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quarta-feira, 31 de março de 2021
Enquanto governo Bolsonaro comemora aniversário do golpe, Brasil bate novo recorde da Covid: 3.869 mortes em 24h. Por Ivan Longo
A lição dos vizinhos para a preservação das Forças Armadas, por Moisés Mendes
terça-feira, 30 de março de 2021
O mundo celebra o centenário de Paulo Freire
A nova edição especial do Jornal da Ciência é dedicada à educação e ao legado deste que foi um dos educadores mais famosos e respeitados mundialmente. Acesse gratuitamente!
Por Janes Rocha – Jornal da Ciência
Dezenas de eventos virtuais por todo o Brasil e vários países vêm marcando, desde o ano passado, os cem anos de nascimento de Paulo Reglus Neves Freire. Conhecido apenas como Paulo Freire, ele é o um dos educadores mais famosos e respeitados mundialmente. Nascido no Recife (PE), em 19 de setembro de 1921, desenvolveu um trabalho considerado clássico na sua área, mas seu legado transborda as fronteiras da educação, entrando por vários outros campos do conhecimento.
“Ele deixou marcas profundas em muitas pessoas e profissionais de diferentes áreas. Não apenas pelas suas ideias, mas, sobretudo, pelo seu compromisso ético-político”, comentou, por escrito, Moacir Gadotti, professor titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), diretor do Instituto Paulo Freire e uma das pessoas que foram mais próximas a Freire. “Ele não deixou discípulos como seguidores de ideias. Deixou mais do que isso. Deixou um espírito”, define Gadotti.
Um dos quatro filhos do casal Joaquim Temístocles Freire e Edeltrudes Neves Freire, Paulo Freire começou a ler orientado pela mãe. Concluiu a escola primária no município de Jaboatão dos Guararapes, o ginasial e o secundário no Colégio Oswaldo Cruz, no Recife. Cursou o “pré-jurídico”, uma modalidade oferecida na época pela escola secundária, preparando-se para ingressar, aos 22 anos, na Faculdade de Direito do Recife. Não porque quisesse ser advogado, mas porque era a única opção na área de ciências humanas, segundo ele mesmo contou em uma entrevista à revista Nova Escola, em 1994.
Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maria Costa Oliveira (falecida em 1986), com quem teve cinco filhos: Maria Madalena, Maria Cristina, Maria de Fátima, Joaquim e Lutgardes. O golpe civil-militar de 1964 encontrou Paulo Freire em Brasília, envolvido com o Programa Nacional de Alfabetização, um grande esforço nacional convocado pelo presidente João Goulart, em 1961, com o objetivo de alfabetizar 1.834.200 adultos, atendendo assim 8,9% da população analfabeta (da faixa de 15 a 45 anos), que em setembro de 1963 era de 20,442 milhões pessoas (CPDOC/FGV). Professores, estudantes, sociedades de bairros, entidades religiosas e outras organizações da sociedade civil foram chamados a participar do programa do qual Freire era conselheiro e ativista.
Com o golpe, Freire foi destituído do programa, aposentado compulsoriamente de seu posto de professor da Universidade do Recife (hoje Universidade Federal de Pernambuco, UFPE) e passou a ser perseguido politicamente, o que o obrigou a exilar-se.
Foi primeiro para a Bolívia, depois para o Chile, onde ficou até 1969. Convidado para lecionar na Universidade de Harvard, ele morou e trabalhou em Cambridge, Massachussets, até 1970. Naquele ano mudou-se para Genebra para ser consultor especial do Departamento de educação do Conselho Mundial de Igrejas e dar aulas na Faculdade de Educação da Universidade de Genebra.
O Conselho lhe deu a oportunidade de espalhar suas ideias e seu método educativo pelo mundo: África, Ásia, Oceania e América Latina. Voltou do exílio em 1979 com a anistia, para dar aula na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Em 1989 assumiu a Secretaria Municipal de Educação (SME) da Prefeitura de São Paulo, a convite da prefeita Luiza Erundina (1989-1993). Deixou o posto em 1991 por não se entender muito bem com a política, segundo Gadotti.
Freire publicou 14 livros como autor único e mais dez em parceria com outros educadores. Quase todos estão editados em inglês, francês e espanhol, muitos em italiano e alemão. “Pedagogia do oprimido”, sua obra mais conhecida, já foi traduzido em 17 idiomas. Devido à censura do regime militar, a primeira versão em livro do manuscrito de 1968 saiu em 1970 em inglês e espanhol, mas só ficou disponível no Brasil quatro anos depois.
Em 1993, um grupo de educadores, sindicalistas, dirigentes de associações e organizações de diversas áreas apresentaram oficialmente o nome dele ao Comitê que outorga o Prêmio Nobel da Paz, na Suécia.
Em julho daquele ano, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) aprovou uma moção, durante a sua 45ª Reunião Anual, realizada no Recife, na UFPE, apoiando a indicação. A moção afirmava que a iniciativa de premiação ao educador seria o reconhecimento oficial ao seu projeto pedagógico que ganhou o mundo.
A nova edição do Jornal da Ciência é dedicada à educação em homenagem ao centenário de nascimento de Paulo Freire. Sobre ele, traz um pouco mais da história, depoimentos de educadores e familiares. Sobre educação, são várias abordagens que mostram os enormes desafios criados pelos cortes orçamentários, a política de cotas e a pandemia do coronavírus.
Baixe a nova edição do JC e boa leitura!
Fonte: Publicado no Jornal da Ciência
sexta-feira, 26 de março de 2021
Economist: Bolsonaro é ameaça à saúde dos brasileiros e ao mundo
domingo, 7 de março de 2021
O Brasil do mito é maravilhoso! Quem é você pra dizer o contrário?, por Henrique Rodrigues
quarta-feira, 3 de março de 2021
A era do assassinato social
Coronavírus: "Todos vão sofrer, mas não morrer", diz Vecina sobre medidas restritivas
Miguel Nicolelis: Brasil vai se transformar no maior reservatório biológico do coronavírus no mundo
"Enoja", diz deputado sobre almoço de Bolsonaro com “leitão e gargalhadas”
"Não é tanto pelo leitão, mas pela descontração festiva da mesa farta de altas gargalhadas no mesmo dia em que os cemitérios brasileiros mais receberam corpos vitimados pelo vírus. É isto que choca. É isto que afronta. É isto que enoja", disse Fabio Trad (PSD-MS)
(Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
247 - Crítico do governo Jair Bolsonaro, o deputado Fábio Trad (PSD-MS) usou as redes sociais para comentar o almoço organizado por Bolsonaro, nessa terça-feira (2), no Palácio do Planalto, em meio ao avanço da pandemia do novo coronavírus.
Trad afirmou que a atitude de Bolsonaro "enoja", se referindo ao comportamento de Bolsonaro que, segundo parlamentares que participaram do encontro, era “alegre” e “bem descontraído”.
No dia do almoço, nesta terça, o Brasil registrou 1.726 mortes pela Covid-19, o maior número diário de vidas perdidas de toda a pandemia até agora.
"Não é tanto pelo leitão, mas pela descontração festiva da mesa farta de altas gargalhadas no mesmo dia em que os cemitérios brasileiros mais receberam corpos vitimados pelo vírus. É isto que choca. É isto que afronta. É isto que enoja", escreveu o parlamentar.
O cardápio do almoço preparado pelo deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) teve leitão, feijão tropeiro, linguiça e carne moída com quiabo.
O encontro de Bolsonaro aconteceu no mesmo dia em que o Brasil atingiu o pico de mortes por coronavírus, com 1726 mortes.
Mercadante: novamente autoritarismo de Bolsonaro ataca a educação
"Ao tentar reprimir a liberdade de expressão e de opinião no ambiente universitário, Bolsonaro recorre a métodos típicos de estados exceção."
247 - O ex-ministro e presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante, denuncia mais uma ação autoritária do governo Bolsonaro, que desta vez tenta intimidar o ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, ao proibir “atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino”.
