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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020
Então, que venha 2021!
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
Precisamos urgentemente de gente “do” bem!
Jesus era criticado pelos religiosos por andar com pessoas tidas como impuras, gente que não era considerada “de bem” pela sociedade judaica da época: pescadores, doentes, mulheres, cobradores de impostos, militantes zelotes
quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Quem é que você vai matar neste Natal e Ano Novo?
terça-feira, 15 de dezembro de 2020
Homenagem a Paulinho, do Roupa Nova
sexta-feira, 11 de dezembro de 2020
O tempo...Por Régis Barros
"Todo dia é para ser vivido. Aproveitar o nosso tempo o qual não sabemos dizer quanto será."
*Por Régis Barros
Ele urge! O tempo é uma dimensão dual. Ele, por vezes, alivia dores, mas, outras vezes, as alimenta também. Quando olhamos para a nossa finitude, o tempo não joga no nosso time. Se não estivermos machucados pela amargura suicida ou numa posição de terminalidade paliativa, o tempo, que concretiza a finitude, sempre nos incomoda.
Então, o que devemos fazer?
Simplesmente, tentar viver. Todo dia é para ser vivido. Aproveitar o nosso tempo o qual não sabemos dizer quanto será. Quantas vezes nos esquivamos de se jogar para a vida? Tememos a morte, mas abdicamos da vida. Isso pode ter um custo, visto que, não é incomum perceber isso já no ciclo final da vida. Não há dúvidas de que viver não é uma tarefa simples e fácil. Machucados nós seremos. Feridas acontecerão. Choro e sangue aparecerão na nossa narrativa. Mas, apesar disso, a vida pode e deve ser buscada. É preciso degustá-la. Lutar por ela é necessário. Nessa aquarela, seremos, somente, nós que poderemos colori-la. O pincel está na nossa mão. As tintas estão no nosso desejo. Portanto, somos os pintores da nossa vida. Cabe-nos fazer valer. Faça da sua vida uma pintura.
Se assim fizermos, o tempo que tem um eventual papel algoz não nos atormentará tanto. Como bem dito pelo Prof. Oliver Wendell Holmes, “o mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direção para a qual nos movemos”.
*Régis Barros é médico psiquiatra, mestre e doutor em saúde mental
Chega de loucura, o Brasil deve reconhecer que não tem presidente, por Fábio de Oliveira Ribeiro
Sempre que abre a boca para ostentar uma suposta virilidade, Bolsonaro agride a dignidade humana. Ele sabota o combate à pandemia e facilita a importação de armas.
Por Fábio de Oliveira Ribeiro | Opinião - Jornal GGN
Esta semana, o presidente brasileiro protagonizou mais um episódio grotesco. Ele imitou um gay ao ridicularizar o pavor causado pela pandemia e riu de 178 mil famílias cujos parentes morreram em virtude do COVID-19 https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/12/video-viral-de-bolsonaro-sobre-covid-traz-piada-homofobica-sobre-ozonioterapia.shtml.
Ele já tinha feito algo semelhante em abril de 2020 https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2020/04/28/no-meio-da-pandemia-do-que-ri-jair-bolsonaro.htm.
Sempre que abre a boca para ostentar uma suposta virilidade, Bolsonaro agride a dignidade humana. Ele sabota o combate à pandemia e facilita a importação de armas. O desprezo que ele nutre e demonstra pela vida e pelo direito à vida é evidenciado por algumas de suas frases mais famosas:
“O erro da ditadura foi torturar e não matar.”
“Policial que não mata não é policial.”
“Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre.”
“Minha especialidade é matar.”
“Quem tiver arma de fogo, é para usar.”
Antes de assumir a presidência, Bolsonaro já havia dado algumas demonstrações de que é inapto para exercer a presidência da república https://jornalggn.com.br/crise/inaptidao-mental-para-tomar-posse/.
Alguns meses depois da posse Estadão disse num editorial que o presidente não tinha condições psicológicas de governar
https://opiniao.estadao.com.br/noticias/notas-e-informacoes,bolsonaro-em-davos,70002691926.
