"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.
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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Trabalho de Conclusão de Curso é defendido pela primeira vez em língua indígena na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Pela primeira vez um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é defendido em língua indígena na Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). O ineditismo parte do aluno do curso de licenciatura plena em Educação do Campo (Fecampo) Bep Punu Kayapó que trouxe o seu trabalho acadêmico de 50 páginas intitulado: "Be Jakam Bet Djá Gu Me Arym Ba Arym Kaben o Ba Bit Noro Ket" que traduzido significa - "Se nós escrevemos a nossa língua a gente não se esquece".
A defesa do TCC foi realizada na tarde de segunda-feira (26), na Sala 08 da Unidade I e contou com a presença de dezenas de pessoas, inclusive parentes do próprio aluno que vieram prestigiá-lo nesse momento tão importante.
A banca foi composta pela Profa. Dra. Maria Cristina Macedo Alencar e a Banca Examinadora foi composta pelo professor de História do Instituto de Estudos do Trópico Úmido (IETU) - Laércio Sena, da Faculdade de Educação do Campo - Lucivaldo Silva da Costa e do professor de Língua Portuguesa e especialista na língua mēbêngôkre - Eketi Kayapó.
O aluno Bep Punu Kayapó teve o tempo regimental de 15min para apresentação e defesa de seu trabalho e relatou as dificuldades que teve ao longo do tempo em que se dedicou a escrita do seu TCC em sua língua materna. "Senti muita dificuldade para fazer esse trabalho porque em nossa terra indígena somos mais estimulados à oralização do que a escrita e encontrei poucos materiais para embasar a escrita do meu trabalho. Foi exigido de mim muito esforço, mas eu consegui", disse entusiasmado o aluno.
O trabalho procurou refletir sobre os letramentos dos povos Mēbêngôkre a partir da observação nas escolas desse povo na Terra Indígena Mēbêngôkre Kayapó. O objetivo do aluno foi mostrar para o povo Mēbêngôkre a importância de se escrever na escola na própria língua. Segundo Bep Punu Kayapó, as informações que ele escreveu foram adquiridas nos estágios de observação durante a formação do curso de licenciatura em Educação do Campo e estágio de intervenção. Nesses estágios, o aluno observou que o povo Mēbêngôkre fala muito bem a sua língua, mas poucos sabem escrever em mēbêngôkre. E concluiu que se o povo Mēbêngôkre aprender a escrever em sua língua materna poderão construir e escrever sua própria história.
Ele relatou que a cultura dos povos Mēbêngôkre tem suas raízes fortes em manter a valorização das tradições, e, principalmente, a língua falada em mēbêngôkre. Bep Punu Kayapó faz uma proposta pedagógica em seu trabalho para o ensino da língua nas escolas mēbêngôkre, com o propósito de ajudar na melhoria da educação escolar indígena nas comunidades mēbêngôkre.
"Pela primeira vez alguém da nossa família, da nossa aldeia consegue ir tão longe nos estudos. Para nós é um orgulho muito grande. Viajei pela madrugada para estar aqui. Estava ansioso para testemunhar esse momento. Quero pedir ao meu sobrinho que continue estudando para mostrar aos outros da nossa terra indígena que é possível chegar lá, que é possível adquirir conhecimentos e vencer", disse emocionado Eketi Kayapó da Aldeia Indígena Kaprankrere, de Pau D'arco - PA.

Fonte: Unifesspa

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

O que há por trás das falas do presidente?

Paulo Martins – Foto: Marcos Santos/ USP Imagens
Após oito meses de governo algo deve ser dito: o padrão comportamental do presidente é absolutamente coerente. Afinal não há uma semana sequer que não sejamos pegos “de assalto” por uma fala que não possa ser considerada intempestiva, pouco qualificada, desmedida, ou mesmo, inconveniente. São “tiros para todos os lados”, com a devida vênia. Ainda que “seu alvo predileto” seja um espectro político específico – a esquerda – e o episódio com os governadores do Nordeste é paradigmático[1], antigos aliados ou atuais colaboradores e parceiros também são “alvejados” por seu fel. Gustavo Bebiano, Alberto Santos Cruz, Ricardo Vélez Rodrigues e Alexandre Frota são exemplos notáveis. Qual seria o próximo? Há quem aposte na pasta da Justiça, já que os atos contra a autonomia da Receita Federal, da Polícia Federal e do extinto Coaf afetam diretamente o “superministro” Moro.

