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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Exílio de Jean Wyllys danifica imagem do Brasil no exterior

'Político deixa país devido a ameaças de morte'

Por Kennedy Alencar 
Jornalista Kennedy Alencar
O autoexílio de Jean Wyllys, que desistiu de assumir o mandato de deputado federal para o qual foi reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro, traz prejuízo à imagem internacional do Brasil. É um caso típico de ditaduras ou de regimes em que imperam o fanatismo político ou religioso.

Jean Wyllys tomou a decisão de deixar o país e largar o mandato de deputado federal devido às constantes ameaças de morte que vinha recebendo. Durante a ditadura de 1964, muitos políticos e artistas optaram pelo autoexílio para preservar suas vidas e voltar depois para lutar pela democracia. Fizeram bem.
A decisão de Jean Wyllys, parlamentar com carreira na defesa das bandeiras LGBT, merece respeito e compreensão. Ele sofreu com fake news e ataques homofóbicos. Homofobia mata no Brasil. Há um ameaça as minorias no país.
Hoje é um dia triste para a democracia brasileira.
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Inacreditável
Hoje, o presidente Jair Bolsonaro escreveu no Twittter, sua rede social preferida: “Grande dia!”.
Apesar de ter sido interpretada como uma comemoração do presidente a respeito da decisão de Jean Wyllys, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho de Jair Bolsonaro, afirmou que a mensagem não tinha nada a ver com o caso do deputado federal. Segundo o filho do presidente, a postagem se referia à viagem presidencial a Davos.
O próprio filho de Bolsonaro escreveu no Twitter: “Vá com Deus e seja feliz!”.
O presidente da República deveria se comportar com mais respeito ao cargo quando usa o Twitter. Imitar Donald Trump não é um bom caminho. A mesma recomendação vale para um vereador. Quem ocupa função pública deveria levar em conta sua função pública.
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Precisa falar
O ministro da Justiça, Sergio Moro, e a Polícia Federal precisam se manifestar e dar respostas concretas a respeito das ameaças relatadas por Jean Wyllys. Esse caso é um alerta que não pode ser subestimado pelas autoridades. O assassinato de Marielle Franco, também do PSOL do Rio, continua sem solução até hoje.
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Retrocesso federal
A mudança na Lei de Acesso à Informação, que aumenta o número de autoridades que podem manter documentos em sigilo por 25 anos (ultrassecreto), é um retrocesso institucional patrocinado pelo governo Bolsonaro. A alteração legal foi assinada hoje pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.


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