Por Ulysses Ferraz
Texto publicado em sua página no Facebook.
Em tempos de neoliberalismo autoritário, flexibilização é eufemismo para violação de direitos fundamentais e destruição das redes de proteção social. A alegação de que uma flexibilização na legislação trabalhista beneficiaria a geração de empregos nunca se confirmou empiricamente. É semelhante ao argumento de que a redução de impostos estimularia o investimento privado e, portanto, aumentaria a arrecadação. Em ambos os casos, o que ocorre na prática é o aumento da taxa de lucro das grandes empresas, sem nenhuma contrapartida para a sociedade. O bem individual (para alguns poucos) aumenta. O bem comum diminui. Mas os jornalões e seus analistas econômicos de estimação insistem em sofismar. Falam em avanço rumo à modernidade. Mais empregos e melhores salários. Só se for para os altos executivos das grandes corporações, cujos bônus e gratificações aumentam quando os custos trabalhistas diminuem. Para os trabalhadores, contudo, o avanço será na precarização das condições de trabalho, cada vez mais fragilizadas. Retrocesso para as conquistas trabalhistas, cujas lutas remontam aos primórdios da primeira Revolução Industrial. Portanto, avanço do retrocesso. Como ensina o economista Ha-Joon Chang, "quando participar de uma discussão sobre economia, você deve fazer a velha pergunta: 'Cui bono?' (A quem isso beneficia?), tornada célebre pelo estadista e orador romano Marco Túlio Cícero". É fácil identificar quem será beneficiado com essa tal "modernização".
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