"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

"Intocáveis" é segunda operação a expor proximidade dos Bolsonaro com milícias

Jornal GGN - Ao menos duas operações recentes do Ministério Público do Rio de Janeiro revelaram a proximidade da família Bolsonaro com milicianos. "Intocáveis", deflagrada nesta terça (22), expos que Flávio Bolsonaro não só homenageou 2 milicianos como contratou a esposa e a mãe de um deles, o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães, que teve prisão decretada sob a acusação de ser chefe do "Escritório do Crime" - grupo que ganha dinheiro na favela Rio das Pedras com assassinatos sob encomenda, entre outros crimes.

Foi em Rio das Pedras, segundo divulgou Lauro Jardim, que Fabrício Queiroz se "escondeu" por alguns dias quando o escândalo do Coaf pipocou na imprensa. Capitão Adriano, aliás, é amigo de Queiroz e o ex-deputado Flávio Bolsonaro atribuiu ao ex-motorista a responsabilidade pela contratação da esposa e mãe do miliciano. 

Durante a corrida presidencial, outra operação - batizada de Quarto Elemento - também apontou elo entre os Bolsonaro e membros de milícias do Rio.

O assunto foi tratado em artigo de Luis Nassif no último dia 20. O editor do GGN destacou que a pauta passou longe dos holofotes da maior parte da mídia e dos setores que patrocinaram a candidatura do então parlamentar do PSL porque, à época, Bolsonaro tinha uma serventia: evitar uma vitória do PT na disputa eleitoral.

O que a Quarto Elemento revelou foi que Flávio Bolsonaro também mantinha em sua equipe de segurança pessoal, durante a eleição de 2018, dois policiais militares presos pela participação em milícias.

Os irmãos gêmeos Alan e Alex Rodrigues de Oliveira foram apontados por Flávio como "voluntários sem maiores ligações" com seu mandato. Mas "fotos no Twitter desmentiam, mostrando intimidade ampla dos Bolsonaro – pai e filho - com os irmãos." Em uma das imagens está, Jair Bolsonaro foi prestigiar o aniversário dos gêmeos, em 2017.

Além disso, Flávio Bolsonaro homenageou com menções honrosas ou medalha não só os acusados da "Intocáveis", como outros três membros de organização criminosa detidos na operação Quarto Elemento. 


O artigo de Nassif ainda lembra que a família Bolsonaro tem histórico em defesa de milícias.

Em 2003, Jair Bolsonaro discurso na Câmara defendendo a entrada das milícias da Bahia no Rio.

"Quero dizer aos companheiros da Bahia — há pouco ouvi um Parlamentar criticar os grupos de extermínio — que enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio, porque no meu Estado só as pessoas inocentes são dizimadas."

Em 2008, defendeu milicianos das críticas de Marcelo Freixo (PSOL). "Nenhum Deputado Estadual faz campanha para buscar, realmente, diminuir o poder de fogo dos traficantes, diminuir a venda de drogas no nosso Estado. Não. Querem atacar o miliciano, que passou a ser o símbolo da maldade e pior do que os traficantes."

Flávio, por sua vez, já defendeu pagamento de taxa de proteção às milícias por parte dos moradores dos territórios ocupados. "As classes mais altas pagam segurança particular, e o pobre, como faz para ter segurança? O Estado não tem capacidade para estar nas quase mil favelas do Rio. Dizem que as mílicias cobram tarifas, mas eu conheço comunidades em que os trabalhadores fazem questão de pagar R$ 15 para não ter traficantes".

Segundo o jornalista Marcelo Auler, a Promotoria do Rio foi questionada recentemente, por ele, a respeito da proximidade dos Bolsonaro com milícias do Rio. Mas o procurador-geral de Justiça, José Eduardo Gussem, usou o sigilo das investigações como justificativa para não comentar o assunto.



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