A Folha de São Paulo deu destaque ao seu comportamento paranoico
bolsonaro-com-atitude-paranoica-e-onipotente-diante-da-pandemia.shtml.
Dois grandes jornalistas e juristas de renome já cogitaram a necessidade de sua interdição do presidente brasileiro:
https://jornalggn.com.br/noticia/kotscho-bolsonaro-tem-problemas-mentais-e-precisa-ser-interditado/
https://jornalggn.com.br/a-grande-crise/mais-um-dia-de-loucuras-de-bolsonaro-por-luis-nassif/
É evidente que a conduta de Jair Bolsonaro se tornou mais errática e bizarra depois que ele foi infectado pelo COVID-19. Portanto, é plausível a hipótese de uma sequela mental incapacitante decorrente da pandemia
Num regime monárquico, a questão da inaptidão mental é resolvida mediante a separação entre a pessoa do monarca e as funções governamentais que ele exerce. D. João foi regente de Portugal em virtude da mãe dele ter ficado louca. O transtorno mental do rei Jorge III da Inglaterra foi resolvido quando Jorge, o príncipe de Gales, assumiu as atividades políticas do pai. Luís II, rei da Baviera, também foi afastado das funções governamentais em virtude da insanidade mental.
O regime republicano não é imune a esse tipo de problema. Pode o presidente da república ser declarado mentalmente inapto para governar? A resposta é sim.
O que fazer quando um presidente começa a apresentar sinais evidentes de loucura?
Recentemente um Tribunal repeliu o pedido feito numa Ação Popular para que Jair Bolsonaro fosse submetido a um exame de sanidade mental https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/tribunal-barra-acao-popular-que-pedia-averiguacao-da-sanidade-mental-de-bolsonaro/. Essa decisão me parece adequada, pois meio processual escolhido era evidentemente inadequado. Como qualquer cidadão, o presidente da república pode ser réu numa Ação de Interdição ajuizada pelos familiares dele ou pelo Ministério Público.
O Brasil está totalmente desgovernado, diplomaticamente isolado e ruma para uma catástrofe sanitária e econômica. Não é mais possível tolerar o que está ocorrendo. Já que não existem condições parlamentares para o Impeachment (se houvessem Rodrigo Maia provavelmente teria iniciado o procedimento) e nenhum promotor tem coragem de ajuizar a Ação de Interdição do presidente enlouquecido, o Conselho Federal OAB deveria pedir ao STF que o declare Bolsonaro mentalmente inapto para exercer o cargo. Nesse caso, o vice assumiria a presidência com ou sem a aquiescência do Congresso e a crise seria politicamente contornada mediante o restabelecimento do presidencialismo de coalizão.
Não é golpe de estado reconhecer que o país não pode mais continuar sendo golpeado por um mentecapto. Jair Bolsonaro deve ser removido da presidência de uma maneira ou de outra para que o Brasil não continue sendo removido do mapa. As necessidades humanitárias de 211 milhões de cidadãos são muito maiores do que as prerrogativas políticas de um só homem incapaz de governar.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2020
O direito a ter direitos
Hoje é o Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU nesta data, em 1948, ao proclamar a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade se esforce, através do ensino e da educação, em promover o respeito a esses direitos e liberdades e a adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, a fim de assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva.
O primeiro registro de uma declaração dos direitos humanos foi o Cilindro de Ciro, escrito por Ciro, o Grande, rei da Pérsia (atual Irã) por volta de 539 a.C.. Filósofos europeus da época do Iluminismo desenvolveram teorias da lei natural que influenciaram a Declaração de Direitos, de 1689, na Inglaterra; a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, na França; e a Carta de Direitos, de 1791, nos EUA.
Faltava garantir a liberdade da palavra e da livre expressão, a liberdade de religião, a liberdade por necessidades e a liberdade de viver livre do medo. A Carta das Nações Unidas reafirmou a fé nos direitos humanos, na dignidade e nos valores humanos para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
Mas ainda hoje as desigualdades são gritantes, as liberdades individuais e coletivas são amordaçadas pelo poder político e econômico e pelo crime organizado, milhões de famílias sobrevivem em condições subumanas. É um dia de luta, ainda. Até quando?
terça-feira, 8 de dezembro de 2020
Assassinato de Marielle completa mil dias sem respostas
Morre o ator Eduardo Galvão, aos 58 anos, vítima de Covid-19
Eduardo estava internado havia mais de uma semana no Rio. Ele deu entrada com cerca de 50% dos pulmões comprometidos
Segundo informações da coluna de Fefito, no UOL, Eduardo precisou ser intubado e passou seus últimos dias na UTI. Por volta da meia-noite, familiares e amigos do ator confirmaram sua morte.
Nas redes sociais, diversos artistas lamentaram a morte de Eduardo. “Meu Deus! Partiu nosso grande amigo Eduardo Galvão. Desarvorada. Emudecida. Sem chão”, escreveu a humorista Dadá Coelho.
“RIP Eduardo Galvão! O mais novo da turminha. O mais alegre, o mais engraçado, o mais saudável! Dor imensa”, comentou José de Abreu.
Outros famosos, como Elisabete Pacheco, Marina Moschen, Tuca Andrada, Inez Viana, Mayara Magri, Antonio Grassi e Marcelo Várzea também prestaram homenagem ao ator.
A última novela de Eduardo foi “Bom Sucesso”, da Globo, em 2019. Ele ficou conhecido, no entanto, por trabalhos como o infantil “Caça Talentos” (1996), no qual contracenava com Angélica, e “Menino Maluquinho” (2006), no qual interpretava o pai do famoso personagem de Ziraldo.
O artista também fez sucesso ao atuar em novelas como “Despedida de Solteiro” (1992), “Porto dos Milagres” (2001) e “O Beijo do Vampiro” (2002). Ele teve ainda teve passagens pela Record, onde atuou em “Apocalipse” (2017), e pela Band, onde fez “Dance Dance Dance” (2007).
Fonte: Publicado na Revista Fórum
Pará tem 65% dos casos de Sarampo
A Campanha de Vacinação foi prorrogada até o próximo dia 20 de dezembro.
De todos os casos notificados e confirmados de sarampo no Brasil este ano, 65% estão no Pará, com um total de 5.375 ocorrências, das quais 2.496 na faixa etária de 20 a 49 anos. Só nas últimas doze semanas foram 99 casos confirmados no Estado. Os dados constam no Boletim Epidemiológico do Sarampo, divulgado ontem pelo Departamento de Epidemiologia da Sespa. Nessas últimas semanas, os municípios que mais tiveram casos confirmados de sarampo foram Portel (62) e Bagre (12), na Região de Saúde Marajó II, e Afuá (9), na Região Marajó I. Considerando dados de 2020, os municípios com maior número de casos de sarampo são Belém (1.459), Ananindeua (969), Breves (274), Marituba (257) e Abaetetuba (217). A Região Metropolitana de Belém apresenta o maior número de casos confirmados da doença em todo o Pará. Na sequência, estão as regiões do Tocantins, Marajó II e Metropolitana III. É importante que a população procure as Unidades Básicas de Saúde para tomar a vacina tríplice viral, que também protege contra a rubéola e caxumba.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda viral transmitida por tosse, fala, espirro ou respiração de pessoas doentes. É grave, e pode até matar. Ou deixar sequelas para o resto da vida, como cegueira, retardo do crescimento, surdez e redução da capacidade mental. O paciente deve procurar atendimento médico logo que apresentar os primeiros sintomas, que são febre, tosse, coriza, conjuntivite e manchas vermelhas na pele. Todas as pessoas não vacinadas, e que nunca adoeceram de sarampo, são suscetíveis ao contágio. Só a vacina garante a proteção.
Os casos suspeitos de sarampo precisam ser notificados em até 24 horas após o atendimento, para que haja investigação pela Vigilância Municipal, que inclui a busca de contatos não vacinados até 48 horas e o bloqueio vacinal até 72 horas após a notificação. A cobertura continua muito baixa no Pará. Só 26,20%, cerca de 900 mil pessoas de uma meta de 3,5 milhões. O público-alvo da campanha é formado por pessoas adultas, que circulam por diversos locais, como trabalho, escola, bares e academias. A vacina está disponível nos postos dos 144 municípios paraenses, assim como a contra a poliomielite. Os cidadãos precisam fazer sua parte. É uma luta de todos. A Campanha de Vacinação foi prorrogada até o próximo dia 20 de dezembro.
