"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

Obrigado pelo acesso ao nosso blog
!

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.
#PauloFreireMereceRespeito #PatonoDaEducaçãoBrasileira #PauloFreireSempre

sábado, 23 de janeiro de 2021

USP desenvolve teste rápido de covid-19 para testagem em massa

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos da USP desenvolveram um teste rápido para covid-19, com custo aproximado de R$ 30. 

Biossensor para teste rápido de covid-19 desenvolvido no Instituto de Química de São Carlos da USP é de baixo custo e revela se a pessoa já possui anticorpos – Foto: Karla Castro/ doutoranda do IQSC

Pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP desenvolveram um teste rápido para covid-19, com custo aproximado de R$ 30. Até cinco vezes mais barato que os testes convencionais encontrados nas farmácias, que hoje são vendidos por cerca de R$ 140, o dispositivo foi criado para facilitar a testagem em massa no Brasil. A tecnologia também será capaz de revelar se a pessoa que tomou uma determinada dose de vacina já produziu anticorpos.

Denominado Teste Popular de Covid-19, o dispositivo analisa uma gota de sangue retirada do paciente em busca de anticorpos que permitam detectar a doença. A estratégia empregada para baratear sua produção foi otimizar a quantidade de insumos do material e utilizar nanopartículas para a localização dos anticorpos. Desenvolvidas no IQSC, essas nanopartículas possuem uma molécula sonda, que fica na cor vermelha quando entra em contato com algum anticorpo. A molécula foi obtida em parceria com a BioLinker, empresa brasileira de biotecnologia.

Segundo Frank Crespilho, professor do IQSC e coordenador da pesquisa, esse método é muito similar aos encontrados nas farmácias. No entanto, é mais preciso, barato, requer menos reagentes e pode ser produzido integralmente no Brasil. O docente conta que sua equipe desenvolveu o teste em cerca de quatro meses, o que é considerado tempo recorde. Agora, de acordo com Crespilho, a ideia com a nova tecnologia é favorecer as populações mais vulneráveis:

“Temos que pensar na população brasileira, esse é o papel da USP. Todos os dias acordo feliz por ter o privilégio de coordenar uma equipe que está trabalhando incessantemente para produzir ciência de alto nível. A proposta é fazer uma análise em massa da população, com um custo bem mais competitivo e viável para a nossa realidade econômica.”

Crespilho é coordenador do Grupo de Bioeletroquímica e Interfaces do IQSC, coordenador da Rede MeDiCo, a Rede de Pesquisa em Covid-19 USP/Capes, recentemente aprovada em edital de seleção emergencial da Capes, e vice-coordenador do Instituto de Estudos Avançados da USP (IEA), Polo de São Carlos.
Os testes já estão em fase de validações e, atualmente, a leitura e interpretação dos resultados são realizadas em aproximadamente 10 minutos – Foto: Karla Castro/ doutoranda do IQSC

A doutoranda Karla Castro, do IQSC e pesquisadora da rede MeDiCo, também participou do estudo. “Estamos buscando inovar em aspectos tecnológicos que permitam a realização de testes de uma forma mais rápida, não perdendo sua seletividade e especificidade. O procedimento de testagem utilizado no Teste Popular de Covid-19 da USP é de fácil execução e não demanda estrutura laboratorial. Os testes já estão em fase de validações e, até o presente momento, a leitura e interpretação dos resultados são realizadas em aproximadamente 10 minutos”, diz a cientista.

Os pesquisadores explicam que o novo teste traz um caráter inovador, pois ele será capaz de revelar se o indivíduo produziu anticorpos após receber uma determinada dose de vacina, podendo auxiliar o médico a identificar a necessidade de acompanhamento do paciente no processo de imunização. Além disso, o dispositivo permitirá ainda o rastreamento de imunidade de variantes do vírus.

Mona Oliveira, chefe científica e fundadora da BioLinker, empresa parceira no estudo, diz que será possível, baseando-se neste primeiro resultado, desenvolver novas moléculas específicas e produzir os insumos biotecnológicos de forma rápida, com baixo custo e alta performance. “Nosso objetivo é viabilizar a aplicação de testagem em massa. O grupo do professor Crespilho é referência internacional em desenvolvimento de biossensores e nosso colaborador em projetos de pesquisa aplicada e inovação. Com a pandemia, vimos uma excelente oportunidade em participar do desenvolvimento dos bioligantes (moléculas sondas) para detecção de anticorpos do coronavírus”, finaliza Mona Oliveira.
Karla Castro – Foto: Acervo Pessoal, Frank Crespilho – Foto: IQSC/USP e Mona Oliveira – Foto:  Slobraz

A pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O teste já está pronto para produção em larga escala e passará, em breve, pela regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é de que o produto esteja disponível para comercialização em até dois meses.

Por Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQSC

Mais informações: e-mail  jornalismo@iqsc.usp.br, com Henrique Fontes



quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Interesse em patentes de vacinas, apoiado por Bolsonaro, hoje prejudica Brasil

Índia apoiou o fim das patentes de vacinas e Brasil de Bolsonaro foi contrário. Hoje, barreira prejudica abastecimento do imunizante a países pobres

Jornal GGN – Jair Bolsonaro defendeu os direitos de propriedade de grandes laboratórios, as chamadas patentes, sobres vacinas nos últimos meses. A preservação de tais interesses concordava com os objetivos de países ricos, como os EUA de Donald Trump. Do outro lado, a Índia buscava acabar com as patentes, permitindo que produções genéricas fossem feitas por outros laboratórios ao redor do mundo.

Hoje, a chegada das vacinas contra a Covid-19 em países subdesenvolvidos enfrenta barreiras graças à este empenho de países ricos a favor de grandes laboratórios, apoiados por Bolsonaro, impedindo o abastacimento global do imunizante.

A análise foi levantada por Jamil Chade, em sua coluna para o Uol. Ele relata que durante uma reunião fechada da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, Suíça, nesta terça (19), o representante indiano disse que “o pior dos pesadelos” se confirmou.

“Um grande número de instalações de fabricação em muitos países com capacidade comprovada para produzir vacinas seguras e eficazes são incapazes de utilizar essas capacidades devido a novas barreiras de propriedade intelectual”, afirmou a Índia, no encontro.

A proposta indiana foi apoiada por países como África do Sul, Afeganistão, Paquistão, Zimbábue, Egito, Mongólia, Chade, Indonésia, Nepal, Bangladesh, Sri Lanka, Camboja e Venezuela, além da própria OMS. Mas o Itamaraty ficou em silêncio durante a reunião.

Isso porque “elevar o tom das críticas, neste momento, poderia atrasar ainda mais o acesso aos imunizantes e enterraria o país para o final da fila na lista de pedidos que os indianos têm recebido”, alertou Chade.



Mais uma chance perdida do Brasil. Por Philipp Lichterbeck

Na vacinação, país poderia ser um exemplo mundial, mas o governo Bolsonaro não tem vontade, competência ou a visão para organizar uma campanha. Em vez disso, abraça o cinismo e arrisca vidas, escreve Philipp Lichterbeck.

*Por Philipp Lichterbeck | Coluna Cartas do Rio - DW Brasil
Eu tive covid-19. De forma moderada, com febre, dores de cabeça e um pouco de fadiga. Após dez dias, me senti bem novamente. Apenas a perda do olfato permaneceu, e provavelmente ficará comigo por algum tempo. Admito que fico um pouco assustado quando leio relatos sobre possíveis sequelas a longo prazo, como dores nas articulações e problemas respiratórios - mesmo que eu não tenha sentido nada disso.

