O lobo e o cordeiro
La Fontaine
A razão do mais forte vai sempre vencer é o que adiante vocês hão de
ver. Num límpido regato um dia um cordeiro, sereno, bebia. Eis que surge
um lobo faminto:
— Como ousas sujar minha água? Diz o lobo com fingida mágoa: — Logo vais receber o castigo por assim desafiar o perigo.
— Senhor — o cordeiro responde —, não te zangues: não vês que me encontro vinte passos abaixo de ti, e, portanto, seria impossível macular tua água daqui?
— Tu a sujas — diz o bicho feroz. — Além disso estou informado que falaste de mim ano passado.
— Como poderia te ter ofendido se não era nascido então, e o leite materno ainda bebo?
— Ora, ora, se não foste tu, com certeza foi teu irmão.
— Não o tenho.
— Então foi algum dos teus: pois que nunca me deixam em paz. Tu, teus pastores e cães; necessária a vingança se faz.
E no fundo da floresta com toda tranqüilidade o lobo devora o cordeiro sem outra formalidade.
(Tradução de Luciano Vieira Machado)
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LAJOLO, Marisa (Coord.) Histórias sobre ética. São Paulo: Ática, 1999. (Coleção Para Gostar de Ler, V. 27)
— Senhor — o cordeiro responde —, não te zangues: não vês que me encontro vinte passos abaixo de ti, e, portanto, seria impossível macular tua água daqui?
— Tu a sujas — diz o bicho feroz. — Além disso estou informado que falaste de mim ano passado.
— Como poderia te ter ofendido se não era nascido então, e o leite materno ainda bebo?
— Ora, ora, se não foste tu, com certeza foi teu irmão.
— Não o tenho.
— Então foi algum dos teus: pois que nunca me deixam em paz. Tu, teus pastores e cães; necessária a vingança se faz.
E no fundo da floresta com toda tranqüilidade o lobo devora o cordeiro sem outra formalidade.
(Tradução de Luciano Vieira Machado)
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LAJOLO, Marisa (Coord.) Histórias sobre ética. São Paulo: Ática, 1999. (Coleção Para Gostar de Ler, V. 27)
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