Apenas 18% defendem volta à
normalidade para estimular a economia, enquanto para 76%, as pessoas devem
ficar em casa para conter a pandemia de coronavírus. Maioria concorda com
fechamento do comércio não essencial.
Da DW Brasil
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Medidas de isolamento para conter o coronavírus esvaziaram cidades no Brasil, como São Paulo |
A grande maioria dos brasileiros apoia as medidas
de isolamento social aplicadas por governos estaduais e municipais para conter
a propagação do novo coronavírus no país, aponta uma pesquisa do instituto
Datafolha divulgada nesta segunda-feira (06/04) pelo jornal Folha de
S.Paulo. Entre os entrevistados, 76% são a favor de que a população fique
em casa.
Outros 18% defenderam o fim do isolamento dos
cidadãos para estimular a economia, ideia apoiada pelo presidente Jair
Bolsonaro. Até mesmo na região Sul, onde Bolsonaro conta com a maior aceitação,
70% dos entrevistados são a favor de que a população permaneça em casa.
Bolsonaro vem defendendo uma forma de
quarentena parcial, isolando apenas idosos e doentes crônicos. O presidente
também minimizou repetidas vezes a pandemia, classificando a covid-19 como uma
"gripezinha", inclusive num pronunciamento polêmico que gerou
ondas de condenação. O presidente vem sendo alvo de panelaços pelo país.
O Datafolha questionou também a opinião dos
entrevistados sobre o funcionamento do comércio. A maioria, 65%, concorda que
lojas não essenciais devem permanecer fechadas, enquanto 33% deseja a
reabertura de todo o comércio. Entre os questionados, 71% se disseram a favor
de uma proibição de sair de casa para quem não trabalha em serviços
considerados essenciais, contra 26% que são contrários a essa restrição.
Sobre a volta das aulas, 87% disseram que elas
devem permanecer suspensas, e 11% são a favor do retorno das atividades de
ensino.
A pesquisa também perguntou aos entrevistados
quantos dias ainda deveria durar o isolamento: 23% disseram entre 21 e 30
dias; para outros 23%, 31 dias ou mais; enquanto 16% acreditam que a
medida deveria ficar em vigor por mais 11 a 15 dias.
O instituto Datafolha ouviu 1.511 pessoas, por
telefone, entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de três pontos
percentuais para mais ou para menos.
Em outros levantamentos divulgadas nos últimos
dias, o Datafolha questionou os entrevistados sobre o desempenho de Bolsonaro
na resposta à pandemia de covid-19. Apesar de apenas 33% considerarem a gestão
da crise do coronavírus pelo presidente como boa ou ótima, 59% dos brasileiros
são contra a renúncia do presidente, apontam dados apresentados no domingo. Ao mesmo
tempo, mais de um terço (37%) dos entrevistados defendem que Bolsonaro
renuncie.
Segundo o Datafolha, 44% dos brasileiros acreditam
que o presidente não tem mais condições de liderar o país, mas 52% ainda
endossam a capacidade do presidente de seguir na função. Entre
os evangélicos, tradicionais apoiadores de Bolsonaro, 64% são contrários à
renúncia, e 60% acreditam que o presidente tem condições de seguir liderando o
país.
Dados do Datafolha divulgados na última
sexta-feira apontaram que Bolsonaro tem uma avaliação pior que governadores e
prefeitos quanto à gestão da crise do coronavírus, enquanto a
aprovação do Ministério da Saúde é mais que o dobro da do chefe de
Estado.
Em comparação com o levantamento anterior do
instituto, divulgado em 23 de março, a reprovação de Bolsonaro subiu de 33%
para 39%. A porcentagem dos que consideram o desempenho do presidente como
regular variou de 26% para 25%, e a dos que o avaliam como ótimo ou bom caiu de
35% para 33%.
Enquanto isso, a aprovação do Ministério da Saúde,
comandado pelo ministro Luiz Henrique Mandetta, disparou para 76%, ante os
55% da pesquisa anterior. A reprovação caiu de 12% para 5%, e a avaliação
regular foi de 31% para 18%.
Em relação aos governadores, uma média de 58% dos
entrevistados considera a gestão do chefe do Executivo de seu estado como ótima
ou boa; 23%, regular; e 16%, ruim ou péssima. Na pesquisa divulgada em março,
essas avaliações eram de 54%, 28% e 16%, respectivamente.
CN/ots
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