Onde fui infectado, eu não sei. Pode ter sido no supermercado, no jantar de Natal com amigos, no aeroporto, em um táxi ou na fila do caixa eletrônico. A única coisa que está claro é que o vírus está circulando.

Quando descobri que tinha covid-19, fiquei nervoso, porque você não sabe como a doença vai se desenvolver. O que antes era abstrato de repente se tornou concreto. Milhões de brasileiros já passaram por isso e se sentiram assim.

Por isso estou aliviado que a campanha de vacinação tenha finalmente começado, mesmo que tenha sido apenas semanas após o início da vacinação na Europa, nos EUA e na vizinha Argentina. O início da vacinação, porém, não é graças ao governo Jair Bolsonaro, mas a alguns poucos governadores responsáveis.

Se o estado de São Paulo não tivesse procurado a vacina chinesa Coronavac, o Brasil provavelmente ficaria hoje com apenas dois milhões de doses da vacina de Oxford e um avião de carga vazio, que seria enviado para buscar doses de vacina da Índia - sem que ao menos se tivesse combinado com os indianos.

Muitas vezes esquecida no momento é a vacinação Sputnik V da Rússia. Ela em breve poderá ser aprovada pela Anvisa. A Sputnik V também não foi adquirida pelo governo Bolsonaro, mas pelos estados do Paraná e da Bahia.

A indiferença do presidente à covid-19 é óbvia. Ele não leva a sério a pandemia e os mais de 210 mil brasileiros mortos. Pior, ele reage como se a pandemia existisse apenas para incomodá-lo pessoalmente e para obstruir seu governo.

Durante muito tempo Bolsonaro negou o vírus e o perigo que ele representa. Agora ele está sabotando a campanha de vacinação. Jair Bolsonaro é sempre "contra", não consegue evitar. Seu combustível é provocação e distúrbio. Ele parece com o menininho que, por ciúmes, destrói os castelos de areia das outras crianças no parquinho. Com a diferença de que a destrutividade de Bolsonaro custa vidas humanas.

Tudo isso é especialmente trágico também porque o Brasil estaria bem posicionado para realizar uma campanha de vacinação rápida e abrangente. O país poderia ser um modelo para o resto do mundo. Assim como o Bolsa Família, a luta contra a fome e os programas de alfabetização do Brasil serviram de modelo para outros países, o Brasil também poderia se distinguir internacionalmente através de uma ampla campanha de vacinação.

Mas este governo não tem vontade, competência ou a visão de futuro para organizar tal campanha. A única coisa que Bolsonaro consegue fazer bem: nomear militares para cada problema e cada posto vago. Competência? Não importa.

O SUS oferece boas condições para uma campanha de vacinação rápida e abrangente. A infraestrutura e a experiência estão lá. Qualquer pessoa que tenha tido que ir ao SUS para tratar um ferimento ou doença menor ou para obter uma vacina pode atestar isso, inclusive eu. Você tem que esperar, mas chega a sua vez e você vai ser atendido. Desde que não seja para cirurgias complicadas e doenças graves, o SUS está na verdade em uma boa posição, considerando que ele é público e gratuito.

Mas o SUS tem uma reputação péssima. É subfinanciado, e os recursos muitas vezes não são utilizados de forma eficiente. Uma das razões para isso: a Emenda Constitucional do teto de gastos (EC 95), criada pelo governo Michel Temer e endossada por Jair Bolsonaro. Segundo o médico e professor da PUC de Campinas Pedro Tourinho, o SUS já perdeu 22 bilhões de reais por causa disso.

E assim, mais uma vez, o Brasil está jogando fora um de seus pontos fortes. O maior dilema do Brasil é, sem dúvida, o de não fazer nada com suas enormes oportunidades. Poderia ser um dos países mais ricos e bonitos do mundo. Em vez disso, é dilacerado por conflitos internos, injustiça, violência e pobreza.

