira do sucesso dos projetos que ora tramitam. Por tudo isso, a divisão do Estado do Pará não parece ser uma boa ideia.
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Para ler mais sobre o tema:
Boueri, R. “Custos de Funcionamento das Unidades Federativas Brasileiras e suas Implicações sobre a Criação de Novos Estados”. Texto para Discussão 1367. IPEA. Brasília. 2008. Disponível em http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/tds/TD_1367.pdf


[1] Fonte IBGE.
[2] Fonte: PIBs Municipais IBGE. Valores de 2008.
[3] Boueri, R. “Custos de Funcionamento das Unidades Federativas Brasileiras e suas Implicações sobre a Criação de Novos Estados”. Texto para Discussão 1367. IPEA. Brasília. 2008.
[4] Estimativas referentes a 2009.
[6] OATES, W. Fiscal federalism. 2ª ed. Gregg Revivals, 1993.
[7] Boueri (2008), Op. Cit.

Fonte: Artigo Publicado em 13/06/2011 no site Brasil - Economia e Governo

sábado, 19 de novembro de 2011

 
Desde o início da década de 1970, os brasileiros têm comemorado o Dia da Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro. A data foi escolhida justamente por ter sido o dia em que Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra ao regime escravocrata, foi assassinado, em 1695. Seu objetivo é fazer refletir sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre a questão da igualdade racial. 
Além da festa e da lembrança histórica, a data foi idealizada para marcar e abrir o debate sobre as políticas de ações afirmativas para o acesso dos negros, ao que um Estado democrático de direito deve oferecer a todo e qualquer cidadão: direito à educação (inclusive superior), à saúde, à justiça social, entre outros aspectos. Mesmo que o mito da democracia racial brasileira seja cantado em verso e prosa por todos os cantos desse mundo domesticado, pelo pensamento politicamente correto, precisamos ter consciência de que as feridas abertas por três séculos pelo regime escravocrata no Brasil ainda precisam ser sanadas verdadeiramente; assim como o déficit social e a carga de preconceito que o rastro desse longo período deixou.
Com a implementação dessa lei, o governo brasileiro espera contribuir para o resgate das contribuição dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Em 2003, a data foi incluída no calendário escolar, a lei N.º 10.639, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Com isso, professores devem inserir em seus programas aulas sobre os seguintes temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional.
Então, comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória a figura histórica de Zumbi dos Palmares. Não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 1888.
No link Para saber mais você vai encontrar algumas informações sobre o assunto, além de aprender um pouco sobre a importância de Zumbi dos Palmares e sobre os quilombos.
Fonte: 
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/home.html 
http://www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/especial/201111-diadaconsciencianegra.php

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Os lapsos de memória de FHC

FHC disse em Nova York – e a grande mídia rapidamente reproduziu com grande destaque - que o maior desafio da presidenta Dilma Rousseff seria o de “desmontar o sistema de corrupção e fisiologismo criado para sustentar o governo Lula”. Sua tese é de que a corrupção tornou-se sistêmica a partir – vejam, só! - do governo Lula. E que estaria sem controle sob a batuta dos presidentes eleitos pelo PT.
Chamo aqui o artigo de Mauricio Dias, em Carta Capital desta semana, para responder a esses devaneios de FHC, que cada dia que passa parece padecer mais do mal do udenismo. Ele próprio, que se abriga sob telhado de vidro, lembra o colunista da revista. “(FHC) esquece, de propósito, os “arranjos” financeiros do PSDB para custear as (suas) eleições”, frisa Dias. Entre os quais estaria o conhecido “mensalão mineiro”, do PSDB. “Convenientemente, o ex-presidente tucano passa a borracha na história”.
O texto de Carta Capital traz à lembrança, ainda, as denúncias contra o ex-presidente do Banco do Brasil Ricardo Sérgio, operador financeiro, que teve seu nome associado a denúncias de cobrança de comissão de R$ 15 milhões no processo de privatização da Companhia da Vale do Rio Doce, nos idos de 1997. O denunciante foi ninguém menos que o próprio empresário que liderou a compra da Vale, Benjamin Steinbruch, à revista Veja, em 2002.  Carta Capital também menciona Sérgio Motta, tesoureiro e fiel escudeiro de sua campanha em 1994 e articulador da emenda de sua reeleição.

