"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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#PauloFreireMereceRespeito #PatonoDaEducaçãoBrasileira #PauloFreireSempre

sábado, 29 de setembro de 2018

#EleNão #EleNunca


"Como posso votar, se sou progressista e coerente com minha opção, num candidato em cujo discurso, faiscante de desamor, anuncia seus projetos racistas?" (Paulo Freire*)
Por Manoel Paixão
#EleNão #EleNunca
Eu fico aqui procurando entender, o que leva uma pessoa a optar por curtir e seguir nas redes sociais, ou mesmo declarar o seu voto: em um sujeito que quando abre a boca sai falando um monte de absurdos? Em um sujeito que promove as ideias mais retrógradas, esdrúxulas e estapafúrdias, que se possa imaginar? Em um sujeito que incita abertamente manifestações de ódio e de intolerância? Em um sujeito que exalta a tortura e homenageia torturadores? Em um sujeito socialmente reacionário, desumano e apoiador de medidas extremas? 

Sério gente, estou mesmo procurando entender!

Pois, como alguém pode se deixar levar pela a ignorância, a estupidez, o oportunismo de ocasião e a canastrice, de um sujeito como esse Bolsonaro?

Dono de ideias e declarações, desprovidas de qualquer racionalidade, que alguém em sã consciência, jamais consentiria. 

É muito triste, ver que existem pessoas, seja por ignorância política ou mesmo mau-caratismo, embarcando facilmente nos seus discursos furados, carregados de sofismas, simplorismos, reducionismos, sensacionalismos baratos e esbravejos – não passa disso –, que para atrair seguidores nas redes sociais e votos, se vende como o dito "cidadão de bem" defensor da vida, da família tradicional, da moral e dos bons costumes. 

Até porque, pelo que temos visto e ouvido do próprio, ele não entende nada de educação, de cultura, de saúde pública, de políticas sociais e de direitos humanos, de segurança pública, de economia, de soberania nacional, de princípios e valores democráticos, de diplomacia, de respeito, de civilidade, de fraternidade, de humanidade e de um monte de outras coisas. 

O seu nível de desinformação – para um sujeito que diz querer ser presidente da República – é gritante, pois vem dando demonstrações de sobra que não conhece nem a história e nem a realidade do Brasil, e para que isso fique evidente basta apenas que seja confrontado em uma entrevista ou um debate.

É notório, que vivemos tempos obscuros, sóbrios e de ameaças, e Bolsonaro é o porta-voz das forças do fascismo, da barbárie, do retrocesso e do atraso, que ronda o nosso país. 

E uma eventual eleição sua à Presidência da República, será um desastre para a nossa tão agonizante democracia e uma ameaça gravíssima ao nosso processo civilizatório.

Por isso, precisamos reagir, e essa reação deve acontecer dentro do campo democrático, pela união das forças democráticas, progressistas e populares, vencendo Bolsonaro nessas eleições e rejeitando, assim, toda essa agenda maléfica de extrema-direita, que querem impor no Brasil. 

(*FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. pág. 41)


sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Em carta, Fenaj faz defesa radical dos valores humanos e da democracia


“Queremos estar juntos com as mulheres que vão às ruas no próximo sábado, dia 29, contra o candidato que propõe o medo como estratégia e a morte como solução”, diz um trecho da mensagem

Os jornalistas têm tradição na defesa da democracia e no combate às ameaças aos direitos do trabalhador – Foto: Reprodução/Arquivo

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) divulgou, nesta quinta-feira (27), uma “Carta aos jornalistas e à sociedade”, com o objetivo de alertar a população para o grave momento pelo qual atravessa o Brasil, com inúmeras e graves ameaças à democracia. 

Acompanhe a íntegra da carta:  

Fascismo emergente exige defesa radical dos valores humanos e da democracia

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) não poderia se omitir nesse grave momento da vida do povo brasileiro, no qual há concretas ameaças à democracia. Assim, dirige-se aos/às jornalistas e à sociedade para propor a unidade política necessária à garantia de eleições seguras, democráticas e transparentes e da vitória da democracia sobre o fascismo emergente.

As ameaças que pairam sobre o país estão consubstanciadas em uma candidatura à Presidência que tenta aqui a atuação de Hitler para impor o nazismo na Alemanha.

