"Notícia do arquivamento não foi destaque da mídia, diferentemente de
quando a ministra do STF determinou que Dilma fosse notificada, em
processo usado por deputados apenas para produzir um fato político."
por Eduardo Maretti
A ministra Rosa Weber arquivou o processo pelo qual alguns deputados
pediram ao Supremo Tribunal Federal, no dia 5 de maio, que a presidenta
afastada Dilma Rousseff explicasse o uso do termo “golpe de Estado” para
se referir ao impeachment. Diferentemente do dia 18 de maio, quando a
ministra do STF determinou que Dilma fosse notificada, fato que estampou
manchetes em todo o país, o arquivamento desta semana passou
praticamente despercebido pela mídia.
A imprensa também não destacou que Dilma nem sequer precisaria ter
respondido a interpelação e que, ao responder, ela foi além do que a lei
exige. Se ela não respondesse, o processo seria arquivado do mesmo
jeito.
No próprio relatório do dia 18 de maio, Rosa Weber explica que Dilma
não era obrigada a responder e teria quatro alternativas para reagir à
interpelação: “poderá, querendo, atender ao pedido formulado; poderá,
igualmente, a seu exclusivo critério, abster-se de responder, deixando
escoar o prazo; poderá, ainda, em atenção ao Poder Judiciário,
comunicar-lhe as razões pelas quais entende não ter o que responder;
poderá, finalmente, prestar as explicações solicitadas”, escreveu a
relatora.
A interpelação é prevista no Código Penal para que o cidadão que se
considere objeto de calúnia, ofensa ou difamação possa pedir
esclarecimentos a quem ofende. Se o ofendido julgar que não foi
devidamente esclarecido, ele pode então mover ação contra o autor da
ofensa. Dilma, no caso, teria ofendido a Câmara.
Em outras palavras, a interpelação contra o uso do termo “golpe” por
Dilma teve apenas o objetivo de provocar um fato político. O pedido foi
de autoria dos deputados Claudio Cajado (DEM-BA), Julio Lopes (PP-RJ),
Rubens Bueno (PPS-PR), Antônio Imbassahy (PSDB-BA), Pauderney Avelino
(DEM-AM) e Paulinho da Força (SD-SP).
Já a ministra Rosa Weber, atacada por setores da mídia alternativa
por ter notificado Dilma, não fez nada além do que o previsto
formalmente. Era única coisa que ela ou qualquer outro ministro do STF
tinha a fazer: encaminhar a notificação a Dilma e depois arquivá-la.
Fonte:
publicado em 17/06/2016 no portal Rede Brasil Atual
*Comentário de Manoel Paixão: Dilma não era nem obrigada a responder por que usa o termo “golpe” para se referir ao impeachment, e se ainda tivesse, a gravação da conversa entre senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado responderiam ao questionamento feito pela ministra Rosa Weber, do STF.
*Comentário de Manoel Paixão: Dilma não era nem obrigada a responder por que usa o termo “golpe” para se referir ao impeachment, e se ainda tivesse, a gravação da conversa entre senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado responderiam ao questionamento feito pela ministra Rosa Weber, do STF.
ROMERO
JUCÁ - [...] Eu só
acho o seguinte: com Dilma não dá, com a situação que está. [...] Tem que ter impeachment.
Não tem saída.
Outra coisa, impressionante, como alguns dos ministros do supremo acatam com tanta rapidez pedidos formulados pelo bloco PSDB/PPS/DEM/SD, tendo como único objetivo de provocar um novo fato político, como sempre contra a Dilma, o Lula e o PT, tanto quanto este é rapidamente evidenciado pela grande mídia fazendo-o soar como tão escandaloso. Sério, é impressionante!
Outra coisa, impressionante, como alguns dos ministros do supremo acatam com tanta rapidez pedidos formulados pelo bloco PSDB/PPS/DEM/SD, tendo como único objetivo de provocar um novo fato político, como sempre contra a Dilma, o Lula e o PT, tanto quanto este é rapidamente evidenciado pela grande mídia fazendo-o soar como tão escandaloso. Sério, é impressionante!
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