"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.
#PauloFreireMereceRespeito #PatonoDaEducaçãoBrasileira #PauloFreireSempre

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Para refletir: O paradoxo do nosso tempo

*Por Dr. Bob Moorehead

O paradoxo de nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos. Autoestradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos. Gastamos mais, mas temos menos. Nós compramos mais, mas desfrutamos menos. Temos casas maiores e famílias menores. Mais conveniências, mas menos tempo. Temos mais graus acadêmicos, mas menos senso. Mais conhecimento e menos poder de julgamento. Mais proficiência, porém mais problemas. Mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária, rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente oramos. Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita frequência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Dividimos o átomo, mas não nossos preconceitos. Escrevemos mais e aprendemos menos. Planejamos mais e conseguimos menos. Aprendemos a correr, mas não a esperar. Construímos cada vez mais computadores, para armazenar mais informações e produzir mais cópias, mas nos comunicamos cada vez menos.

Estes são os tempos do "fast food" e da digestão lenta. De homens grandes, com personalidades mesquinhas. De lucros enormes e relacionamentos pequenos. Estes são os dias de dois empregos e mais divórcios. Casas mais bonita e lares desfeitos. Estes são os dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade abandonada, encontros por uma noite, obesidade disseminada e pílulas para tudo, da alegria à calma e até à morte. É um tempo onde há muito nas vitrines e pouco na dispensa. Um tempo onde a tecnologia permite que você leia isto e escolha o que fazer: Dividir este sentimento ou apenas clicar em DELETE.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. 

Lembre-se de dizer uma palavra gentil a alguém que te admira com fascinação, pois essa pequena pessoa logo irá crescer e abandonar sua companhia.

Lembre-se de dar um abraço carinhoso a quem está do seu lado, pois esse é o único tesouro que você pode dar com seu coração, e não custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer "eu te amo" a sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas em primeiro lugar, ame. Um beijo e um abraço curam a dor quando vêm de lá de dentro. 

Lembre-se de segurar a mão e enaltecer o momento, sabendo que um dia aquela pessoa não estará mais aqui.

Conceda-se tempo para amar, conceda-se tempo para falar, conceda-se tempo para compartilhar os seus preciosos momentos.

E SEMPRE SE LEMBRE: A vida não é medida pelo número de respirações que você dá, mas pelos momentos em que tiram o seu fôlego.

*Este texto foi escrito pelo Dr. Bob Moorehead, ex-pastor de uma igreja de Seattle. O título original deste ensaio é "The Paradox of Our Age" e apareceu em Words Aptly Spoken, que é uma coleção, datada de 1995, de orações, homilias e monólogos que ele fez em rádios. Veja aqui o original em inglês. Apesar disso, muitos disseminam o texto acima em blogues e pps como de autoria do ator e comediante George Carlin. Mas Carlin era ateu ativo e desmentiu a falsa autoria antes de morrer.

Sífilis volta a ser epidemia no Brasil, e doença ganha dia nacional de combate

Uma doença que estava apenas no imaginário popular voltou a fazer parte do cotidiano dos brasileiros. Em apenas cinco anos, o número de casos de sífilis aumentou 5.000%, segundo dados do Ministério da Saúde (de 1.249 em 2010, para 65.878 em 2015). Por conta deste crescimento, o terceiro sábado de outubro foi decretado com o “Dia D” de combate à doença. Segundo especialistas, este número de casos está elevado porque as pessoas perderam o medo de contrair doenças sexualmente transmissíveis por conta do avanço dos tratamentos. A doença também pode ser passada da mãe para o bebê.
— A Aids deixou de ser uma “sentença de morte” com o desenvolvimento de novas drogas antirretrovirais e hoje a população que vive com HIV tem uma qualidade de vida melhor, isso talvez tenha levado a um relaxamento com a prevenção de DSTs. Há uma tendência mundial de redução do uso de preservativo nas relações sexuais, principalmente entre os jovens — explica Aline Junqueira, infectologista do Hospital Adventista Silvestre.
Outro motivo apontado pelos especialistas é que o tratamento é fácil e de baixo custo.
— O mais provável é que a acessibilidade da penicilina tenha passado de nossa maior aliada para nossa maior inimiga. O preço modesto, que deveria facilitar o acesso da população à droga, desestimula a indústria farmacêutica a fabricá-la — comenta o urologista Moacyr Simas.
Consequências graves
Apesar de ter fácil diagnóstico (por meio de um exame de sangue ou da raspagem da ferida que aparece na primeira fase da doença) e tratamento baseado em aplicações de penicilina, que curam rapidamente os pacientes em fases iniciais, a sífilis pode trazer graves consequências se não for tratada.
— A doença desenvolve lesões na pele, nos ossos, nas articulações, podendo causar aneurisma, meningite paralisia geral e demência — relata Ana Cláudia Sodré, ginecologista da Policlínica Centrodador.com.
— Infecções congênitas (passadas das mães para o bebê) acarretam alta morbidade abortamento, prematuridade e baixo peso de nascimento, deformações ósseas, articulares e neurológicas como meningite, surdez e dificuldade de aprendizado — completa a infectologista Aline.

H. Pylori: mais da metade da população brasileira está infectada

Uma bactéria silenciosa que a maioria das pessoas desconhece que possui, mas que pode causar sérias complicações no estômago e até câncer.
A Helicobacter pylori, popularmente conhecida como H. pylori é uma bactéria capaz de sobreviver à acidez do suco gástrico, de infectar a mucosa do estômago e causar inflamações. “Estima-se que mais de 50% da população já tenha sido infectada, mas esse número varia de acordo com a localização, sendo maior em países em desenvolvimento do que em países desenvolvidos”, explica o Dr. Omar Abud Franco Abduch, médico cirurgião do aparelho digestivo que atua nos principais hospitais da capital paulista.
Em 1984, os médicos australianos Robin Warren e Barry Marshall publicaram a versão completa do estudo em que descreveram a bactéria. Por estes estudos os pesquisadores ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia em 2005.
Mais de 30 anos depois da descoberta, a bactéria continua se espalhando através da água e alimentos contaminados,  causando doenças gástricas, entre elas, o câncer de estômago. “Sua associação com câncer gástrico tem uma relação com alguns tipos de linfomas como o MALT”, alerta Abduch.
O linfoma gástrico (Mucosa-associated lymphoid tissue)  se caracteriza pela mucosa constituída por células pequenas e com baixo grau de malignidade, associadas a um dos tipos de câncer no estômago. Os tumores do estômago se apresentam, predominantemente, em alguns tipos: adenocarcinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma (diagnosticado em cerca de 3% dos casos) e leiomiossarcoma (iniciado em tecidos que dão origem aos músculos e aos ossos).
O câncer no estômago é o terceiro mais frequente nos homens e o quinto nas mulheres. Ele é responsável por 700 mil mortes anuais no mundo e todos os anos, são descobertos no Brasil, 20 mil novos casos. Mas somente a bactéria não causa o câncer, ela é um fator que contribui para o desenvolvimento da doença.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos casos de câncer gástrico poderiam ser evitados com a erradicação da bactéria. Essa é a razão pela qual a Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da OMS, classificou a H. pylori como um agente cancerígeno classe I. O micro-organismo está na mesma categoria do tabagismo para o câncer de pulmão e do vírus da hepatite B e C para o câncer do fígado.
Para a prevenção, medidas de higiene e cuidados no preparo dos alimentos e com a água consumida são recomendadas pelo médico. Para saber se você esta contaminado é preciso procurar um médico e realizar exames. “Somente ter o H. pylori não causa nenhum sintoma”, explica Abduch.

sábado, 7 de outubro de 2017

Definitivamente, Temer, não!

Que me perdoem os estrategistas políticos, os defensores da realpolitik, mas Temer, não! Definitivamente, não!
Pouco importa se parte da esquerda quer que fique, pois até as eleições de 2018, Temer será a melhor alternativa para desmoralizar o golpismo. Pouco importa se oparte do mercado acha que sua queda, agora, poderia consagrar Rodrigo Maia, dar fôlego ao desmonte e prorrogar eleições. Pouco importa se sua queda afetar a economia, der algum fôlego a mais para os golpistas, se desmanchar táticas políticas ou facilitar novos golpes.
Mas Temer, não!
Sua saída é a condição essencial para o país recuperar um mínimo da dignidade perdida. Temer é a suprema humilhação. Jamais houve um presidente tão explicitamente desonesto, tão grotescamente medíocre, cercado por uma turba que representa o que de pior a política produziu.
Perto de Temer, Sarney era um estadista, Figueiredo, um intelectual, Collor, um democrata. Cada um, a seu modo, trazia um mínimo da responsabilidade institucional do cargo. Temer, não! Seu horizonte é apenas a do saque sistemático, da barganha permanente, do troca-troca degradante, das malas cheias de dinheiro negociadas em pleno exercício da Presidência.
Como é possível aceitar como presidente um impostor que, no mesmo dia que assume o cargo leva para dentro do Palácio seus operadores pessoais?
Qualquer tentativa de resgatar minimamente a honra nacional passa pela saída e posterior processo, julgamento e prisão de Michel Temer. Ele conseguiu igualar o país aos piores momentos do México, aos piores ditadores da América Central, aos piores criminosos que assumiram nesgas de poder na América Latina.
Em qualquer parte do mundo, o Brasil não é mais a terra de Pelé, Jobim, de Villa ou Gilberto Freyre, a terra da música, das festas, da amizade. É a terra presidida por Michel Temer!
Enquanto Temer permanecer, será vista como uma nação ferida, controlada por uma organização criminosa, presidida pelo mais medíocre e inescrupuloso governante da história, engatando uma marcha a ré fulminante. Cada dia de vida política de Temer representa anos de perdas e atrasos para o país, a desmoralização das instituições, a radicalização da política.
Não dá para conviver com um presidente flagrado negociando favores com um empresário reconhecidamente corrupto. Não adianta a banda da mídia financiada pela Secom sustentar que nada havia nos diálogos gravados que deixasse explícita a concordância de Temer com o cala-boca de Joesley a Cunha. O que havia nas gravações era algo muito mais grave: Temer indicando seu operador; Rodrigo Loures, e o operador saindo com uma mala cheia de dinheiro entregue pela JBS.
Agora, a informação de que um dia depois de receber R$ 1 milhão da JBS, Temer adquiriu terrenos em condomínios valiosos.
As ameaças à democracia não estão nos conflitos entre Supremo e Congresso. Está na explicitação ampla, acima de qualquer dúvida, da desonestidade pessoal e política do homem que sentou na cadeira da Presidência da República, que passou a representar o país nos fóruns mundiais, um político desonesto, que se valeu  da política para enriquecer, continuou praticando atos suspeitos no exercício da Presidência. A distribuição de emendas orçamentárias, de decretos, o aparelhamento de órgãos técnicos, tudo isso em um processo vergonhoso de barganha política.
Por tudo isso, Temer, não!

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Paulo Freire: Patrono da Educação Brasileira

No site do senado (https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia…), está registrada a proposta de se revogar o decreto que institui Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira. Título recebido por meio da Lei 12.612, de 13 de abril de 2012, de autoria da Deputada Federal Luíza Erundina. Ao alcançar 20 mil apoios, a ideia se transforma em uma sessão legislativa e será debatida pelo Senado. Até o momento, já são quase quinze mil apoios. Não se trata de uma consulta. Trata-se de uma proposta que só abre espaço para os apoios favoráveis à revogação da lei. No mesmo endereço, não há um campo para os que queiram registrar protesto a tamanha ousadia. Se não há espaço, nós os criaremos. Não seremos 20 mil. Seremos centenas de milhares em defesa de Paulo Freire.
Não bastassem as faixas e os cartazes hasteados por época das manifestações pró-impeachment da presidenta Dilma Roussef; não bastasse a alteração deliberada do texto da biografia de Paulo Freire, na Wikipédia, deturpando, enganando, violentando e desrespeitando, de forma condenável, o legado freiriano; não bastassem todos os ataques a Paulo Freire por parte daqueles que defendem uma Escola Sem Partido; agora querem interditar o Patrono da Educação Brasileira. "Até que um dia,/o mais frágil deles/entra sozinho em nossa casa,/rouba-nos a luz". Não! Não passarão!
As considerações que são apresentadas para justificar o pedido de revogação do título de Patrono da Educação Brasileira são absurdas; não têm fundamento. Paulo Freire propôs uma teoria do conhecimento que promove a educação crítica e emancipadora, que reconhece educador e educando como sujeitos do processo educacional. Ele propõe uma educação problematizadora, contrapondo-se à "educação bancária", esta, sim, doutrinadora. Sua obra mais conhecida, "Pedagogia do Oprimido", continua sendo traduzida e publicada em diferentes idiomas, demonstrando a atualidade de seu pensamento no contexto do avanço do neoliberalismo, o qual, como ele afirma no seu último livro, "Pedagogia da Autonomia", "nega o sonho e a utopia". As contribuições de Paulo Freire alcançaram públicos muito diversos e atravessaram tanto fronteiras geográficas quanto fronteiras das ciências e das profissões. Ao mesmo tempo em que suas reflexões foram aprofundando o tema que perseguiu por toda a vida – a educação como prática da liberdade – suas abordagens transbordaram-se para outros campos do conhecimento, criando raízes nos mais variados solos, fortalecendo teorias e práticas educacionais, bem como auxiliando reflexões não só de educadores, mas também de médicos, terapeutas, cientistas sociais, filósofos, antropólogos e outros profissionais. O doutrinador não problematiza; impõe sua própria verdade; é sectário. Paulo Freire sempre duvidou de suas certezas, manteve-se aberto ao diálogo, às diferenças, à diversidade sem perder jamais sua radicalidade.
Paulo Freire recebeu inúmeros prêmios, títulos e homenagens em todo o mundo. Pedagogia do Oprimido é o único livro brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa consideradas pelo projeto Open Syllabus. (http://g1.globo.com/…/so-um-livro-brasileiro-entra-no-top-1…).
O acervo de Paulo Freire, que fica no Instituto Paulo Freire, é reconhecido como patrimônio da humanidade, em nível nacional e latino-americano, pelo Programa Memória do Mundo da UNESCO/Memory of the World – MOW. O mesmo acervo é reconhecimento pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) do Brasil.
Diante de sua história e de suas contribuições à educação brasileira, à educação latinoamericana e à história mundial das ideias pedagógicas, repudiamos veementemente a proposta de revogação da lei que institui Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira (Lei 12612/2012) e conclamamos a todos a se somarem ao Conselho Mundial de IPFs e, em especial, ao Instituto Paulo Freire do Brasil, assinando a Carta Aberta ao Congresso Nacional Brasileiro.

CARTA ABERTA AO CONGRESSO NACIONAL DO BRASIL
Ref.: Sugestão legislativa de revogação do decreto que institui Paulo Freire como Patrono da Educação Brasileira.
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional Brasileiro,
Os membros do Conselho Mundial dos Institutos Paulo Freire, de modo especial os do Instituto Paulo Freire do Brasil, as entidades, fóruns e movimentos, cidadãs e cidadãos signatários desta Carta Aberta a esse egrégio Parlamento, vêm, respeitosamente, tomar a liberdade de expor que se segue:
1.º) Por suas intervenções nos sistemas educacionais do Brasil e de vários outros países, especialmente na Educação de Adultos, Paulo Freire é reconhecido internacionalmente como um dos mais importantes educadores do século XX.
2.º) Por suas reflexões e publicações, além dos vários títulos de Doutor Honoris Causa que lhe foram outorgados por universidades de vários países do mundo, Paulo Freire é um dos mais importantes pensadores do século XX, com reconhecida autoridade e atualidade em vários campos do conhecimento.
3.º) Seja por suas experiências educacionais, seja por seus escritos, Paulo Freire tem sido mundialmente reconhecido como autor de um legado educacional aplicável em todos os níveis, modalidades e graus de ensino.
4.º) Em recente pesquisa sobre trabalhos científicos, realizada pela London School of Economics, Paulo Freire foi considerado um dos pensadores mundialmente mais lidos e mais citados, sendo que a sua obra mais conhecida, Pedagogia do oprimido (1968), está entre os três livros mais citados nas Ciências Sociais e entre os 100 livros mais pedidos e consultados em universidades de língua inglesa pelo mundo.
5.º) O Acervo de Paulo Freire, que fica no Instituto Paulo Freire, é reconhecido como Patrimônio da Humanidade, em nível nacional e latino-americano, pelo Programa Memória do Mundo da UNESCO/Memory of the World (MOW) e, da mesma forma, pelo Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) do Brasil.
Por todas essas evidências da relevância do ilustre brasileiro em questão, e para fazer justiça, honrar a capacidade e criatividade nacionais, bem como para referenciar a educação brasileira no ethos freiriano, foi sancionada a Lei n.º 12.612, em 13 de abril de 2012, que estabeleceu em seu artigo 1.º: “O educador Paulo Freire é declarado Patrono da Educação Brasileira”.
Ora, contrariando essa declaração de iniciativa popular cuja adesão social e parlamentar ocorreu de forma unânime, uma sugestão legislativa publicada no site do Senado, nos últimos dias de setembro de 2017, busca apoio para iniciar um movimento para anular a mencionada norma, desconhecendo a imensa contribuição de Paulo Freire ao pensamento pedagógico mundial.
Diante do exposto, Senhor Presidente, os signatários desta Carta propõem que o Parlamento Brasileiro não dê eco e, se necessário, rechace à supramencionada iniciativa e todas as eventuais iniciativas dessa natureza.
Na certeza de uma firme posição do Congresso Nacional Brasileiro que, por unanimidade, aprovou o Projeto de Lei Parlamentar encaminhado pela Deputada Federal Luíza Erundina, transformando-o na justíssima Lei Federal n.º 12.612/2012, conclamamos a todos(as) os(as) parlamentares e a todas as pessoas e instituições que têm compromisso com a luta contra qualquer forma de opressão, que façam sua adesão a esta Carta Aberta, firmando-a.
Brasil, setembro/outubro de 2017.
Instituto Paulo Freire


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Quando alguém defende a Ditadura Militar – Leandro Karnal

Leandro Karnal (São Leopoldo, 1º de fevereiro de 1963) é um historiador brasileiro, atualmente professor da UNICAMP na área de História da América. Foi também curador de diversas exposições, como A Escrita da Memória, em São Paulo, tendo colaborado ainda na elaboração curatorial de museus, como o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.
Graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e doutor pela Universidade de São Paulo, Karnal tem publicações sobre o ensino de História, bem como sobre História da América e História das Religiões.
“Quando eu vejo alguém defendendo a volta dos militares, eu olho para a idade. Se for um jovem, eu me sinto no dever de explicar o que é o arbítrio, o que é cassação de direitos, como o habeas corpus, o que foi o AI-5, o que é tortura de mulheres grávidas, o que é o fim da liberdade de imprensa, o que é a barbárie da concentração de renda durante a Ditadura Militar. Se for uma pessoa de idade, eu atribuo a falta de memória que a idade pode estar provocando na pessoa.
Na verdade não há como defender eticamente e moralmente num plano mínimo de humanidade, a intervenção militar. Nossos problemas foram piorados pela Ditadura. É muito importante lembrar que não se deve nunca questionar a democracia. Deve-se aperfeiçoa-la.
É um recado importante para os jovens que viveram sob regime de direito pós Constituição. É preciso estudar o que é a barbárie da Ditadura, a quantidade enorme de escândalos financeiros de gente que enriqueceu ilicitamente acobertada por militares. É preciso insistir nisso para que as pessoas não fiquem achando que agora é que nós temos estes problemas.”