A vontade de destruir é provavelmente o traço mais característico do governo Bolsonaro. A crise do coronavírus confirma isso novamente. Está destruindo o meio ambiente do Brasil, o maior tesouro desta nação. Ela prejudica instituições reconhecidas como o Ibama, o Instituto Palmares ou o Ministério das Relações Exteriores, que está sob o controle do teórico da conspiração Ernesto Araújo. Ele também destrói a vida de milhares de brasileiros com suas políticas negacionistas na pandemia. Ao fazer isso, está prolongando a crise.

Bolsonaro está destruindo o último pedaço de reputação que o Brasil já teve internacionalmente. É nos momentos de crise, costuma-se dizer, que o verdadeiro caráter de uma pessoa é revelado. O presidente e seus apoiadores revelam, acima de tudo, uma coisa: cinismo.

--

*Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, ele colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para jornais na Alemanha, Suíça e Austria. Ele viaja frequentemente entre Alemanha, Brasil e outros países do continente americano. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.




sábado, 2 de janeiro de 2021

Sou sempre poesia. Por Núbia Lima

"Por tudo e com tudo, não seria quem sou se não visse o amor com o melhor antídoto contra qualquer mazela humana, pois só por amor é que somos sempre melhores do que podemos ser."

Por Núbia Lima
Apesar de tudo eu sou alguém que acredita na bondade humana, na compaixão, na verdade de cada um, e acima de tudo acredito no amor, e em todas as maneiras que ele pode ser vivido ou expressado, acredito que nem sempre pode dar certo com quem você realmente deseja, o que não me faz perder a crença, pois se deixo de acreditar é possível que eu deixe de existir.

Então, que seja o amor para sempre, dramático e trágico de #William Shakespeare, o amor poético e fiel até o fim do #Pablo Neruda, ou amor possível, intenso e repleto de razão de #Drummond, no jeito intenso e por vezes urgente dos amantes de #Clarice, no amor melancólico como um dia chuvoso da #Cecília, no jeito amorosamente sábio e doce de #Cora Coralina, o amor sem pudor e faminto de #Adélia, o amor quase que pragmático de #Saramago, sofro com a alma angustiada de #Florbela, me alegro com o amor romântico e terno de #Rubem Alves, me encanto com o amor quase sempre confessional de #MarioQuintana. 

O amor puro, profundo docemente, encantado e singelo do meu amado poeta #ManoeldeBarros, é tanta "buniteza" que sempre me causa uma certa "mudeza". 

Acredito no amor docemente acolhedor da poesia delicada e amorosa de #CikaParolin, toca-me a beleza repleta de emoção de #HildaHist, cujo amor nem sempre é triste, #AdenLeornado me causa encantaria e "espanteza", mas no fundo é que encontramos o amor, que pode ou não ser, mas para mim é tipo seu conterrâneo, #Guimarães, o Rosas, inventador e contador de causos e belas histórias de amor, existem dias que me perco pelo pensamento profundo e "bunito" para além do fim do mundo de #SuzanadeOliveiraSilva.

E tantos outros que falaram e falam do sentimento que move a humanidade desde o começo dos tempos, na tristeza de #Caio Fernando Abreu, no ceticismo do #Leminski, na forma como #Mia Couto, nos leva a beber luas como quem toma banho de chuva, por isso e por muitas outras coisas mais, eu sou sempre poesia pelo olhar aguçado, lúcido, generoso e caprichosamente afetuoso de, #SuzeteCarvalho, sinto saudades poéticas sempre. Mergulho até o fundo da alma ao ler #KatiadeSouza, que em cada palavra parece que desnuda nosso interior, nos leva a ver nosso avesso, ando por infinitos labirintos, jardins e caminhos diversos ao conhecer o universo poético de um quase sempre ou agora de #ElkeLubtiz.

Por tudo e com tudo, não seria quem sou se não visse o amor com o melhor antídoto contra qualquer mazela humana, pois só por amor é que somos sempre melhores do que podemos ser.