Por Kiko Nogueira
Michel Temer foi
de vice decorativo a verme, arrastando-se pelos corredores do Planalto
pendurado nos últimos fiapos de apoio.
Topou participar
da conspiração do golpe, virou a solução mais “fácil”, achou que era algo além
de um pau mandado e agora tenta achar uma maneira de não ir em cana.
MT era o
fantasma que ele mesmo via no Alvorada.
Sua entrevista à
Folha é obra de psicopata, de quem perdeu a noção da realidade. O cinismo tosco
de um canalha que não faz mais a menor questão de esconder sua canalhice.
Declara que não
vai se afastar porque já contestou a gravação de sua conversa — baseado numa
perícia feita através de gatonet, contratada pela Folha.
“Tenho
demonstrado com relativo sucesso que o que o empresário fez foi induzir uma
conversa”, diz.
Relativo
sucesso???
Michel chegou a
um ponto em que, ciente de que todos sabem que ele é ladrão, passou a explicar
o erro de ser pilhado cometendo um crime.
Sobre seu
encontro ilegal com Joesley, lamenta: “Talvez eu tenha de tomar mais cuidado.
Bastava ter um detector de metal para saber se ele tinha alguma coisa ou não, e
não me gravaria”.
Pronto!
Ele se apoia nos
jornais que deram o parecer vagabundo sobre o áudio.
“Primeiro, tudo
foi montado. Ele [Joesley] teve treinamento de 15 dias, vocês que deram
[refere-se à Folha], para gravar, fazer a delação, como encaminhar a conversa”,
fala.
Faz uma espécie
de desafio: “Agora, mantenho a serenidade, especialmente na medida em que eu
disse: eu não vou renunciar. Se quiserem, me derrubem, porque, se eu renuncio,
é uma declaração de culpa”.
E aí chegamos ao
clímax: “É que criou-se um clima que permeia a entrevista do senhor e das
senhoras de que vai ser um desastre, de que o Temer está perdido. Eu não estou
perdido”, diz.
“Olha, acho que
eles gostaram desse novo modelito [risos]. As pessoas acharam que ‘enfim, temos
presidente’”.
Em seus últimos
dias na Casa Branca, Richard Nixon alternou momentos de euforia e depressão.
Bebia e estava exaurido mental e fisicamente.
Certa feita,
entabulou uma conversa com seu chefe de gabinete Alexander Haig, general do
Exército. Nixon comentava sobre como os oficiais que caem em desgraça resolvem
as coisas pela espada.
“Vocês,
soldados, têm uma maneira de lidar com problemas como este. Alguém deixa uma
pistola na gaveta”, disse.
Haig ficou
atordoado. Então, Nixon completou: “Eu não tenho uma pistola.”
Michel não tem
pistola e ninguém vai deixar nada em sua gaveta que não seja dinheiro.
A saída Getúlio
sequer lhe passa pela cabeça. Mais próximo de um Didi Mocó do que de um
personagem trágico, vai nos arrastar em sua chanchada até ser chutado na bunda
pelo cara da iluminação.
Fonte: Publicado no Diário do Centro do Mundo
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