"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Boas Festas e Feliz 2022!

❝E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua.❞ (Guimarães Rosa*)
Minha cara leitora e meu caro leitor, que esses últimos momentos de 2021, sejam de fortalecimento do espírito e de renovação das energias e da esperança. Porque as lutas e os desafios continuam em 2022!

Desejo que o próximo ano seja repleto de boas oportunidades, conquistas e realizações, sobretudo, de muita leveza, alegria e saúde, em suas vidas, seus lares e trabalhos. Sucesso e felicidades no novo ano!

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*ROSA, João Guimarães; 1908-1967. A hora e a vez de Augusto Matraga. 1ª edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

Basta de salvadores da pátria de araque!, Por Ana Célia Pinheiro

Nós não precisamos de “salvadores da pátria”: é em mim e em você, é em cada um de nós, que está a força para transformar este país.

Em 2018, mais de 57 milhões de brasileiros votaram em um “salvador da pátria” de araque, crentes de que ele resolveria todos os nossos problemas.

Resultado: gás de cozinha a 100 reais. Gasolina a 7 reais. 14 milhões de desempregados. Milhões de brasileiros passando fome. Gente disputando osso de boi, carcaça de frango e até revirando caminhão de lixo, para ter o que comer.

Daria para falar dias e dias sobre toda a desgraça provocada por Bolsonaro e a sua nuvem de gafanhotos, que assaltam os cofres públicos de maneira como nunca vimos neste país.

Uma gente tão perversa que foi capaz de atrasar a compra de vacinas, para realizar maracutaias bilionárias, enquanto milhares de brasileiros morriam de covid.

Vimos esses sujeitos queimando florestas, assassinando animais.

Vimos essa gente maligna acabando com o Bolsa Família e colocando no lugar um auxílio eleitoreiro, que só vai durar até o ano que vem.

Vimos essa gente ruim que nem a peste retirando os nossos direitos trabalhistas e destruindo a Educação e a Ciência.

Vimos esse “salvador da pátria” de araque destruindo até o futuro dos nossos filhos e netos, que não terão emprego. Ou, quando conseguirem emprego, será em regime de semiescravidão, com salários miseráveis e sem contrato de trabalho.

Mas, acima de tudo, vimos mais de 600 mil irmãos brasileiros morrendo de forma horrível, sufocando, e sem poderem receber nem mesmo um enterro digno, enquanto Bolsonaro até caçoava de todo esse sofrimento.

Já são quase três anos de destruição do Brasil e de matança do povo brasileiro.

Uma longa e tenebrosa noite, que nenhum de nós jamais esquecerá.

E agora, enquanto ainda choramos tantos mortos, eis que surge outro “salvador da pátria” de araque, também prometendo acabar com todos os nossos problemas: o ex-juiz Sérgio Moro.

Um ex-juiz sem qualquer compromisso nem com a Justiça, nem com o Brasil.

O juiz que comandou a operação Lava-Jato, que quebrou as nossas grandes empresas de construção civil, levando ao desemprego milhões de trabalhadores, e jogando o Brasil num pesadelo que parece não ter fim.

Um juiz que depois foi trabalhar em um escritório de advogados, lá nos Estados Unidos, para ajudar as empresas que ele mesmo havia quebrado!

Mal comparando, é como se um operário, na calada da noite, destruísse todo o seu pátio, e no dia seguinte viesse lhe oferecer os serviços dele!

Um ex-juiz que condenou tanta gente inocente. E em condenações tão injustas, tão sem provas, que estão sendo anuladas, jogadas no lixo, pelo Judiciário.

Imagine se você é acusado de alguma coisa e tem o azar de pegar um juiz assim. Imagine o seu desespero, sabendo que é inocente, mas que mesmo assim ele vai lhe condenar...

E depois de tudo isso, Sérgio Moro ainda tem a cara de pau de dizer que está preocupado com o Brasil, que ele mesmo ajudou a destruir.

Não, não há diferença alguma entre Moro e Bolsonaro.

Bolsonaro se elegeu prometendo combater a corrupção, e muitos caíram no papo-furado dele.

E isso apesar de Bolsonaro ter quase que uma vida inteira “dedicada” à corrupção, com o seu esquema de “rachadinhas”, que nada mais são do que o roubo de dinheiro público, através de funcionários fantasmas.

Moro também promete combater a corrupção.

Mas ele foi trabalhar para ajudar empresas que ele mesmo havia acusado de corrupção.

Ele usou funcionários públicos e dinheiro público para perseguir e condenar inocentes.

Ele usou funcionários públicos e dinheiro público para satisfazer interesses pessoais.

Como que alguém que age assim é honesto?

Como que alguém que age assim vai combater a corrupção?

Espero que você tenha aprendido a lição, com esse “salvador da pátria” de araque, que é Bolsonaro.

Espero que todo o povo brasileiro pare de acreditar nesses perversos, com as suas falsas promessas, que só servem para que consigam se eleger.

Eles estão se lixando se morremos de doença e de fome.

Eles estão se lixando se não temos emprego, se não temos comida, e se os nossos filhos e netos não terão futuro.

Nós não precisamos de “salvadores da pátria”: é em mim e em você, é em cada um de nós, que está a força para transformar este país.

Médicos, enfermeiros, professores, advogados, jornalistas, artistas, garis, policiais, trabalhadores em geral, e até pequenos e grandes empresários, que dão o sangue por suas empresas, todos nós, juntos, é que construiremos o Brasil que sempre sonhamos.

Um Brasil onde as pessoas não tenham de revirar o lixo, para ter o que comer.

Um Brasil que proteja e eduque as nossas crianças.

Um Brasil que reprima a violência contra mulheres, negros, gays, índios e todo e qualquer ser humano.

Uma pátria verdadeiramente amada, que proteja as nossas florestas, os nossos animais, as nossas riquezas, as nossas indústrias, a nossa ciência, as nossas religiões.

Uma pátria verdadeiramente amada, que respeite toda a nossa extraordinária diversidade: de povos, de “raças”, de tradições, de costumes, de crenças, de opiniões.

Basta de “salvadores da pátria”! Chega!

Quem nós precisamos como líder da grande reconstrução do Brasil é alguém que já tenha provado o seu compromisso com este país.

É alguém que já tenha conseguido unir os irmãos brasileiros em uma grande corrente de solidariedade, para combater a miséria e colocar dinheiro no bolso de cada cidadão.

É alguém que já tenha nos ajudado a construir uma época de prosperidade, como nunca vimos antes neste país.

Eu sei quem é esse líder, e você sabe também.

É aquele cidadão que teve a vida inteira revirada por tudo que é jornalista, por tudo que é policial e Ministério Público.

E que mesmo não tendo sido encontrado nada contra ele, foi jogado numa prisão. Tudo porque cometeu o “crime” de ajudar a construir um Brasil mais desenvolvido, mais solidário e mais humano.

É aquele cidadão, que apesar de todas as injustiças e de todas as perdas que sofreu, nunca desistiu de lutar.

É aquele cidadão que em vez de ficar com promessa, com papo furado, FAZ ACONTECER.

Porque é igualzinho a mim e a você: sabe o que é suar a camisa, sabe o que é trabalhar, para cavar o pão de cada dia.

Juntos, unidos, com ele a nos liderar, tiramos milhões de irmãos brasileiros da miséria, colocamos milhões de crianças na escola, milhões de jovens nas universidades. Ajudamos a que milhares de cidadãos realizassem o sonho de abrir uma empresa, para melhorar de vida.

E agora, novamente com a liderança dele, vamos reconstruir este país.

Vamos resgatar o Brasil de toda essa desgraça, de toda essa destruição, provocada por Jair Bolsonaro e Sérgio Moro.

Nós, cidadãos, junto com esse grande líder, já fizemos isto acontecer uma vez: já realizamos sonhos que pareciam impossíveis.

E agora, mais uma vez unidos, mais uma vez com a liderança dele, vamos novamente realizar o que parece impossível, e transformar a história deste país.

FUUUIIIII!!!!




sábado, 4 de dezembro de 2021

Especialistas defendem máscara e passaporte da vacina para controle da pandemia

Grupo de médicos considera que as incertezas quanto ao impacto da variante ômicron, e com proximidade das festas, relaxamento no uso traria muito riscos

(Prefeitura de São Paulo/Divulgação)

"Não tem que tirar a obrigatoriedade de máscara independente da variante ômicron e também não se deve fazer aglomerações, sobretudo em locais fechados", avalia infectologista. 