Não faltam exemplos da era FHC
Não faltam outros casos da era FHC, não citados pelo artigo. Entre eles, o da FUNCEF, fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal. Em 2001, a Polícia Federal foi solicitada a investigar prejuízos de R$ 450 milhões na entidade em função de negócios ilegais que teriam sido feitos pelo seu presidente, José Fernando de Almeida.
A lista continua. O cioso e combativo governo de FHC, ainda em 1995, extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em seu lugar, criou a “atuante” Controladoria-Geral da União, órgão que em seus governos se especializou em abafar denúncias.
A medida provou-se "providencial", pois elas seriam produzidas às dezenas. Dariam um livro. O contrato para execução do projeto Sistema Integrado de Vigilância da Amazônia (SIVAM), elaborado pelos órgãos de defesa do Brasil, com a finalidade de monitorar o espaço aéreo, é um caso típico. Na época, denúncias de tráfico de influência em prol da empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos, então à frente do cerimonial da presidência, e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

R$ 1,4 bi em notas frias na SUDENE...
Na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a SUDENE, foram apurados outros desvios, desta vez da ordem de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos, via emissão de notas fiscais frias de recursos supostamente recebidos pelo Fundo de Investimentos do Nordeste (FINOR).
Ainda que a lista de casos de corrupção na era FHC dê um livro, ficamos por aqui. Mas ela seria um interessante instrumento para refrescar a memória do nosso ex-presidente tucano. Talvez, diante de tantos casos tão constrangedores, Fernando Henrique Cardoso reformulasse suas teorias. Entre as quais a de que escândalo em governo signifique, necessariamente, corrupção sistêmica...

Artigo Publicado em 16-Nov-2011 no Blog do Zé Dirceu

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE



CONHECENDO O POETA

Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira, uma pequena cidade de Minas Ge­rais, no dia 31 de outubro de 1902. Seu pai chamava-se Carlos de Paula Andrade e sua mãe, Julieta Augusta Drummond de Andrade. 
O pequeno Carlos logo descobriu a sedução das palavras e aprendeu como usá-las. No Grupo Escolar Coronel José Batista, sua primeira escola, os textos do menino-escritor já rece­biam elogios. 
Bem jovem, participava das reuniões do Grémio Dramá­tico e Literário Artur Azevedo. Lá ele recebeu os primeiros con­vites para realizar conferências — um menino de 13 anos, fa­zendo palestras sobre arte, literatura!
Aos 14 anos, Drummond foi para um colégio interno em Belo Horizonte. No Colégio Arnaldo, ele não terminou o ensino médio porque, adoentado, foi obrigado a voltar para Itabira.
Em 1918, já restabelecido, Drummond novamente foi ma­triculado num colégio interno - o Anchieta, na cidade de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, onde seu talento com a palavra foi ficando cada dia mais evidente. Seu irmão Altivo, para incen­tivá-lo, publicou o poema em prosa "Onda", num jornalzinho de Itabira, Maio. Foi o início de sua carreira de escritor.
A vida no internato não foi fácil para o jovem adolescente. Aos 17 anos, Carlos Drummond de Andrade desentendeu-se com seu professor de português. A consequência deste inciden­te foi a expulsão do colégio ao término do ano escolar de 1919.
Durante os anos de internato, Drummond descobriu que Itabira era sua terra livre — seu quarto, infinito. Tristeza, sau­dade, solidão e rebeldia marcaram esse período.
No ano de 1920, a família Drummond transferiu-se para Belo Horizonte. A ida para a capital mineira abriu novas portas para o jovem. Seus primeiros trabalhos começaram a ser pu­blicados no Diário de Minas, e ele aproximou-se de escritores e políticos mineiros.
Dois anos depois, recebeu um prémio pelo conto "Joaquim do Telhado" e publicou trabalhos no Rio de Janeiro. Em 1923, Drummond matriculou-se na Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. O poeta, porém, jamais iria exer­cer a profissão de farmacêutico.
Ainda estudante, em 1925, Carlos Drummond casou-se com Dolores Dutra de Morais e, formado, retornou a Itabira e lecionou geografia e português no Ginásio Sul-Americano. No ano seguinte, recebeu convite para trabalhar no Diário de Minas como redator e decidiu retornar a Belo Horizonte.
Em 1928, publicou em São Paulo o poema "No meio do caminho" que se transformou num escândalo literário. Esse ano foi marcante para Drummond. Nasceu sua filha Maria Julieta e o poeta foi trabalhar na Secretaria de Educação de Mi­nas Gerais. Dessa data em diante, Drummond ocupou vários cargos ligados às áreas de Educação e Cultura dos governos de Minas Gerais e Federal, trabalhou nos principais jornais de Minas e do Rio de Janeiro e publicava seus poemas.
Em 1942, a Editora José Olympio editou Poesias e o poeta ali permaneceu durante 41 anos, até a sua ida para a Editora Record, em 1982. A fama chegou e Drummond tornou-se um dos mais conhecidos autores brasileiros — seus textos são traduzidos e lidos em diferentes países.
No dia 5 de agosto de 1987 morreu sua filha Julieta; doze dias depois, a 17 de agosto, faleceu o poeta.

POETA DESDE CRIANÇA

O fato de a gente já ser muito conhecido, muito manja­do, aparecer frequentemente em jornal, faz com que os jovens nos procurem pedindo opiniões, e querendo mensagens, con­selhos, diretrizes, etc. Confesso que não me sinto em condi­ções de dar conselhos a ninguém, nem a mim mesmo.
Quem assim me falou com tamanha modéstia foi nada menos que um dos maiores poetas da língua portuguesa. Mo­déstia que em Drummond era natural como o próprio senti­mento da poesia: fazia parte do seu temperamento tímido, e nem por isso menos sensível ao mundo que o cercava. Era co­nhecida, por exemplo, a esquivança com que resistia a tenta­tivas de entrevistá-lo. O que tornou ainda mais importante esse seu depoimento é que ele foi das origens de sua forma­ção literária ao conceito que tinha de si próprio como poeta:
Desde criança tive uma espécie de fascinação incons­ciente pela forma visual da palavra. Gostava muito das letras antes de saber ler: o papel com desenhos e riscos me causava uma sensação muito forte. Em matéria de literatura, para mim, tudo veio desse primeiro contato com a palavra impressa.
Assim que aprendeu a ler, começou a devorar o que lhe caía nas mãos: revistas como Fon-Fon e Careta, jornais como a Gazeta de Notícias. Um dia seu pai, com extrema benevolên­cia, resolveu lhe oferecer uma preciosidade que vinha anun­ciada num jornal de então: a Biblioteca Internacional de Obras Célebres, em 24 volumes. Era com o maior orgulho que possuía aquilo.
Quanto à poesia, propriamente, afirmava que não tinha uma técnica própria:
Não sou capaz de fazer poema a frio, como se resolve um problema de matemática. Há um condicionamento, uma espécie de preparação determinada pelo tema. Não sou poeta no sentido clássico ou erudito da palavra: o que obede­ce a um programa, observa as regras e procura renovar. Nun­ca tive essa pretensão. Procurei apenas tirar de mim o resul­tado, em palavras, de uma emoção que sinto naturalmente, ou por provocação externa.
Passou a vida escrevendo, e não somente poemas, con­tos ou crónicas, mas cartas, ofícios, pareceres, memorandos. De súbito são vários poetas que surgem de um lado e desa­parecem do outro. Ubíquo, numeroso e esquivo, onde estará ele agora?

(Fernando Sabino)

O melhor caminho para conhecer Drummond é a leitura de seus poemas, crónicas e contos.

POESIA
Gastei uma hora pensando um verso 
que a pena não quer escrever.        
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.


NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

Texto extraido do livro: Simplesmente Drummond/Carlos Drummond de Andrade. Série Literatura em Minha Casa - Poesia; v.1. Rio de Janiero: Record, 2002. 

Acesse http://diadrummond.ims.uol.com.br/ e saíba mais sobre o dia D 31.10/Dia de Drummond.

sábado, 22 de outubro de 2011

Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


     O Disque 100 é canal de comunicação entre a sociedade e o poder público para recebimento e encaminhamento das denúncias, com foco na proteção das crianças. A população denuncia, o poder público, recebe, encaminha para os órgãos responsáveis para a investigação e a solução dos casos. O disque 100 também pode ser acionado em caso de flagrante, mas a denúncia será encaminhada imediatamente aos órgãos responsáveis.
      Outro diferencial, é que o disque 100, além de registrar e encaminhar, é responsável por monitorar as denúncias, procurando saber quais as providências foram adotadas pelos órgãos acionados, especialmente junto ao Ministério Público Estadual / Federal, que realiza o monitoramento das denúncias encaminhadas.
 

Para denunciar disque 100 de qualquer telefone é gratuito. 
Para denunciar pela internet visite este link, Disque 100

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"PRIORIDADE ABSOLUTA"

Paragominas realizará sua VI Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, no dia 21/10/2011 (sexta-feira), com início a partir das 07:30 h, no Centro de Ações Socioeducativas – CASECA, localizado ao lado do Posto de Saúde do bairro Camboatã, com o tema central: "Mobilizando, Implementando e Monitorando a Politica e o Plano Decenal de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes”. Cabe agora a toda a sociedade paragominense,  a discussão para a construção dessa política direcionada a garantia de direitos das crianças e adolescentes, tendo em vista três focos principais: mobilização, implementação e monitoramento da Política Nacional e do Plano Decenal.
            Participe!