Fonte: Publicado no Blog da Franssinete Florenzano
domingo, 6 de dezembro de 2020
Governo Bolsonaro ataca programas de saúde mental
Morre o ex-presidente do Uruguai Tabaré Vázquez
Em nota conjunta, conselhos de saúde defendem a imunização total da população brasileira contra a Covid-19
sábado, 5 de dezembro de 2020
Moro, hienas e abutres. Por Cristina Serra
sexta-feira, 4 de dezembro de 2020
Violência psicológica, tentativa de estupro e a cruel conivência da Globo, por Luciana Sérvulo da Cunha
Além da violência sofrida, muito está oculto no silêncio doído das vítimas e na omissão dos agressores. Um país que ignora os altos índices de violência contra a mulher, pouco estuda cientificamente os perfis e as relações entre vítimas e agressores, acaba alimentando um silêncio cortante.
“Um indivíduo pode conseguir destruir o outro por um processo de contínuo e atormentador assédio.” – Hirigoyen.
Começo essa escrita expressando minha solidariedade e carinho à Dani Calabresa, exaltando sua coragem em denunciar o moribundo ex-humorista Marcius Melhem por assédio moral e sexual na Rede Globo. Manifestando também o desejo de que não precisemos mais ressaltar e admirar a coragem de uma mulher quando ela viveu o inferno, teve sua vida despedaçada e por uma questão de sobrevivência de seu corpo fragmentado e sua alma roubada tem que gritar suas feridas. Sim, estupradores são ladrões de corpos e não se diferenciam de abusadores(as), ladrões de almas. Que nós mulheres possamos viver em um mundo onde não precisemos mais ser injustamente corajosas assim!
Passar por uma relação abusiva com pessoas famosas, admiradas, adoradas e seguidas por milhões de pessoas é o pior dos infernos, pois além do fato de involuntariamente termos que trombar constantemente com essa pessoa e sua “arte” na grande mídia e nas redes sociais, engolimos a seco e revivemos a dor a cada vídeo, show, espetáculo e comentários nos grupos de WhatsApp, geralmente seguidos de infinitos coraçõezinhos iludidos acompanhados de um surreal “perfeita”(o), nos trazendo uma sensação de impotência corrosiva e massacrante, sentindo na pele o que significa ter que lidar com a opressão do status e o “poder” da imagem em uma sociedade narcísica, onde eles são eleitos reis. Falo do lugar de quem viveu uma relação de abuso emocional com essas características. Até conseguir entender, e principalmente assumir e nomear que o que tinha acontecido comigo, que é “violência psicológica”, levou muito tempo. Outro tempo tão longo, tem sido a profunda busca pela cura.
A violência emocional é a violência mais comum praticada contra as mulheres e uma das mais difíceis de serem reconhecidas e combatidas. Seja pela cultura machista e patriarcal em que somos criadas e estamos inseridas, seja pela falta de pesquisa, informação e ferramentas de combate a esta violência tão naturalizada e enraizada no cotidiano das brasileiras, ou pelas suas características específicas. O abuso emocional não deixa marcas físicas. Ele é uma violência silenciosa, por ser velada e insidiosa.
A violência psicológica está centrada na questão do poder e domínio sobre o outro e pode ser executada por pessoas com perversão narcísica ou algum tipo de transtorno de personalidade. A vítima a sofre de maneira silenciosa porque se trata de uma violência não assumida e negada pelo (a) agressor(a), que sutilmente inverte a relação acusando o outro de ser o culpado pela situação. Desta forma, a vítima se sente confusa e acaba por sentir-se culpada, o que, por sua vez, inocenta o(a) agressor(a). Não se trata de uma violência física, e esta não é pontual: estende-se ao longo do tempo. Como essa não é uma perversão explícita, ao contrário, ela se mistura no dia a dia, nos pequenos atos, nas pequenas relações, passa despercebida. Assim, o(a) agressor(a) vai deturpando de maneira sutil e pejorativa a visão que a vítima tem de si, retirando sua vitalidade e vivacidade, diminuindo, humilhando, fazendo ruir sua autoestima e sua paz interior, a induzindo a um estado de confusão, vulnerabilidade e consequentemente, de dependência emocional, levando um longo tempo para a vítima perceber, e sobretudo para reconhecer, estupefata, que está presa numa teia.