São Paulo – Para o médico sanitarista Gonzalo Vecina, a manutenção do uso obrigatório de máscara em locais abertos e fechados é a medida mais correta neste momento em que há poucas informações sobre a variante ômicron. Ex-presidente da Anvisa e professor da USP, Vecina avalia que na falta de resposta sobre a gravidade e a letalidade da nova cepa, é preciso “o uso de máscaras e manter não um terror, mas sim um temor a essa entrada de um novo jogador em campo que é a variante ômicron”, destaca. 

Nesta quinta-feira (2), após pedido do Comitê de Saúde, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) decidiu recuar da decisão de desobrigar o uso de máscara em locais aberto a partir de 11 de dezembro. Uma decisão assertiva, de acordo com Vecina. O grupo de médicos considerou que as incertezas quanto ao impacto da variante ômicron, às vésperas das festas de fim de ano, tornam arriscado avançar na retirada da proteção. Com isso, o uso de máscara permanece obrigatório em todos os ambientes, seja externos ou internos. Assim como no transporte público, inclusive dentro das estações de metrô e trem e nos terminais de ônibus. 

A prefeitura de São Paulo também informou que manterá o uso de máscara obrigatório, mesmo em ambientes abertos. O município ainda cancelou a festa de réveillon na Avenida Paulista. Além disso, governo estadual e prefeitura decidiram reduzir o intervalo de aplicação da dose de reforço, de cinco para quatro meses. O período deve ser considerado a partir do dia em que a pessoa recebeu a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus.

Adoção do passaporte da vacina

O infectologista Gerson Salvador, do Hospital Universitário da USP, destaca que em muitos países é evidente a relação entre relaxamento de medidas de proteção e aumento de casos, cuja gravidade e mortalidade têm sido evitadas pelas vacinas. Ele defende, além da continuidade do uso de máscaras, a exigência do passaporte da vacina como forma de ampliar o controle da pandemia. “Não tem que tirar a obrigatoriedade de máscara independente da variante ômicron e também não se deve fazer aglomerações, sobretudo em locais fechados. Além disso, seria oportuno ter passaporte imunológico para todos os eventos e situações que envolvem encontros presenciais”, afirma. 

Até esta quinta, o Brasil já tinha confirmado cinco casos da nova cepa e oito suspeitos em todo o território nacional. Entre os que testaram positivo, três são em São Paulo e dois no Distrito Federal. No estado paulista, dois são de um casal de missionários que desembarcaram da África do Sul. E outro de um viajante vindo da Etiópia. 

O que se sabe sobre a ômicron

A ômicron foi detectada pela primeira vez na África do Sul e declarada como uma variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação é dada a variantes que podem ter uma ou mais das seguintes alterações: aumento da transmissão, aumento da gravidade dos casos ou escape da vacina. A coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra reuniu informações em suas redes sociais que apontam indícios importantes sobre a variante.

Segundo ela, embora ainda não se saiba se a Ômicron apresenta algum escape parcial às vacinas, não significa que haverá perda de proteção entre os vacinados. As medidas já conhecidas como uso de máscaras do tipo PFF2 e N95, bem como o distanciamento social e evitar aglomerações seguem sendo eficazes contra qualquer variante do coronavírus.

Os, relatos de hospitais, que têm atendido os pacientes infectados pela ômicron, indicam ainda uma maioria de casos leves e poucas mortes. Ou seja, embora a variante seja preocupante, não é o caso de voltarmos à estaca zero da pandemia. Ou ter uma situação como a do início de 2020 ou de março deste ano. Porém, já existem evidências de que a Ômicron tem uma maior capacidade de reinfecção. Ou seja, de contaminar pessoas que já tiveram covid-19 e se recuperaram, mas que não tomaram vacina. O que torna ainda mais relevante a necessidade de todas as pessoas tomarem as duas doses da vacina e a dose de reforço, quando for o caso. Inclusive porque novas variantes surgem principalmente em regiões com baixa cobertura vacinal e altas taxas de contaminação.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Moro, a marcha para o estado de exceção, por Luis Nassif

'No Brasil, imaginava-se que a tragédia Bolsonaro tivesse sido uma lição para uma elite institucional provinciana, atrasada que nos últimos dez anos destruiu todos os resquícios de democracia e de direitos sociais.'

As grandes transformações ocorrem após grandes tragédias. Foi assim no pós-Segunda Guerra, que fez o mundo acordar da financeirização selvagem do período anterior e propor pactos globais que trouxeram um suspiro de civilização ao Ocidente.

