Por Fernando
Brito
A Oxfam – não, não é uma associação de
comunistas, mas de ativistas sociais criada por um clérigo anglicano, Theodore
Milford – divulgou seu relatório de 2019 (aqui, em PDF) sobre a concentração de riqueza no mundo, com
resultados muito semelhantes aos divulgados ontem pela Bloomberg.
A crise financeira mundial de
2008, que deixou – e ainda deixa – um déficit de dezenas de milhões de empregos
entre os trabalhadores, não impediu que dobrasse o número de bilionários (em
dólares) no mundo . Em 10 anos o número de bilionários dobrou e são,
hoje, 2.208. Só no ano passado, a riqueza desta turma aumentou em US$ 900
bilhões, ou US$ 2,5 bilhões por dia.
Enquanto isso, a riqueza da metade mais
pobre da humanidade, 3,8 bilhões de pessoas, caiu 11%.
No Brasil, eram 42 bilionários em 2018,
com riqueza total de US$ 176,4 bilhões.
Os 26 homens mais ricos do mundo
concentram a mesma riqueza dos 3,8 bilhões de pessoas que compõem a metade
mais pobre da humanidade, que vive com uma renda de menos de US$ 5,50 por
dia.
Boa parte disso deve-se àquilo que é
frequentemente demonizado pelo discurso da direita: a carga tributária. O
gráfico ao lado, que integra o relatório, mostra como a tributação vem caindo
vertiginosamente, desde que passou a ser bandeira das políticas econômicas
neoliberais.
Descreve o relatório: ” desde a crise
financeira de 2007-08, o ônus tributário passou das empresas para as famílias,
e que os impostos sobre folha de pagamento e consumo, como o IVA, respondem por
todo o aumento líquido da receita tributária. Esses impostos costumam ser
regressivos porque os pobres pagam uma parcela maior de sua renda;
consequentemente, os impostos sobre o consumo aumentam a desigualdade”.
Fonte: Publicado no Tijolaço
Fonte: Publicado no Tijolaço
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