O abuso emocional geralmente está presente em todas as outras formas de abuso e pode ser uma porta para outros tipos de violências, como a violência sexual. Ele pode começar de forma sutil, com desencorajamentos à realização de projetos próprios, por um constante apontar de erros, falhas e defeitos da vítima bem como a subestimação de sua capacidade, até chegar a xingamentos, gritos, cobranças excessivas, falsas acusações, perseguição, desautorização das decisões pessoais (roupas, escolhas, amizades, horários, estudos/trabalho), chantagens, ameaças, depreciações, ciúmes frequentes, ironias e exposição da figura. Alguns exemplos aqui dados podem parecer óbvios, mas ressalto que quando o abusador(a) lança mão deles em uma relação, seja ela amorosa ou uma relação de amizade, a presa já está enredada em sua teia e não consegue ter clareza suficiente para assim perceber. Algumas relações onde já existe um nível de entrega e confiança da parte da vítima, o abusador(a) não precisa se utilizar de uma violência mais brutal e explícita mantendo um comportamento sedutor, encantador com medidos tons de manipulação e dubiedade, uma vez que o amor da vítima já é o suficiente para ser seu suprimento narcísico por bastante tempo.
Pondero aqui que pessoas narcísicas perversas podem estar presentes em nossas vidas em um número muito maior do que possamos imaginar e elas geralmente tem por características imediatas a inteligência, a sedução, a amabilidade, a diplomacia, a boa retórica e o bom humor. Não existe abusador ou abusadora que não seja atraente e encantador(a). E no fundo, quando convivemos na intimidade com eles(as), o que percebemos é uma insegurança gritante, uma inveja incontrolável, uma solidão colossal, uma falta de empatia abismal, grande imaturidade emocional e incapacidade total de olhar pra dentro e lidar com seus próprios sentimentos e emoções. O narcisista perverso é incapaz de admitir seus erros, sempre se colocará como vítima e projetará nos outros seus monstros internos e todos os fracassos de sua vida, autojustificando as punições e crueldades cometidas ao longo de muitas relações abusivas, deixando vidas literalmente como terras arrasadas.
Além da violência sofrida, muito está oculto no silêncio doído das vítimas e na omissão dos(as) agressores(as). Um país que ignora os altos índices de violência contra a mulher, pouco estuda cientificamente os perfis e as relações entre vítimas e agressores(as), acaba alimentando o silêncio cortante que beneficia agressores(as), levando as vítimas à depressão, em alguns casos ao suicídio, ou à morte por doença degenerativa grave, mantendo assim intacto o ciclo de abusos. O pouco que se estuda no Brasil, limita-se em geral ao assédio moral no trabalho, mas que, devido ao preconceito, à misoginia e ao racismo estrutural que permeiam a nossa sociedade e a elite brasileira, faz com que os resultados desse combate sejam cada vez mais favoráveis aos agressores(as), principalmente quando uma boa parte deles pode ser de pessoas dotadas de algum poder (capital político, financeiro, religioso ou artístico) e as vítimas, além do dano psicológico sofrido, ainda devem lidar com a pressão da opinião popular, ou as ameaças e retaliações dos(as) agressores(as), seus cúmplices, fiéis seguidores e toda sua rede de poder a lhe garantir imunidade e proteção.
Por isso que hoje, por mais torto ou doído que pareça, é um dia para ser lembrado. Por maior “poder” que uma empresa ou imagem possa ter nessa nossa doente sociedade narcísica do espetáculo, quando vazia, ou melhor, quando construída com energias sugadas e almas roubadas, ela vai, ah se vai, um dia, ruir e murchar!
*Luciana Sérvulo da Cunha é cineasta, autora, entre outros, do longa “Hijos de La Revolución”
[Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum]