*Por Ulysses
Ferraz
Não há mais lugar para eufemismos. O Brasil está diante de um
golpe de Estado. Todos sabemos. O mundo inteiro sabe. Não se trata de combate à
corrupção. Se assim fosse, o golpe seria autodestrutivo, já que é arquitetado
por corruptos notórios. O objetivo é destituir Dilma Rousseff. Prender Lula. E
destruir o Partido dos Trabalhadores. Os partidos de oposição, sobretudo o
PSDB, são os articuladores desse golpe. O PMDB é quem o executa politicamente.
As organizações Globo e congêneres da grande mídia apoiam e militam diariamente
pelo golpe com reportagens manipuladoras e editoriais agressivos contra o
governo de Dilma Rousseff. A Polícia Federal coloca lenha na fogueira com
investigações seletivas. O Ministério Público só oferece denúncia em face
daqueles que podem ter alguma ligação com o PT. O Judiciário, na pessoa do juiz
Sérgio Moro, só decreta prisão preventiva de pessoas ligadas ao PT. Há uma
obsessão por Lula e por todos os quadros do PT. Os vazamentos são
cuidadosamente selecionados. Os membros do Supremo Tribunal Federal esqueceram
a Constituição Federal nas prateleiras de suas confortáveis residências.
Eduardo Cunha manda e desmanda no país. E ainda acha graça. Michel Temer
conspira à luz do dia. Desfila com se já fosse presidente. Tucanos salivam
tamanha a sede de se empoleirar no poder. A Câmara dos Deputados é uma máfia
institucionalizada. O Senado é uma maçonaria pró-negócios. O processo de
impeachment uma aberração jurídica. Ninguém sabe o que são pedaladas fiscais e
créditos suplementares. Nem os ministros do TCU. A direita, extrema ou
moderada, destila ódio impunemente. Exalta torturadores em praça pública. Xinga
e agride pessoas nas ruas. Bolsonaro e Olavo de Carvalho são celebridades do
fascismo à brasileira. A violência simbólica é moeda corrente. O desamor se
enraíza. O presente aterroriza. O futuro adoece. O passado é recorrente. A
razão cede. A intolerância se naturaliza. O Brasil retrocede. A democracia
agoniza.
*Ulysses Ferraz é natural do Rio de
Janeiro. Ator com passagens no Teatro Oficina e no Centro de Pesquisas Teatrais
em São Paulo. Atuou em cerca de 60 filmes independentes. Estudou na Faculdade
de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo -
FEA/USP, na Faculdade de Comunicação Social da PUC/RJ e na Escola Nacional de
Circo em Paris.
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