“Não tem dó no peito, não tem jeito, não tem coração que esqueça, não tem ninguém que mereça...” (Bicho de Sete Cabeças – Geraldo Azevedo)
*Por Régis Barros
Eu preciso homenageá-los! Chegamos à marca de 50.000 mortos pela pandemia da COVID-19. Infelizmente, esse número tende a aumentar. Isso será inevitável. Dentro das estatísticas, uma também merece destaque – somos o país com o maior número de profissionais da saúde que morreram em decorrência da COVID-19. Tão triste! Tão angustiante! Quem luta na linha de frente acaba por ficar exposto. Por vezes, nem EPIs dispomos. Por vezes, nem testados somos, como se recomenda as autoridades sanitárias. A despeito disso, estamos lá. Sim, há uma função missionária. É nessas horas que nos emponderamos num desejo real de tentar ajudar quem precisa de ajuda. Temos família e pessoas queridas, sentimos medo, somos sufocados pela incerteza e choramos diante do caos e da falta de empatia. Somos humanos. Somos de carne e osso. Temos sentimentos. No entanto, diante da dor, não hesitamos em continuar a lutar. Continuaremos a despeito da pobreza de empatia e da tragédia governamental que nos assola. Aos colegas profissionais da saúde, que nos deixaram pela doença, resta-me agradecer. Que meus sentimentos fraternais de amor possam tocá-los em espírito e que possam tocar no coração dos seus familiares e amigos. Acredito nisso, ou seja, que podemos intercambiar amor e energia. Portanto, que esse meu sentimento de gratidão e agradecimento possa chegar até vocês. Muito obrigado por tudo! Continuaremos daqui a luta. Ainda não há data para o fim dela. É possível que outros de nós tombem também, porém, da mesma forma que vocês, continuaremos.
Um beijo de agradecimento no coração de vocês...
*Régis Barros é Médico Psiquiatra, mestre e doutor em saúde mental
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