Entretanto, mesmo que seja típico de Bolsonaro personalizar os ataques embebidos com sua atrabílis, suas ações somenos muita vez causam espanto, já que diante de uma crise sem precedentes no emprego – os 13% são respeitáveis –, com uma saúde em frangalhos – o SUS está em perigo – e uma educação vilipendiada – é melhor nem comentar –, o presidente pauta seu dia a dia numa agenda completamente deslocada de problemas reais do País. Afora o fato de que paradoxalmente indo por esse caminho acaba por destruir algo que havia sido construído para o bem da população: velocidade nas estradas, cadeirinhas de criança nos automóveis, a questão dos armamentos, a embaixada para “o seu número 3”, o deputado Eduardo, censura na Ancine, as ONGs incendiárias, etc. Já nos habituamos ao blá-blá-blá, mas sexta-feira, 23 de agosto, houve um repique de panelas.

Limitasse Jair Messias Bolsonaro a operar ações apequenadas no cenário do comezinho nacional, menos pior, mas seus vitupérios e impropriedades internacionais solapam a tradição das relações exteriores brasileiras, respeitadíssima no concerto das nações. Desqualificar e vituperar o possível próximo presidente da Argentina, Alberto Fernández – “bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”[2] –, o cancelamento do encontro com o chanceler francês Jean-Yves Le Drian a fim de dar conta de sua “urgência capilar”[3], são alguns exemplos de como não fazer política internacional. Entretanto o pior haveria de vir: as bravatas contra a Alemanha de Angela Merkel[4] e a Noruega de Erna Solberg[5], com a questão do Fundo Amazônia, eram a ponta do iceberg que culminaria na maior crise internacional que o Brasil já vivenciou. Às vezes o “tiro sai pela culatra”. E isso um bom militar saberia. Sabe um miliciano qualquer. Hoje estamos à beira de assistir ao malogro do acordo União Europeia e Mercosul que foi construído nos últimos anos. Mas vejamos. Embora nesse caso a boca-rota tenha levado a um grande problema, parece-me que no cotidiano suas falas encobrem uma estratégia de “governo” que se deseja Estado. Isso sim um problema terrível, quem não se lembra da aula de história: “L’État, c’est moi”?.

Há quem diga que a boca de trapo desnuda idiossincrasias, outros afirmam despreparo, alhures afirmam que são “gozações”, “tiração de sarro”, mas Frota na semana passada foi um pouco mais forte, “um idiota ingrato que nada sabe”[6]. Em recente artigo no El País, Juan Arias afirma quanto à linguagem de Bolsonaro: “Desde o surgimento da psicanálise, e depois de Freud e Lacan, conhecemos muito bem o perigo contido na linguagem, que nunca é inocente, porque também revela o abismo do nosso interior. […] Nada seria pior do que tomar suas bravatas e loucuras linguísticas como algo sem importância a que deveríamos nos acostumar. Pode ser trágico”[7]. Acredito exatamente nisso. Entretanto, assomo às falas certas ações que conspiram pari passu. Todo esse aparato que, aos olhos de pessoas esclarecidas, pode parecer apenas motivo de galhofa, é, antes de qualquer coisa, caso pensado, projeto estratégico, cortina de fumaça.

Porém não quero dizer que estas ações e falas de Bolsonaro não afetem o Brasil, não destruam aparelhos do Estado ou não limitem ações governamentais, mas, antes de quaisquer efeitos danosos maiores, essas obnubilam as reformas de cunho estrutural cuja característica primeira é a redução do Estado, o tornando ínfimo, como é do gosto ultraliberal. O que seguramente afeta a maior parte da população brasileira – somos um pobre país rico –, pois que essa depende de políticas de Estado em diversas esferas: saúde, educação, habitação, segurança, trabalho, previdência são apenas algumas.

O sucateamento das universidades federais e das duas agências federais de fomento, Capes e CNPq, literalmente aniquila o sistema de educação e de pesquisa no País. Não imaginemos que esse projeto está apenas limitado ao desprezo do presidente ao meio universitário por conta de uma agenda pessoal, ideológico-religiosa – não que isso não exista. Na verdade, o “Future-se” é o “braço armado” do mercado na “guerrilha” contra a educação pública, principalmente com implemento das parcerias entre as IFES e as organizações sociais (OSs) que irão fraudar, fraturar, por fim, “eliminar” a autonomia universitária garantida nos artigos 205 e 206 da CF[8].

Por seu turno, reforma da Previdência, cuja “economia” para os cofres seria da ordem de 1 trilhão de reais, tem no estrato social daqueles que perfazem entre um a cinco salários mínimos – “os privilegiados” – a “economia” em torno de 600 bilhões de reais, que cumulada com o sistema de capitalização – esse “a menina dos olhos” de Paulo Guedes –, um presente ao mercado financeiro, não só diminuirão o tamanho do Estado, mas o entregarão à iniciativa privada, perpetuando as graves distâncias entre esse grupo – a maioria da população – e os super-ricos, esses, sim, intocados pela reforma previdenciária.

Devemos ficar atentos, pois “a mãe de todas as reformas”, como é conhecida, começa a tramitar no Congresso. Se a reforma tributária vier para qualificar a cobrança de impostos, amparando a premissa de “quem ganha mais, paga mais” seja implantada ou diferenciando os conceitos de salário e renda, regulando a aplicação dos recursos arrecadados, corrigindo as distorções da tabela do IRPF, criando novas alíquotas para os mais ricos, não creio que haverá alguém efetivamente contra, a não ser os privilegiados pelo atual sistema tributário brasileiro que indubitavelmente existem. Mas, nas atuais circunstâncias, isso seria fechar um acordo com elfos e hobbits. Como não creio em seres, tanto pior…

Sintetizando, ainda que certas falas e atos de Bolsonaro possam e devam ser alvos de chacota como fez o deputado Marcelo Freixo[9] – perguntado se o presidente falaria dia sim, dia não apenas – quando da proposta daquele para redução da poluição ambiental[10]; ainda que algumas vezes possam se tornar um imbróglio internacional com consequências devastadoras[11]; ainda que sinalizem muitas vezes para um desvio que, pautado por discurso moralizante, se associa ao escatológico e ao sexual[12], na maior parte das vezes seu discurso e sua ação são absolutamente descolados de algo útil ou eficaz para seu governo e para o Estado, entretanto ocupam um enorme espaço midiático, o que acaba por encetar desvio do olhar atento dos cidadãos para as reformas que estão claramente desestruturando o Estado brasileiro e que, certamente, irão produzir danos provavelmente duradouros.

[8] Cf. meu artigo neste jornal: “Future-se ou devoro-te”, de 31 de julho de 2019. (https://jornal.usp.br/artigos/future-se-ou-devoro-te/).

*Paulo Martins é professor e vice-diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP)



As manobras por trás das mudanças no COAF, por Luis Nassif

Nas mãos de Sérgio Moro, o COAF seria utilizado como instrumento de poder e chantagem – como efetivamente foi. Daí a razão da mudança não ter provocado nenhum abalo na opinião pública. Nas mãos do BC de Campos Neto, como órgão decorativo.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Foto: Reprodução
No Brasil, até o combate à corrupção é corrupto.

Pelo que se leu, de trechos de seu último livro, Jesse de Souza chegou ao segundo pilar fundador da sociedade brasileira: a corrupção, gêmea univitelina da escravidão.

Ao trechos que foram divulgados, de conversas com um suposto banqueiro, remetem diretamente a André Esteves, do Banco BTG Pactual. Lá, um (ex?) banqueiro ouvido fala em compra de juizes, ministros, autoridades federais, jornais e jornalistas.

Um dia a história virá à tona e serão revelados os métodos de Esteves, Daniel Dantas e dos novos atores que surgem no jogo político com a financeirização da economia, como o XP, contratando Ministros do Supremo e procuradores para palestras reservadas. E haverá alguma explicação para o fato dos procuradores terem poupado Esteves, tanto na Lava Jato quanto na Operação Zelotes, que investigou o CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), e que poderia chegar facilmente aos esquemas acertados entre Esteves e Antonio Palocci. A operação chegou a indiciar um presidente de banco sério, meramente pelo fato de ter cruzado no elevador com um advogado que foi oferecer seus serviços no banco. E Esteves passou incólume.

Agora a Polícia Federal age contra ele, no momento em que dois veículos influentes, Veja e Folha, que tem participação de Esteves (através da UOL), se aliam ao The Intercept para denunciar os abusos da operação.

O cenário do escândalo Banestado

O terreno está sendo preparado para um novo escândalo Banestado, uma operação que se limitou a prender funcionários de banco e doleiros, deixando livres políticos influentes, como José Serra,  grandes bancos de investimento, e o principal responsável pela autorização aos bancos para operar na região, Gustavo Franco.

Agora, Paulo Guedes e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, trazem de volta o mesmo ambiente que permitiu o escândalo do Banestado.

Na época, foi assinada a Carta Circular 5, permitindo a abertura de contas em dólares no país. Depois disso, o BC autorizou alguns bancos específicos a atuar na Tríplice Fronteira, lavando dinheiro no comércio de Foz do Iguaçu. Entre os bancos, o Araucária, de Jorge Bornhausen.

O escândalo durou vários anos porque o BC, a quem cabia a fiscalização, não enviava dados à Receita. Apenas em 1998 foi montado o COAF (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) visando dar um mínimo de coordenação às ações públicas contra lavagem de dinheiro.

O cenário montado por Guedes

Agora, se tem os seguintes movimentos:-

Movimento 1 – O COAF, com novo nome, é transferido para o Banco Central, cortando completamente o cordão com a Receita e outros órgãos de fiscalização.

Movimento 2 – o novo decreto traz para o próprio órgão a definição dos procedimentos de punição aos infratores, através da revogação do artigo 13

Art. 13. O procedimento para a aplicação das sanções previstas neste Capítulo será regulado por decreto, assegurados o contraditório e a ampla defesa (revogado).  

Movimento 3 – acaba com o colegiado, que determinava a presença de representantes de outros órgãos públicos, através da revogação do artigo 16.

Art. 16.  O Coaf será composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida competência, designados em ato do Ministro de Estado da Economia dentre os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Economia, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional do Ministério da Economia, da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério da Economia, da Agência Brasileira de Inteligência do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar do Ministério da Economia e da Controladoria-Geral da União, indicados pelos respectivos Ministros de Estado. (Revogado)

Movimento 4 – mantém exclusivamente no BC os decretos de organização e funcionamento do órgão, através da revogação do artigo 17.

Art. 17. O COAF terá organização e funcionamento definidos em estatuto aprovado por decreto do Poder Executivo. (Revogado)

Movimento 5 – permissão para abertura de contas em dólares no Brasil (clique aqui).

Ou seja, serão abertas novamente contas em dólares e o presidente do BC passa a ter controle total sobre as operações do órgão. Afasta-se qualquer possibilidade de fiscalização.

Nas mãos de Sérgio Moro, o COAF seria utilizado como instrumento de poder e chantagem – como efetivamente foi. Daí a razão da mudança não ter provocado nenhum abalo na opinião pública. Nas mãos do BC de Campos Neto, como órgão decorativo.

[O GGN prepara uma série de vídeos sobre a interferência dos EUA na Lava Jato e a indústria do compliance. Quer se aliar a nós? Acesse: www.catarse.me/LavaJatoLadoB]



Carta pública aos ex-colegas da Lava-Jato, por Eugênio Aragão

Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio. Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga.

Sim. Ex-colegas, porque, a despeito de a Constituição me conferir a vitaliciedade no cargo de membro do Ministério Público Federal, nada há, hoje, que me identifique com vocês, a não ser uma ilusão passada de que a instituição a que pertenci podia fazer uma diferença transformadora na precária democracia brasileira. Superada a ilusão diante das péssimas práticas de seus membros, nego-os como colegas.

Já há semanas venho sentindo náuseas ao ler suas mensagens, trocadas pelo aplicativo Telegram e agora reveladas pelo sítio The Intercept Brasil, num serviço de inestimável valor para nossa sociedade deformada pela polarização que vocês provocaram. Na verdade, já sabia que esse era o tom de suas maquinações, porque já os conheço bem, uns trogloditas que espasmam arrogância e megalomania pela rede interna da casa. Quando aí estava, tentei discutir com vocês, mostrar erros em que estavam incidindo no discurso pequeno e pretensioso que pululava pelos computadores de serviço. Fui rejeitado por isso, porque Narciso rejeita tudo que não é espelho. E me recusava a me espelhar em vocês, fedelhos incorrigíveis.

A mim vocês não convencem com seu pobre refrão de que “não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas por meio criminoso”. Por muito menos, vocês “reconheceram” diálogo da Presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff com o Ex-Presidente Lula, interceptado e divulgado de forma criminosa. Seu guru, hoje ministro da justiça de um desqualificado, ainda teve o desplante de dizer que era irrelevante a forma como fora obtido acesso ao diálogo, pois relevaria mais o seu conteúdo. Tomem! Isso serve que nem uma luva nas mãos ignóbeis de vocês. Quem faz coisa errada e não se emenda acaba por ser atropelado pelo próprio erro.

Subiu-lhes à cabeça. Perderam toda capacidade de discernir entre o certo e o errado, entre o público e o privado, tamanha a prepotência que os cega. Não têm qualquer autocrítica. Nem diante do desnudamento de sua vilania, são capazes de um gesto de satisfação, de um pedido de desculpas e do reconhecimento do erro. Covardes, escondem-se na formalidade que negaram àqueles que elegeram para seus inimigos.

Esquecem-se que o celular de serviço não se presta a garantir privacidade ao agente público que o usa. Celulares de serviço são instrumentos de trabalho, para comunicação no trabalho. Submete-se, seu uso, aos princípios da administração, entre eles o da publicidade, que demanda transparência nas ações dos agentes públicos. Conversas de cunho pessoal ali não devem ter lugar e, diante do risco de intrusão, também não devem por eles trafegar mensagens confidenciais. Se houver quebra de confidencialidade pela invasão do celular, a culpa pelo dano ao serviço é do agente público que agiu com pouco caso para com o interesse da administração e depositou sigilo funcional na rede ou na nuvem virtual. Pode por isso ser responsabilizado, seja na via da improbidade administrativa, seja na via disciplinar, seja no âmbito penal por dolo eventual na violação do sigilo funcional. Não há, portanto, que apontarem o dedo para os jornalistas que tornaram público o que público devesse ser.

De qualquer sorte, tenho as mensagens como autênticas, porque o estilo de vocês – ou a falta dele – é inconfundível. Mesmo um ficcionista genial não conseguiria inventar tamanha empáfia. Tem que ser membro do MPF concurseiro para chegar a tanto! Umas menininhas e uns menininhos “remplis de soi-mêmes”, filhinhas e filhinhos de papai que nunca souberam o que é sofrer restrições de ordem material e discriminação no dia a dia. Sempre tiveram sua bola levantada, a levar o ego junto. Pessimamente educados por seus pais que não lhes puxaram as orelhas, vocês são uns monstrengos incapazes de qualquer compaixão. A única forma de solidariedade que conhecem é a de uma horda de malfeitores entre si, um encobrindo um ao outro, condescendentes com os ilícitos que cada um pratica em suas maquinações que ousam chamar de “causa”. Matilhas de hienas também conhecem a solidariedade no reparto da carniça, mas, como vocês, não têm empatia.

Digo isso com o asco que sinto de vocês hoje. Sinto-me mal. Tenho vontade de vomitar. Ao ler as mensagens trocadas entre si em momentos dramáticos da vida pessoal do Ex-Presidente Lula, tenho a prova do que sempre suspeitei: de que tem um quê de psicopatas nessa turma de jovens procuradores, uma deformação de caráter decorrente, talvez, do inebriamento pelo sucesso. Quando passaram no concurso, acharam que levaram o bilhete da sorte, que lhes garantia poder, prestígio e dinheiro, sem qualquer contrapartida em responsabilidade.

Sim, dinheiro! Alguns de vocês venderam  sua atuação pública em palestras privadas, em troca de quarenta moedas de prata. Mas negaram ao Ex-Presidente Lula o direito de, já sem vínculo com a administração, fazer palestras empresariais. As palestras de vocês, a passarem o trator sobre a presunção de inocência, são sagradas. Mas as de Lula, que dão conta de sua visão de Estado como ator político que é, são profanas. E tudo fizeram na sorrelfa, enganando até o corregedor e o CNMP.

Agora, a cerejinha do bolo. Chamam Lula de “safado”, fazem troça de seu sofrimento, sugerem que a trágica morte de Dona Mariza foi queima de arquivo… chamam o luto de “mimimi” e negam o caráter humano àquele que tão odienta e doentiamente perseguem! Só me resta perguntar: onde vocês aprenderam a ser nazistas? Pois tenho certeza que o desprezo de vocês pelo padecimento alheio não é diferente daqueles que empurravam multidões para as câmaras de gás sem qualquer remorso, escorando-se no “dever para com o povo alemão”. Ao externarem tamanha crueldade para com o Ex-Presidente Lula, vocês também invocarão o dever para com o Brasil?

Declarem-se suspeitos em relação ao alvo de seu ódio. Ainda é tempo de porem a mão na consciência, mostrarem sincero remorso e arrependimento, porque aqui se faz e aqui se paga. A mão à palmatória pode redimi-los, desde que o façam com a humildade que até hoje não souberam cultivar e empreendam seu caminho a Canossa, para pedirem perdão a quem ofenderam. Do contrário, a história não lhes perdoará, por mais que os órgãos de controle, imbuídos de espírito de corpo, os queiram proteger. A hora da verdade chegou e, nela, Lula se revela como vítima da mais sórdida ação de perseguição política empreendida pelo judiciário contra um líder popular na história de nosso país. Mais cedo ou mais tarde ele estará solto e inocentado, já vocês…

Despeço-me aqui com uma dor pungente no coração. Sangro na alma sempre que constato a monstruosidade em que se transformou o Ministério Público Federal. E vocês são a toxina que acometeu o órgão. São tudo que não queríamos ser quando lutamos, na Constituinte, pelo fortalecimento institucional. Esse desvio de vocês é nosso fracasso. Temos que dormir com isso.



Hienas da Lava Jato zombaram das mortes de parentes de Lula

Jornalista Leandro Fortes, do Jornalistas pela Democracia, avalia os procuradores da Lava Jato em nenhum momento mostraram empatia com a dor de Lula, ao comentar as mensagens divulgadas nesta terça-feira, 27. "O resto de dignidade que havia na Operação Lava Jato se esvaiu no deboche desses diálogos desumanos essa gente horrível. Nem a morte de uma criança de 7 anos foi capaz de lhes passar um verniz de caráter"

Os últimos diálogos vazados pelo Intercept Brasil, nos quais procuradores e procuradoras federais zombam e tripudiam das mortes da mulher, do irmão e do neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, representam uma negação da humanidade.

Difícil fazer uma análise simplificada desse fenômeno, mas o fato é que, justamente nos tempos de fartura econômica e de cidadania, durante os governos do Partido dos Trabalhadores, o Ministério Público – ademais, como o serviço público, em geral – foi sofrendo uma lenta e poderosa infiltração de energúmenos, de sociopatas ilustrados, de não-pessoas.

Esse paradoxo se torna ainda menos compreensível, à luz da razão, porque foram os governos petistas que radicalizaram a valorização do Ministério Público Federal. Foram quem deram à instituição mais recursos e vagas. Garantiram, com todas as consequências políticas que resultaram dessa política, a nomeação de procuradores-gerais da República eleitos, em primeiro lugar, na lista tríplice decidida pela corporação.

Mas, enquanto isso, gestadas no coração da classe média fascista, racista e iletrada da nação, essas não-pessoas formaram uma nova casta, a dos concurseiros – viajantes solitários da decoreba que, pouco a pouco, tornaram o serviço público uma entidade privativa do que de pior a sociedade brasileira produziu, nesse início de século.

Deltan Dallagnol e sua trupe de Curitiba, sob o comando de Sérgio Moro, como demonstram as mensagens do Telegram, tomaram para si essa simbologia. Contra a lei, o bom senso e a ética, transformaram o Ministério Público numa repartição do Santo Ofício, dentro da qual montaram um altar para sacrificar Lula, um homem condenado sem provas, em nome do ódio de classe, do fanatismo religioso e da estupidez ideológica.

Em nenhum momento, mostraram empatia com a dor de Lula. Estavam tão somente preocupados com a possibilidade de fuga ou, pior, da liberdade daquele que mantêm encarcerado por sadismo e interesse financeiro.

O resto de dignidade que havia na Operação Lava Jato se esvaiu no deboche desses diálogos desumanos essa gente horrível. Nem a morte de uma criança de 7 anos foi capaz de lhes passar um verniz de caráter.



segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Leia "Bando de Cafonas", a última coluna de Fernanda Young (1970-2019)

A escritora e roteirista Fernanda Young – que faleceu neste domingo (25), aos 49 anos – teve um texto póstumo divulgado um dia após sua morte. O jornal O Globo, do qual ela era colunista, publica nesta segunda-feira (26) Bando de Cafonas, a última contribuição de Young à imprensa brasileira. Conforme adiantou o site do diário carioca, trata-se de “um pequeno tratado sobre os cafonas e o seu mau gosto existencial no Brasil de hoje”. Leia a íntegra da coluna.
Texto póstumo de Fernanda Young é “um pequeno tratado sobre os cafonas e o seu mau gosto existencial no Brasil de hoje”
Bando de cafonas
Por Fernanda Young, no O Globo (26/08/2019)

A Amazônia em chamas, a censura voltando, a economia estagnada, e a pessoa quer falar de quê? Dos cafonas. Do império da cafonice que nos domina. Não exatamente nas roupas que vestimos ou nas músicas que escutamos – a pessoa quer falar do mau gosto existencial. Do que há de cafona na vulgaridade das palavras, na deselegância pública, na ignorância por opção, na mentira como tática, no atraso das ideias.

O cafona fala alto e se orgulha de ser grosseiro e sem compostura. Acha que pode tudo e esfrega sua tosquice na cara dos outros. Não há ética que caiba a ele. Enganar é ok. Agredir é ok. Gentileza, educação, delicadeza, para um convicto e ruidoso cafona, é tudo coisa de maricas.

O cafona manda cimentar o quintal e ladrilhar o jardim. Quer todo mundo igual, cantando o hino. Gosta de frases de efeito e piadas de bicha. Chuta o cachorro, chicoteia o cavalo e mata passarinho. Despreza a ciência, porque ninguém pode ser mais sabido que ele. É rude na língua e flatulento por todos os seus orifícios. Recorre à religião para ser hipócrita e à brutalidade para ser respeitado.

A cafonice detesta a arte, pois não quer ter que entender nada. Odeia o diferente, pois não tem um pingo de originalidade em suas veias. Segura de si, acha que a psicologia não tem necessidade e que desculpa não se pede. Fala o que pensa, principalmente quando não pensa. Fura filas, canta pneus e passa sermões. A cafonice não tem vergonha na cara.

O cafona quer ser autoridade, para poder dar carteiradas. Quer vencer, para ver o outro perder. Quer ser convidado, para cuspir no prato. Quer bajular o poderoso e debochar do necessitado. Quer andar armado. Quer tirar vantagem em tudo. Unidos, os cafonas fazem passeatas de apoio e protestos a favor. Atacam como hienas e se escondem como ratos.

Existe algo mais brega do que um rico roubando? Algo mais chique do que um pobre honesto? É sobre isso que a pessoa quer falar, apesar de tudo que está acontecendo. Porque só o bom gosto pode salvar este país.



Queiroz e a vergonha alheia, por Wilson Luiz Müller

Queiroz é a vergonha do MPE-RJ, onde dormiu em gavetas esplêndidas até duas semanas após a eleição de Bolsonaro, sem que ocorresse a algum doutor a ideia de dar andamento à investigação do então não famoso nem poderoso motorista da República

Flávio Bolsonaro ao lado do ex-assessor Fabrício Queiroz. Foto: Reprodução/Redes sociais
Queiroz é o típico caso de vergonha alheia. Ele não sente vergonha de nada, e nem tanto é preciso. Outros se envergonham em seu lugar. Mais uns tantos são por ele envergonhados. Quem ainda não sente vergonha, em algum momento sentirá. E quem porventura não sentir vergonha em momento algum pelo que representa Queiroz,  é grande a chance de ter algum problema de má formação de caráter, de alienação profunda ou deformação cognitiva.

Queiroz é a vergonha do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro – MPE/RJ. Desde janeiro de 2018 o relatório COAF (a primeira parte do inexplicável relatório fatiado do COAF) aportou entre as autoridades do órgão, onde dormiu em gavetas esplêndidas até duas semanas após a eleição de Bolsonaro, sem que ocorresse a algum doutor a ideia de dar andamento à investigação do então não famoso nem poderoso motorista da República. Depois disso, não havendo mais risco de prejuízos eleitorais para os patrões do motorista-miliciano, Queiroz foi intimado varias vezes pelos procuradores do MPE/RJ. A todas as intimações respondeu com uma solene banana. Agora o MPE/RJ não sabe como se desafazer da sua vergonha e passá-la para o colo de outrem.

Queiroz é a vergonha da Força Tarefa da Lava Jato, que, durante os preparativos da Operação Furna da Onça no Rio de Janeiro, teve que fazer vistas grossas para o relatório fatiado do COAF (de quem teria sido a genial ideia de Queiroz ali comparecer com apenas (sic!) R$ 1,2 milhão de movimentação suspeita, quando depois aparecerem relatórios complementares do COAF mostrando que a sua movimentação total tinha sido de R$ 7 milhões? Relatório COAF de R$ 7 milhões não tornaria incontornável a inclusão de Flávio Bolsonaro como alvo da operação Furna da Onça, que por sua vez não alteraria o resultado eleitoral de 2018?).

Queiroz é a vergonha do COAF, que até hoje não explicou por que, para o motorista, emitiu primeiro um relatório de R$ 1,2 milhão, para constar nos autos da operação Furna da Onça, e depois, emitiu outros relatórios para totalizar a fatura, se para os demais investigados o valor total da movimentação consta de um mesmo e único relatório.

Queiroz é a vergonha da Receita Federal, sempre tão eficiente para reter em malha centenas de milhares de pequenos contribuintes, notificados com prazo certo para irem comprovar as despesas da sua declaração de renda, mas incapaz o Leão, por velhice, covardia ou por ordem política, de fiscalizar as movimentações milionárias do motorista e seus patrões.

Queiroz é a vergonha do Supremo Tribunal Federal, que, sob o pretexto da segurança jurídica, da estabilidade e da governabilidade, acabou mandando as investigações do entorno do poderoso motorista para as calendas gregas.

Queiroz é a vergonha da justiça. Não do judiciário, apesar de ser deste também. Mas é, antes de mais nada, a falência do conceito de justiça, por desequilibrar a balança para o lado dos que operam a favor da turma do dinheiro. Para o ex-presidente Lula foram necessários 500 dias entre o início da investigação e a sua prisão. Passaram-se mais 500 dias em que ele se encontra preso, num processo que hoje o mundo inteiro sabe ter sido uma grande farsa. E agora os responsáveis e co-responsáveis pela farsa discutirão mais 500 dias como sair da farsa sem aumentar ainda mais a sua vergonha. Para o motorista-miliciano foram-se 500 dias até que se declarasse formalmente o início das investigações sobre as movimentações milionárias. Agora estão a transcorrer outros 500 dias sem que nada avance sobre o esclarecimento dos rolos. Para depois iniciar a contagem dos outros quinhentos para que os prazos transcorram para além da prescrição, e para que enfim ninguém mais fale do assunto.

Queiroz é a vergonha dos moradores dos palácios, donos ou inquilinos, por terem que acordar sobressaltados todo dia ante à possibilidade de ter sido algo mais revelado sobre Queiroz e, acordados, terem que gastar parte da energia e do poder para impedir que as autoridades responsáveis pelas investigações façam o que tem de fazer para esclarecer os fatos, porque isso seria uma tragédia capaz de interromper fabulosos negócios em andamento.

Queiroz é a vergonha dos coveiros que, obrigados a enterrar na pressa e no silêncio imposto pela escuridão medonha, frustram o direito dos entes queridos a dar o último adeus.

Queiroz é a vergonha dos abutres que, tendo que se orientar pelo cheiro de carniça vindo de todos os cantos, acabam por se confundir e não mais dão conta de chegar na hora certa para fazer o serviço certo.

Porque Queiroz deixou há tempo de ser alguém para ser apenas uma ideia. É a vergonha de termos de encarar o tamanduá cego pelo fogo da queimada amazônica, de não termos tido a capacidade de proteger a ele e a tantos outros irmãozinhos dele, indefesos, dependentes unicamente da nossa inteligência e solidariedade, aviltados pela fome e pela falta de árvores, carbonizados, corpo e alma insepultos, apodrecendo a céu aberto, para em seu lugar nascer capim, para virar cocô, para virar matéria prima para intermináveis conversas idiotizantes nos saraus palacianos.

É a vergonha de estarmos sendo liquidados enquanto nação, vendo as nossas riquezas sendo negociadas em indecentes balcões de negócios, nossa soberania sendo oferecida de forma humilhante a um presidente de país estrangeiro.

É a vergonha de todos nós que, tendo tantas coisas a fazer, tendo cada um poder para fazer muito mais, nos conformamos em ficar resmungando contra a fúria desvairada que governa nosso destino e ameaça nosso futuro.

*Integra o coletivo Auditores Fiscais pela Democracia (AFD)



Pesquisa CNT/MDA aponta aumento de 19% para 39,5% na avaliação negativa do governo Bolsonaro

Levantamento revela ainda que aprovação pessoal do presidente caiu de 57,5% para 41% e desaprovação saltou mais de 25 pontos passando de 28,2% para 53,7%
Jair Bolsonaro. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jornal GGN – A CNT/MDA divulgou uma nova pesquisa de opinião nesta segunda-feira (26) revelando desgaste do governo Jair Bolsonaro e da imagem do próprio presidente. De fevereiro para agosto, a avaliação negativa do governo Bolsonaro saltou de 19% para 39,5%.

Já a avaliação positiva da gestão caiu de 38,9% para 29,4%. Ao mesmo tempo, a avaliação pessoal de Jair Bolsonaro recuou de 57,5% para 41% e a desaprovação dele como presidente evoluiu de 28,2% para 53,7%, no período.

Apenas 9,5% dos entrevistados disseram acreditar que Bolsonaro está cumprindo totalmente as promessas de campanha. Outros 45,4% acham que ele está cumprindo em partes e 40% dizem que Bolsonaro não cumpre suas promessas – 5,1% não responderam a essa pergunta.

Sobre a relação entre a Presidência e o Congresso, 31,6% afirmaram que Bolsonaro está conseguindo fazer uma boa articulação para aprovar emendas importantes. Por outro lado, 55,6% ponderam que o governo não está demonstrando capacidade de articular propostas junto aos parlamentares e 12,8% não responderam.

Sobre as melhorias do Brasil, desde o início da gestão Bolsonaro, 31,7% dos entrevistados dizem perceber alguma melhora. Outros 33,9% acham que o país como estava na gestão anterior e 30,3% perceberam pioras – 4,1% não responderam.

Lava Jato

Entre os entrevistados 51% acreditam que a Operação Lava Jato está beneficiando o país. 20,3% avaliam a Lava Jato como indiferente ao país e outros 16,8% ponderam que a operação prejudica o Brasil.

Ao serem questionadas sobre as mensagens vazadas pelo Intercept Brasil, 47,2% disseram que as informações devem ser usadas para questionar o ministro Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, como Deltan Dallagnol, mesmo que as mensagens tenham sido obtidas de forma ilegal.

Por outro lado, 34,6% acreditam que as mensagens não podem ser usadas e 18,2% não responderam.

Nesse mesmo escopo, 42,2% afirma que as mensagens vazadas colocam em dúvida a isenção da Lava Jato, enquanto 41,7% acreditam que não.

Foi perguntado também aos entrevistados se acham que Moro deve deixar o cargo por causa das revelações da Vaza Jato. 52% disseram que não e outros 35,3% responderam que sim, ele deveria sair. Outros 12,7 não souberam ou não quiseram responder.

Meio Ambiente

A pesquisa CNT/MDA também apresentou questões sobre o Meio Ambiente. Para 93,5%, a preservação é “muito importante”. Outros 5,5% responderam que o assunto é pouco importante e apenas 0,5% nada importante.

Sobre o embate entre preservação do meio ambiente e desenvolvimento econômico, 69% responderam favoráveis ao equilíbrio entre os dois temas. Por outro lado 22,9% responderam que o meio ambiente deve ser mais importante, contra 5,6% que defendem o desenvolvimento econômico como prioridade – apenas 0,9% se disseram indiferentes à questão.

Desempenho do governo

Entre os temas elencados pelos entrevistados como maiores desafios do governo Saúde (54,7%), Educação (49,8%) e Emprego (44,2%). Os avaliados como menos desafiadores são Energia (2,0%), Saneamento (3,1%) e Transporte (3,5%).