"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Dia dos professores: pouco a comemorar, muito a construir

Créditos: Arquivo Pessoal

'Aos meus alunos e alunas: sempre foram as melhores exposições de minha vida profissional'

Por Silvana Soares de Assis*

Dia 15 é o nosso dia
Dia do professor
Tem o nome de docente
Ou também de educador

Pouco a comemorar
Diante de tantas manhas
De políticos cruéis
Que já têm a vida ganha

Saindo pra trabalhar
Se é ao dia ou a noite
Do governo só espera
Ingratidão e açoite

Tem decreto, também lei
Tem também comunicado
Se reclama o professor
Sempre ele está errado

O governo diz para este:
Volta, que é por amor
Sua profissão exige
Afinal, és professor!

E o Professor, então, responde:
Pra escola, não volto não!
Afinal és Secretário
Ou coveiro da educação?

Tenha calma professor…
Já tive, é sossegado…
Se tranquilize docente
Não fique tão alarmado…

Mas, o docente pensando
No discurso do impostor
Sabe que o secretário
Não trabalha por amor

Fala mansinho o cabra
Doce como passarinho
Não sabe o desavisado
Que nada tem de anjinho

No meio da pandemia
O cabra da educação
Enfia no meio as PEIs
Sem ter dó ou compaixão

Pensa nos dias antigos
Ao acordar bem cedinho
Se arrumava o docente
E seguia o seu caminho

E lá vai o professor
Chamar a comunidade
Pois esta luta é árdua
E exige ampla unidade

E assim vamos sovando
Nossa luta na ação
Refletindo, todo dia
Acerca da Educação

Pensa um, pensa o outro
Fica perdido, que agonia…
É preciso juntar forças
No meio da pandemia

Junta um, junta o outro
Neste meio virtual
Instrumento alimentado
Pelo grande capital

Mas, bora então aprender
Com as armas do inimigo
Pois mexeu com o professor
O cabra mexeu comigo!

Vai à escola pensando
Em toda dificuldade
Fita os olhos do aluno
E sente a realidade

Às vezes aquele menino
Ou a menina da janela
É um mundo a colorir
Similar a uma aquarela

Não tem muito o que pensar
É só buscar energias
Pra poder iluminar
As cores daquele dia

Aquele dia estampado
Nas cores daquela tela
Seja o menino do canto
Ou aquela da janela

Foi assim que colori
Os meus dias de esperança
Dos jovens de minha vida
E, também, muitas crianças

Por vezes buscava tintas
Na alma e no coração
Para montar com os alunos
A melhor exposição!

 
Aos meus alunos e alunas: sempre foram as melhores exposições de minha vida profissional. Eu não seria eu sem as exposições que montamos ao longo de 33 anos de Escola Estadual: amo vocês!

 
*Professora da Escola Estadual Professor Fidelino de Figueiredo, em São Paulo



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