É importante lembrar: há cerca de 33 anos foi derrotada a ditadura civil-militar que vigorou no Brasil do golpe de 1964 até 1985.  Durante 21 anos, a ditadura praticou o terrorismo oficial, cometendo crimes de lesa-humanidade. 

O Estado tornou-se agente de sequestros, assassinatos, estupros, ocultação de cadáveres e a prática de indescritíveis métodos de torturas, comandadas por bandidos fardados, como o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, do DOI-Codi (Oban) de São Paulo.

Foi, aliás, nos tétricos porões do DOI-Codi, do 2º Exército, que mataram na tortura os jornalistas Luiz Eduardo da Rocha Merlino e Vladimir Herzog.

Portanto, é extremamente grave que um candidato a presidente da República e seu companheiro de chapa façam apologia da violência e elogiem torturadores como Brilhante Ustra.

Apesar da violência prometida, de propostas esdrúxulas e ameaçadoras, das mentiras, calúnias e difamações, o candidato consegue enganar e iludir parcela significativa dos eleitores, com seu discurso falsamente moralizante. 

Como é próprio dos fascistas, o candidato a presidente, seu vice e parte de seus seguidores derramam ódio sobre negros, mulheres, homossexuais, índios, pobres, mães, avós, judeus e todos os imigrantes. Nunca se viu, na recente história do Brasil, tanta agressão aos direitos humanos e à própria condição humana. É a chegada da barbárie anunciada.

Se não bastasse isso, procurando se sobressair entre os demais representantes do neoliberalismo, que também disputam as eleições, o defensor das ditaduras não deixa de entrar num dos relevantes pontos do seu “plano de governo”: “privatizar tudo”. O objetivo é submeter a população à fúria do perverso capital financeiro internacional e das grandes corporações empresariais.

Diante da insidiosa campanha dos inimigos da democracia na sombria conjuntura atual, a FENAJ cumpre o dever de alertar os/as jornalistas para o cumprimento de seu papel profissional: dar aos cidadãos e cidadãs informações necessárias ao exercício da cidadania.

Cabe ressaltar que é dever ético dos e das jornalistas opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos; defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito; defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, adolescentes, mulheres, idosos, negros e minorias;  e combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Assim, a Federação também chama a atenção dos demais atores sociais e das entidades que não aceitam retrocessos para o perigo que ronda a nação brasileira. Queremos estar juntos com as mulheres que vão às ruas no próximo sábado, dia 29, contra o candidato que propõe o medo como estratégia e a morte como solução.

Chamamos todos e todas, jornalistas ou não, a mostrar nossa humanidade: somos defensores da vida, da solidariedade e da paz. Repudiamos a estratégia agressiva de quem pensa combater a violência com violência maior.

Nós fortalecemos a cooperação entre homens e mulheres, valorizando a vida e a liberdade, longe do preconceito e do ódio. Não toleramos o fascismo, em toda e qualquer forma de sua manifestação, e todos os regimes e comportamentos contrários ao avanço da humanidade.

Brasília, 27 de setembro de 2018.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ


No Brasil e no mundo, mulheres convocam "Todos contra Bolsonaro"

O que começou como chamado a um ato público virou movimento mundial, apoiado por diferentes setores e movimentos sociais, em rejeição à ameaça fascista representada pelo candidato

Por Redação RBA
A hashtag #EleNão ganhou as redes e apoio de diferentes setores da sociedade. Atos em São Paulo e no Rio prometem receber milhares de manifestantes
São Paulo – Já considerada vitoriosa, a campanha das mulheres contra o fascismo representado pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República ganhou as redes sociais com a hashtag #EleNão e, neste sábado (29), dá o seu maior passo, ao ganhar as ruas de centenas de cidades do Brasil e em algumas das principais do mundo. Em São Paulo, no Largo da Batata e no Rio, na Cinelândia, os protestos estão marcados para as 14h. 