O Ministério da Educação, por meio da Rede de Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), encaminhou no último dia 7 de fevereiro um ofício em que pede a tomada de providências com objetivo de “prevenir e punir atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino".
O processo na CGU contra o professor foi motivado por uma representação do deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS).
Leia a íntegra da nota assinada por Mercadante e publicada nesta quarta-feira (3):
Novamente a truculência e o autoritarismo de Bolsonaro atacam a educação brasileira. Desta vez, tenta intimidar o ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Pedro Hallal, por meio de Termo de Ajuste de Conduta em razão de suposta “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao presidente da República, quando se pronunciava como reitor, durante transmissão ao vivo de live nos canais oficiais do YouTube e do Facebook da Instituição”.
Hallal entrou na mira de Bolsonaro em razão das pesquisas que conduziu sobre a pandemia de coronavírus e por suas críticas à inexpressiva atuação do governo federal no combate à covid-19. É o ex-reitor que coordena a pesquisa Epicovid, referência no mapeamento da doença em todo o país.
Como é de conhecimento público, Bolsonaro é um negacionista, que se posiciona cotidianamente contra as medidas prudenciais de distanciamento social, contra o uso de máscaras e até mesmo contra o uso de algumas vacinas, além de promover aglomerações e o uso de remédios sem comprovação da medicina. Para Bolsonaro, combater o obscurantismo e o negacionismo com a luz da ciência passou a ser uma “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao presidente da República”.
Ao tentar reprimir a liberdade de expressão e de opinião no ambiente universitário, Bolsonaro recorre a métodos típicos de estados exceção. É inevitável a comprovação dessa tentativa de censura de Bolsonaro com o Decreto-Lei nº 477 de 1969, que, durante a ditadura militar, controlou e reprimiu as atividades comunitárias nas universidades.
Tem sido uma triste marca do governo Bolsonaro o patrocínio, inclusive com indícios de práticas ilícitas, de campanhas do ódio e de difamação. Também ataques e agressões contra jornalistas e contra a imprensa e a tentativa de tutela sobre a justiça, especialmente com avanços antidemocráticos contra o Supremo Tribunal Federal.
São esses tentáculos autoritários que Bolsonaro tenta agora estender sobre a educação, depois de não ter conseguido aprovar o nefasto projeto da Escola Sem Partido. Esse constante flerte de Bolsonaro com o autoritarismo também pode ser constatado na nomeação de 22 reitores biônicos, impostos pelo governo, desrespeitando o resultado das eleições universidades, inclusive na UFPel.
Volto a reiterar que o ambiente da universidade deve respirar liberdade, respeitar a pluralidade de pensamentos, assegurar espaço para todas as correntes do pensamento e o contraditório. Temos que resistir às constantes tentativas de tutela sobre a educação, como a recomendação do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, em junho do ano passado, para a criação de um canal de denúncias nas universidades sobre a realização de atos de natureza político-partidária, sejam eles favoráveis ou contrários ao governo, mediante o uso de prédios, equipamentos, redes de comunicação, imagem, símbolos institucionais etc.
Com base nessa recomendação do MPF, o governo Bolsonaro tomou outra medida grave contra a educação. É que Ministério da Educação encaminhou para a rede federal de ensino superior um ofício em que pede a tomada de providências com objetivo de “prevenir e punir atos político-partidários nas instituições públicas federais de ensino", mais uma tentativa autoritária e inaceitável de amordaçar a comunidade acadêmica e de institucionalizar a censura nas universidades.
Por isso, precisamos desencadear uma ampla mobilização em defesa do ex-reitor da UFPel e da liberdade em nossas universidades. Não podemos aceitar esse tipo de ameaça, intimidação e constrangimento, que já havia ocorrido recentemente, quando o Mendonça Filho queria proibir cursos que tratassem do golpe de 2016. Deixo minha solidariedade ao ex-reitor e vamos à luta!
Fonte: Publicado no Brasil 247