Nesta quinta-feira, 12 de junho, o Pará
atravessou mais um Dia Mundial contra o Trabalho Infantil com mais de
220 mil crianças e adolescentes trabalhando, sendo que pelo menos metade
delas o faz sem receber qualquer tipo de pagamento.
Em função dessa data e também por causa
da campanha nacional coordenada pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese/PA) divulgou na última quarta-feira, 11, estudo
para nortear os fóruns estaduais que devem ser realizados em alusão a
essa campanha, cujo tema é “Todos juntos contra o trabalho infantil”.
Os fatores que continuam contribuindo
para que o trabalho infantil apresente números expressivos não só no
Pará como na região Norte e também em todo o Brasil envolvem baixa
remuneração das famílias destes menores e também a falta de melhores
empregos e oportunidades para os pais dessas crianças.
PARÁ CAMPEÃO
PARÁ CAMPEÃO
Baseado em dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o Dieese revela que 10% das 4,4
milhões de crianças e adolescentes que moram na região Norte estão
exercendo algum tipo de trabalho.
No Pará, essa porcentagem chega a 11%:
são 222 mil menores com idade entre 5 e 17 anos trabalhando. Nenhum
outro Estado da região contabiliza tantos jovens e crianças exercendo
esse tipo de atividade.
Quando a análise se separa por faixa
etária, a situação fica ainda pior. No Pará, com idade entre 5 a 9 anos,
são 12.834 crianças ocupadas, - 60,19% de todas as crianças ocupadas
com idade entre 5 a 9 anos da região Norte (21.321). Com idade entre 10 a
14 anos, estão ocupadas no Pará 81.781 crianças, o que corresponde a
53,67% de todas as crianças de 10 a 14 anos ocupadas na região Norte
(152.364). E com idade entre 15 a 17 anos estão ocupados no Pará 128.166
adolescentes, o que corresponde a 49,90% de todos os adolescentes de 15
a 17 anos ocupados na região Norte (256.838).
Portanto, temos no Pará trabalhando
94.615 crianças com idade entre 5 a 14 anos, nada menos que 54,48% de
todas as crianças com a mesma situação e idade de toda a região Norte
(173.685).
EXPLORAÇÃO
EXPLORAÇÃO
Os serviços não agrícolas são os mais
comuns dentre esse público: são 125.932 (56,5%) ocorrências, sendo 65,7%
homens e 34,3% mulheres, e o restante, 96.849 (43,5%) trabalha no setor
agrícola, sendo 75,1% homens e 24,9% mulheres.
Quarenta por cento desse total não
recebe qualquer tipo de recompensa financeira pela atividade, enquanto
que 36% está envolvido em atividades domésticas, 14% trabalha com
produção para consumo próprio e apenas 7% trabalha por conta própria.
Fonte: Diário do Pará