A onda de protestos faz frente, de forma democrática, às declarações – carregadas de preconceito contra as mulheres, negros, pobres, homossexuais e demais minorias – e também ao plano de governo do candidato – que privilegia as elites e retira ainda mais direitos dos trabalhadores. Também serão repudiadas as ações truculentas que caracterizam os apoiadores de Bolsonaro, que comumente criam e espalham mentiras, discursos de ódio e até mesmo tentam censurar opositores.

O protagonismo feminino do movimento ganhou apoio imediato de diferentes representações sociais. Comunidade LGBTI+, movimento negro, movimento estudantil, torcidas organizadas, artistas, cientistas, intelectuais e empresários, entre outros, aderiram à mobilização de repúdio ao fascismo.

Agenda de atos no Brasil:

A intensa movimentação nas redes sociais pelo #EleNão viralizou desde o início – em poucas horas, a página Mulheres contra Bolsonaro, no Facebook, conquistou apoio de milhões – e derivou até mesmo para o bom humor, de forma a ampliar a convocação para os atos deste sábado. "Eventos" criados por internautas nas redes sociais convocam até mesmo alienígenas contra o candidato. A lista segue com duendes, gatos, defensores dos animais, amantes de sushi, os que gostam de catuaba, meteoros, ioguines, entre centenas, e até um "apoiadores de Bolsonaro contra o Bolsonaro".

A convocação para os protestos também vem sendo feita por diversos vídeos postados nas redes sociais, tanto por mulheres de destaque em seus campos de atuação, quanto por cidadãs comuns, que encorajaram-se a manifestar seu repúdio representado pela candidatura do deputado federal e capitão reformado do Exército. 

É difícil precisar o número de atos organizados nas demais capitais e em outras cidades do país. Apenas no Ceará estão previstas manifestações em 21 cidades. No exterior, serão ao menos 15 (confira quadro abaixo). "A gente não precisa desse retrocesso. Sou uma mulher que batalhei dentro do sertanejo para quebrar todo o preconceito de um mercado completamente machista", disse a cantora sertaneja Marília Mendonça, que chegou a ser, ela e sua família, ameaçada por seguidores radicais do candidato.

"Dia 29 estaremos todas nas ruas para dizer 'Ele não!'". O que está em jogo é a democracia. Esse candidato defende valores fascistas. Ele não respeita as mulheres, acha racismo normal, se coloca contra cotas e projetos sociais que dão dignidade para as pessoas. É homofóbico e defende a tortura. Por isso não. Não!, para quem finge ser 'diferente', e que, em 27 anos de vida pública, nunca aprovou um projeto de lei que melhorasse a vida de seus eleitores. O Brasil não pode embarcar em uma aventura falaciosa que pode custar vidas", resume a atriz Camila Pitanga.

Confira agenda de atos #EleNão no exterior:
Mulheres preparam agenda de mobilização fora do país
-ALEMANHA
Berlim
Local: May-Ayim-Ufer
Data e hora: sábado (29), 15h, horário local

Link do evento: https://www.facebook.com/events/1102666529884503/

-ARGENTINA
Buenos Aires
Local: Obelisco de Buenos Aires
Data e hora: sábado, 11h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/727739017605121/

-AUSTRÁLIA
Sydney
Local: Sydney Opera House
Data e hora: domingo (30), 11h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/478925589254448/

Gold Coast
Data e hora: domingo, 11h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/289385025225239/

-CANADÁ
Montreal
Local: Place des Arts
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/2391914377491364/

-ESPANHA
Barcelona
Local: Placa Sant Jaume
Data e hora: sábado, 17h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/676467622721711/

-FRANÇA
Lyon
Local: Place Bellecour
Data e hora: sábado, 14h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/1777528955648825/?ti=as

HOLANDA
Amsterdã
Local: Peace Palace
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/1024556484406434/

INGLATERRA
Londres
Local: Emmeline Pankhurst Statue
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/262625684387001/

-PORTUGAL
Porto
Local: Praça dos Leões
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/2134491663482606/

Lisboa
Local: Praça Luis de Camões
Data e hora: sábado, 16h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/546455489133848/

Coimbra
Local: Praça 8 de Maio
Data e hora: sábado, 16h

Link do evento:https://www.facebook.com/events/2300041976677018/?ti=cl

-ESTADOS UNIDOS
Nova York
Local: Union Square Station
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/271113373741846/

Boston
Local: Harvard Square
Data e hora: sábado, 15h

Link do evento: https://www.facebook.com/events/2205638479683563/

Atlanta
Local: Center for Civil and Human Rights
Data e hora: sábado, 15h
Link do evento: https://www.facebook.com/events/1982494748483241/?ti=icl
 


Fala, Mourão! Não se deixe calar pelo capitão! O povo brasileiro precisa conhecer suas ideias

Eles
Hamilton Mourão, prócer da República, vice na chapa de Jair Bolsonaro para presidente, brilhou novamente.

Desta vez foi numa palestra magnífica na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (CDL), no RS.

“Temos umas jabuticabas que a gente sabe que são uma mochila nas costas de todo empresário”, pontuou o sábio general, despertando a atenção da plateia até então dispersa.

“Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Como a gente arrecada 12 (meses) e pagamos 13? O Brasil é o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais. São coisas nossas, a legislação que está aí. A visão dita social com o chapéu dos outros e não do governo.”

O velho soldado tem sido preciso e infalível como Bruce Lee, afiado como uma espada de samurai. 

É uma verdadeira metralhadora de verdades indisputáveis que não pode, de maneira alguma, ser calada.

Após o atentado a seu chefe, cravou: “Os profissionais da violência somos nós”.

Chamou de “mulambada” o conjunto de países africanos da diplomacia Sul-Sul de Lula. 

As famílias nas quais mães e avós criam os filhos, em áreas carentes, são “fábrica de elementos desajustados que tendem a ingressar em narco-quadrilhas”. 

Depois lhe deram a oportunidade de fazer um adendo: isso não se aplica aos núcleos familiares ricos. Ufa! 

Aventou a possibilidade de um “autogolpe” quando “você vê que o país está indo para uma anomia, uma anarquia generalizada, que não há mais respeito pela autoridade, grupos armados andando pela rua…”.

Criticou as crianças “de 10, 11 anos” que estudam filosofia e não “matérias mais importantes”.

Em Bagé, deu uma amostra de sua erudição médica. “Por que preciso gastar dinheiro com uma campanha de vacinação? Todo mundo tem celular, basta mandar uma mensagem”.

A Constituição de 1988 “foi um erro”, lembrou, porque a Carta “não precisa ser feita por eleitos pelo povo. Já tivemos vários tipos de Constituição que vigoraram sem ter passado pelo Congresso eleito”.

A solução? Ora: “Fazemos um conselho de notáveis e depois submetemos a plebiscito”.

É evidente que o douto Mourão está se incluindo nesse grupo. E faz sentido! 

Uma república dos filósofos de Platão, elaborada pela fina flor da intelectualidade em diversas áreas, nosso militar à frente.

Quem melhor que ele para arregimentar as grandes cabeças da nação em torno de um projeto altivo, digno, patriótico e vencedor?

Do leito do hospital, Jair, debatendo-se, tenta dar um cala boca em seu segundo homem. Acha ele que perderá votos. 

Injustiça com esse imenso brasileiro! Não se pode aceitar essa quebra de hierarquia!

O apelo que assoma no horizonte é claro e límpido como a água que escorre da montanha onde cabo Daciolo recebeu as tábuas da lei: deixem o Mourão falar! Deixem o Mourão falar!

A democracia agradece.



 

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Nossa humanidade está em risco

Por Milton Hatoum
(Em seu perfil no Facebook)


Como se sabe, um obscuro capitão reformado, político vulgar e ineficiente, é candidato à presidência. Essa figura sinistra tem feito discursos contra as mulheres. Chegou ao cúmulo de afirmar que deu “uma fraquejada” quando nasceu sua filha.

O descalabro não para por aí. Afirmou que as mulheres devem ganhar menos do que os homens. Esses insultos machistas, a que se somam outros discursos explicitamente racistas e homofóbicos, são inaceitáveis na boca de qualquer cidadão.

Na boca de um candidato à presidência, revela a total degradação moral de um político perigoso. Se ele for eleito, certamente vai desestabilizar nossa frágil democracia.