No Brasil, imaginava-se que a tragédia Bolsonaro tivesse sido uma lição para uma elite institucional provinciana, atrasada que nos últimos dez anos destruiu todos os resquícios de democracia e de direitos sociais. O apagão administrativo, os negócios com vacinas, provocando a morte de centenas de milhares de pessoas, os riscos que a democracia correu, não soçobrando exclusivamente devido aos terraplanistas que cercam Bolsonaro – e que contribuíram para sua desmoralização – nada disso adiantou. O país tem uma elite historicamente autoritária. E, nos preparativos para as próximas eleições, ela terá papel na definição da terceira via.

Daqui para frente, há algumas tendências começando a ganhar corpo:

1. Um esvaziamento lento de Jair Bolsonaro, com a direita migrando para Sérgio Moro. É um processo inicial, mas que poderá ganhar uma dinâmica maior, com a queda de popularidade de Bolsonaro.

2. O esvaziamento das candidaturas de Ciro Gomes e João Dória Jr e dos demais candidato da terceira via. É mais uma eleição em que Ciro se auto-destrói pela absoluto paradoxo de dispor dos melhores diagnósticos para o país, e das piores estratégias políticas. Quis o cetro de anti-Lula, sem sequer avaliar de quem seria o trono, quando Moro entrasse no jogo.

3. O arco de apoio a Moro está sendo montado com o Partido Militar, mercado e grupos empresariais. Provavelmente seu porta-estandarte será o ex-procurador Deltan Dallagnol, mais articulado e desinibido que Moro. 

Nas próximas semanas se verá melhor os movimentos da mídia. A semana de lançamento de candidatura é, normalmente, a de maior impacto. Serão necessárias algumas semanas a mais para se avaliar melhor a dimensão da candidatura Moro.

De um lado, haverá a mediocridade explícita de Moro. De outro, a falta de alternativas para a terceira via. Finalmente, a falta absoluta de visão política prospectiva da parte da mídia. Uma eventual vitória de Moro significaria o golpe final na democracia.

Ao contrário de Bolsonaro, Moro tem relações umbilicais com o Partido Militar. Bolsonaro era aceito de forma algo envergonhada pelos militares, ao preço de abrir 8 mil cargos no governo. Já Moro é apoiado desde a Lava Jato. Os modos discreto, a perversidade fria de Moro é mais adequada aos protocolos militares do que o histrionismo de Bolsonaro.

Moro foi o Ministro que perseguiu adversários recorrendo à Lei de Segurança Nacional; que tentou criar uma versão falsa da Vazajato para prender e expulsar do país o jornalista Glenn Greenwald. É o Ministro que colocou a Polícia Federal para intimidar um simples porteiro de condomínio que depôs sobre Bolsonaro no episódio da reunião prévia dos assassinos de Marielle Franco, no condomínio onde mora o presidente.

É o Ministro que organizou a Operação Garantia de Lei e Ordem no Ceará e estimulou o motim da Polícia Militar, episódio só contido pela coragem imprudente do senador Cid Gomes.

Com Moro no poder, haveria a volta do aparelhamento da Polícia Federal pelos delegados da Lava Jato; um retorno dos abusos do Ministério Público Federal; a intimidação dos críticos com uso ampliado do poder de Estado, com funcionários cooptamos do COAF, da Receita e a militância política extremada do Judiciário.

Aliás, a entrevista de Dallagnol, ontem, à CNN, foi de um deslumbramento constrangedor da parte dos jornalistas, mostrando que o jornalismo será mais uma vez sacrificado em nome dos interesses políticos dos grupos empresariais.

Na esquerda, o jogo também é complicado. Lula já se firmou definitivamente como o candidato do arco de esquerda. Mas terá que fazer um movimento forte em direção ao centro. No momento, fala-se em dobradinha com o ex-presidenciável Geraldo Alckmin. Há ainda a possibilidade de uma liderança empresarial influente.

A montagem do grande arco de esquerda demandará concessões de lado a loa, com o PT abrindo mão de algumas candidaturas em favor dos partidos da aliança. Trata-se de uma estratégia que Lula domina amplamente, ao contrário das dificuldades que Bolsonaro e Moro encontrarão para amarrar as alianças regionais.

De qualquer modo, ainda se está na preliminar do jogo principal.

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