247 - Todos os candidatos e os principais
líderes e partidos de esquerda no país solidarizaram-se com Jair
Bolsonaro depois da facada que levou na tarde desta quinta (6) em Juiz
de Fora (MG) e condenaram energicamente a violência. Bem diferente foi a
reação do próprio Bolsonaro e de outros líderes de direita quando dos
atentados contra Lula e sua caravana no Paraná, no fim de março. Ele
sugeriu que os tiros teriam sido disparados por membros da caravana:
"Está na cara que alguém deles deu os tiros". No dia seguinte a um dos
atentados, o candidato da extrema direita, num palanque em Ponta Grosso,
simulou disparar tiros contra a cabeça de um boneco que representava
Lula (aqui).
Alckmin justificou os atentados, dizendo sobre Lula e o PT: "Acho que eles estão colhendo o que plantaram" (aqui).
Da mesma maneira, a senadora Ana Amélia, agora candidata a vice de
Alckmin, afirmara, dias antes, sobre as violências cometidas contra Lula
e os integrantes e apoiadores da caravana: "Quero parabenizar Bagé,
Santa Maria, Passo Fundo, São Borja. Botaram a correr aquele povo que
foi lá levando um condenado se queixando da democracia. Atirar ovo,
levantar o relho, mostra onde estão os gaúchos".
Agora, quando Bolsonaro foi o alvo de um atentado, a esquerda
imediatamente cerrou fileiras na defesa do candidato fascista e condenou
energicamente o atentado, sem qualquer ataque ou insinuação contra
Bolsonaro. Leia as declarações dos candidatos de esquerda, dos partidos e
de algumas das principais lideranças. Condenação unânime, sem
reticências, sem referências críticas de qualquer ordem a Bolsonaro ou
mesmo qualquer menção à postura dele, de Alckmin e Ana Amélia quando dos
atentados contra Lula e a caravana do PT. Leia:
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou: "Lamentável. Nenhum
ato de violência pode ser admitido. A violência não é justificável. Na
política temos que nos ater ao enfrentamento de ideias". A presidente do
PT em Minas, Cida de Jesus, divulgou nota assegurando que o partido
"preza pelo diálogo, tolerância e paz. Por isso, venho a público
repudiar qualquer forma de violência".
Fernando Haddad foi direto: "Repudio totalmente qualquer ato de
violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro"; da mesma
forma, Manoela D'Ávila deplorou: "Lamentável o episódio envolvendo
candidato à presidência Jair Bolsonaro hoje. Condenamos ataques a
qualquer candidatura. A violência e o ódio não servem para o Brasil e
nosso povo". A ex-presidente Dilma Roussef, ela mesma vítima de um golpe
de Estado, foi resoluta na defesa de Bolsonaro: "Não podemos incentivar
o ódio. Quem fez isso não pode ficar impune. Isso não pode acontecer em
um país democrático".
A Executiva Nacional do PSOL divulgou nota repudiando o atentado,
exigindo "medidas cabíveis contra seu autor" e considerando a agressão a
Bolsonaro "um grave atentado à normalidade democrática e ao processo
eleitoral". O candidato do partido à Presidência, Guilherme Boulos, foi
incisivo, ao saber do atentado: "Soube agora do que ocorreu com
Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar
do debate político".
Ciro Gomes foi no mesmo espírito: "Acabo de ser informado em Caruaru,
Pernambuco, onde estou, que o Deputado Jair Bolsonaro sofreu um
ferimento a faca. Repudio a violência como linguagem politica,
solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e
punam o ou os responsáveis por esta barbárie."
Fonte: Publicado no Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário