"O verdadeiro patriotismo
não deve ser impulsivo e cego: deve ser consciente e raciocinante; não deve ser
feito somente de crença e de orgulho; de ser feito também de susto, de
sobressaltos, de cuidados e vigilância." (Olavo Bilac)
Por Manoel Paixão
Temos que compreender que não é a primeira vez que o Brasil passa uma por crise, seja ela, econômica, política ou mesmo social. As circunstâncias do momento atual não podem ser parâmetros para fatalismos ou descrédito total, mas servem para uma reflexão profunda do cenário que se desencadeou, para que assim possamos tomar um rumo certo, para as mudanças que se fazem necessárias.
Ainda é possível, fazer com que o nosso país volte a crescer, passe pelas devidas transformações e mantenha a visibilidade, tanto externa como interna, porém, requer esforços, união, planejamento, avaliação, e o senso crítico dos brasileiros em ação.
É urgente, uma mudança de atitude dos nossos governantes, de uma posição política responsável e transparente, de um discurso que tenha coerência, de forma que na ação não haja uma distensão entre este e a prática. E, ainda, que assumam uma posição genuinamente democrática, buscando a dialogicidade em todos os momentos divisivos com toda a sociedade, afim de que todos os brasileiros sejam ouvidos, assistidos e assim também possam dar as suas contribuições para esse processo de mudança.
Não podemos aceitar o conformismo ou ficar na inércia, como se a realidade não pudesse ser mudada. É preciso manter vivo o sentimento de esperança, de que dias melhores virão, do que acreditar nos fatalismos disseminados massivamente e rotineiramente pelas forças contrárias e por uma mídia em muito parcial e tendenciosa.
Mesmo tendo a convicção de que posições contrárias ou reacionárias torcem ou trabalham por um eventual fracasso da atual gestão - o que explicitamente lhes é conveniente para uma possível volta ao poder -, penso que é preciso haver um Projeto Político conjunto de Brasil, que seja saudável para a democracia, pautado, sobretudo no interesse do bem comum, para que então possamos vencer definitivamente os obstáculos que nos desafiam, gerando novas oportunidades, justiça social e qualidade de vida para a nossa gente.
Da mesma forma, que estou convicto, de que essa mudança urgente e intransferível, deve antes começar na percepção da sociedade sobre o cenário que se configura, em que cada cidadão ou cidadã, eleve o seu pensamento critico, de forma autônoma, sem as interferências diretas desses ou daqueles, ou mesmo daquilo que vê-se, ouve-se ou lê-se em cada espaço midiático. Posto que, precisamos refletir também sobre o papel dessa mídia que deveria ser imparcial, mas que, no entanto, mostra-se como tendenciosa, manipuladora e um tanto antidemocrática, com seus linchamentos públicos, pré-julgamentos e condenações prévias. Inclusive, com o aval despercebido da própria sociedade, vemos a sua intenção de ditar padrões de comportamento e sua influencia negativa na vida cotidiana.
Por isso, devemos estar atentos para que não venhamos - porventura de forma despretensiosa ou despercebida - compactuar com as descabidas insistências dos falsos moralistas, hipócritas, demagogos e reacionários de plantão, a serviço do atraso ou de saudosismos absurdos, que em nada tem que ver com progresso ou com as melhorias do país, que o povo brasileiro anseia.
Que possamos nos manifestar de forma sábia, autônoma, crítica e sem interferências, contra quaisquer desvios de conduta de autoridades públicas, de qualquer que seja a esfera de poder. Que cobremos como cidadãos compromisso, responsabilidade, ética, sobretudo, respeito com as nossas instituições públicas e com a nossa gente. De forma que nossas necessidades e anseios do bem viver possam ser atendidos, não como se nos prestassem um favor ou uma ajuda, mas que se tratasse do cumprimento do dever, da obrigação e da responsabilidade, que lhes foi outorgada no momento em exercemos o nosso voto. Todos têm razão e direito de exigir lisura e comportamento ético de gestores, legisladores, juízes, seja quem for o agente público. Pois, essa atitude e/ou reação passa a ser o dever de todo cidadão e cidadã brasileiro(a) consciente do seu papel.
É bem por aí o começo da mudança!
Nenhum comentário:
Postar um comentário