De um modo geral, as mulheres (mães, tias, avós, irmãs) exercem o papel de lutadoras: um papel solidário, vital para consolidar a família, a comunidade, para proteger os seus filhos, os filhos dos amigos e dos vizinhos. Isso predomina nas famílias pobres das periferias, mas é comum também em inúmeras famílias de classe média. Em muitos lares sem um pai, são essas mulheres que, além de trabalhar, cuidam das crianças.

O general Hamilton Mourão (o vice do capitão), afirmou que famílias sem pai e avô que moram em áreas carentes “são fábricas de elementos desajustados que tendem a ingressar em narcoquadrilhas”.

Essa chapa presidencial reúne o que há de mais desumano, brutalmente desumano na política brasileira. Nessa dupla não há nada de solidário, compassivo e respeitoso em relação aos outros: negros, indígenas, mulheres, pobres, intelectuais, artistas. Ao contrário: as palavras asquerosas dirigidas a todos eles (principalmente às mulheres, indígenas, negros e homossexuais) são a expressão mais perfeita e repugnante dos preconceitos de classe social, etnia e sexo.

Uma parte da elite econômica (investidores do mercado financeiro e empresários) apoia a chapa sinistra. No fundo, são oportunistas profissionais: defendem interesses pessoais e corporativos, e estão se lixando para a ética e para o povo brasileiro. Aliás, essas pessoas vêm apoiando golpes e baixezas políticas desde 1964.

Mas há alguns jornalistas que querem convencer a população de que o segundo turno das eleições será uma competição entre extremistas. Isto é falso e desonesto. Nos discursos e na carreira política de qualquer outro candidato (com maior ou menor chance de passar para o segundo turno) não há um único gesto ou palavra de extremismo.

Só há uma chapa extremista nessas eleições presidenciais. E ninguém precisa ser de esquerda para dizer NÃO ao extremismo. Na última eleição presidencial da França, partidos de direita, de centro-direita, de centro e de esquerda se uniram para derrotar Marine Le Pen, a candidata antissemita, racista e xenófoba da extrema-direita.

Não foi apenas uma ampla união para defender a democracia, mas também um gesto de adesão aos princípios básicos de liberdade e solidariedade humanas.




Nova pesquisa Ibope: Haddad segue em alta, vai a 22% e Bolsonaro para em 28%

Candidato do PT cresce 14 pontos desde registro da candidatura, há 13 dias, e já ameaça liderança do ex-militar. Candidato do PSL já não vence em nenhuma hipótese de segundo turno
Bolsonaro e Haddad consolidam dianteira. No segundo turno, empate técnico
São Paulo – A curva de crescimento do candidato do PT à Presidência segue acentuada, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta segunda-feira (24). Haddad subiu mais quatro pontos em relação à semana anterior e chegou a 22%. Treze dias depois do registro oficial de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 11 de setembro, o substituto de Luiz Inácio Lula da Silva subiu 14 pontos.

O candidato Jair Bolsonaro (PSL), estacionou nos mesmos 28% das intenções de voto da semana passada.

A nova pesquisa Ibope confirma também a estabilização de Ciro Gomes (PDT) em terceiro lugar, com 11%, mesma pontuação dos últimos dois levantamentos. 

O Ibope traz Geraldo Alckmin (PSDB) em quarto e Marina Silva (Rede) em quinto. Há 13 dias, o tucano tinha 9%, caiu para 7% e agora está com 8%. A candidata da Rede, que havia caído de 9% para 6%, agora está com 5%.

João Amoêdo (Novo) tem 3%, Álvaro Dias (Pode) e Henrique Meirelles (MDB) 2% e Guilherme Boulos (Psol) 1%. Cabo Daciolo (Patriotas), Vera Lúcia (PSTU), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL) não pontuaram.

Segundo turno

O Ibope fez simulações para as seguintes hipóteses de segundo turno:

Haddad 43% x 37% Bolsonaro

Ciro 46% x 35% Bolsonaro

Alckmin 41% x 36% Bolsonaro

Marina 39% x 39% Bolsonaro 

Bolsonaro é o candidato com maior taxa de rejeição, por 46% dos pesquisados. Depois vêm Haddad 30%, Marina 25%, Alckmin 20% e Ciro 18%. O instituto entrevistou 2.506 pessoas em todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e nível de confiança de 95%.