Há alguns meses, publiquei na minha
página do Facebook o texto logo abaixo intitulado "A Midiática
Fábrica de Esperança", que agora resolvi compartilhar
aqui, tendo em vista que cheguei à conclusão de que a sociedade brasileira
anda tão fragilizada, que a grande mídia brasileira – que ao mesmo tempo é em
muito responsável por essa situação de fragilidade e também é uma aproveitadora
disso – vêm construindo falsas esperanças, ao personificar certos agentes
públicos como super-heróis, justiceiros e até salvadores da pátria, que acabam
sendo aceitos com grande rapidez, dado ao viés midiático que garante
notoriedade exacerbada a esses, mesmo que isso não passe de pura ilusão.
"A Midiática Fábrica de Esperança"
Por Manoel
Paixão
Lembram-se da
Sheherazade, divulgando em rede nacional, o "produto esperança" de
sua preferência:
"– A
esperança agora é Eduardo Cunha", dizia ela toda entusiasmada.
Antes, outras
esperanças já tinham sido produzidas e lançadas no mercado:
"– A
esperança agora é Joaquim Barbosa."
"– A
esperança agora é Aécio Neves."
Diziam os
anúncios outrora.
E a Midiática
Fábrica de Esperança não pára, continua a produzir seus modelos de esperança e
a empurrá-los para a população.
"– A
esperança agora é Sérgio Moro", diz o anúncio da vez.
Próximos
produtos...
Não se espante,
caso apareça alguém te oferecendo: Gilmar Mendes, Marina Silva, Bolsonaro,
Dória, Janaína Paschoal, Neymar, ex-BBB Ana Paula e por aí vai.
Se até o japonês
da federal, já foi um modelo de esperança, doravante "qualquer um"
pode ser.
A Midiática
Fábrica de Esperança não se preocupa em oferecer produtos com defeitos – seus
consumidores lhes são um tanto fiéis, assim não é necessário dar garantia
alguma –, quanto ao prazo de validade, este é dado de acordo com a tendência –
ficando mais fácil ainda descartar logo ou manter por mais tempo em evidência
–, e é política da empresa não aceitar devolução, nem fazer qualquer tipo de
reparo ou reembolso, o que é possível fazer é lançar outros novos produtos,
pois há sempre quem os comprem.
Do jeito que as
coisas vão indo, será preciso dobrar sua capacidade de produzir esperanças e
investir pesado em campanhas de marketing a cada novo modelo lançado, afinal, a
Midiática Fábrica de Esperança não costuma responder pela qualidade, como em
todos os casos que já vimos, perdoe-me aqui o trocadilho – foi inevitável, por
ser tamanho o oportunismo e a falsa expectativa gerada – "a esperança tem
sido a primeira que morre", talvez isso explique o motivo pelo qual seu
ocasional "produto esperança" esteja sendo substituído por outros
novos modelos e com tanta frequência nesse país.
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