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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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quarta-feira, 8 de junho de 2016

A Midiática Fábrica de Esperança

Há alguns meses, publiquei na minha página do Facebook o texto logo abaixo intitulado "A Midiática Fábrica de Esperança", que agora resolvi compartilhar aqui, tendo em vista que cheguei à conclusão de que a sociedade brasileira anda tão fragilizada, que a grande mídia brasileira – que ao mesmo tempo é em muito responsável por essa situação de fragilidade e também é uma aproveitadora disso – vêm construindo falsas esperanças, ao personificar certos agentes públicos como super-heróis, justiceiros e até salvadores da pátria, que acabam sendo aceitos com grande rapidez, dado ao viés midiático que garante notoriedade exacerbada a esses, mesmo que isso não passe de pura ilusão.

"A Midiática Fábrica de Esperança"


Por Manoel Paixão

Lembram-se da Sheherazade, divulgando em rede nacional, o "produto esperança" de sua preferência:

"– A esperança agora é Eduardo Cunha", dizia ela toda entusiasmada.

Antes, outras esperanças já tinham sido produzidas e lançadas no mercado:

"– A esperança agora é Joaquim Barbosa."

"– A esperança agora é Aécio Neves."

Diziam os anúncios outrora.

E a Midiática Fábrica de Esperança não pára, continua a produzir seus modelos de esperança e a empurrá-los para a população.

"– A esperança agora é Sérgio Moro", diz o anúncio da vez.

Próximos produtos...

Não se espante, caso apareça alguém te oferecendo: Gilmar Mendes, Marina Silva, Bolsonaro, Dória, Janaína Paschoal, Neymar, ex-BBB Ana Paula e por aí vai.

Se até o japonês da federal, já foi um modelo de esperança, doravante "qualquer um" pode ser.

A Midiática Fábrica de Esperança não se preocupa em oferecer produtos com defeitos – seus consumidores lhes são um tanto fiéis, assim não é necessário dar garantia alguma –, quanto ao prazo de validade, este é dado de acordo com a tendência – ficando mais fácil ainda descartar logo ou manter por mais tempo em evidência –, e é política da empresa não aceitar devolução, nem fazer qualquer tipo de reparo ou reembolso, o que é possível fazer é lançar outros novos produtos, pois há sempre quem os comprem.

Do jeito que as coisas vão indo, será preciso dobrar sua capacidade de produzir esperanças e investir pesado em campanhas de marketing a cada novo modelo lançado, afinal, a Midiática Fábrica de Esperança não costuma responder pela qualidade, como em todos os casos que já vimos, perdoe-me aqui o trocadilho – foi inevitável, por ser tamanho o oportunismo e a falsa expectativa gerada – "a esperança tem sido a primeira que morre", talvez isso explique o motivo pelo qual seu ocasional "produto esperança" esteja sendo substituído por outros novos modelos e com tanta frequência nesse país.

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