"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

Obrigado pelo acesso ao nosso blog
!

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.
#PauloFreireMereceRespeito #PatonoDaEducaçãoBrasileira #PauloFreireSempre

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Prisão de Cunha é de certa forma estranha e tardia

Sabe do que senti falta nessa prisão preventiva do Eduardo Cunha? É que esta, não se deu com toda aquela movimentação já nas primeiras horas do dia, sob forte aparato policial e de câmeras da grande mídia, assim como vimos em outras ocasiões, como, por exemplo, nos cumprimentos de um simples mandado de condução coercitiva ou de um mandado de prisão quase que às portas de um centro cirúrgico – o que não era pra tanto. Será que os dias de espetacularização midiática da força tarefa da operação Lava Jato chegaram ao fim? Muito provável que não. É que a prisão efetuada hoje, não envolve nenhum integrante e/ou pessoas ligadas ao PT. Sinceramente, achei a prisão de Eduardo Cunha de certa forma estranha e tardia. Estranha, pelo que pode vir em seguida, pois sabemos bem qual é a grande obsessão do juiz Moro. Estaria o juiz federal e sua força tarefa buscando nisso uma forma de se legitimar perante a opinião pública, numa possível prisão do Lula? Pelo andar da carruagem pode ser assim amanhã, tem boas chances de que isso aconteça. Tardia, considerando tanto a longa carreira quanto a ficha corrida de Eduardo Cunha, com envolvimentos em escândalos e denuncias de corrupção, posto que por um longo período, ele usou e abusou escancaradamente de seu poder, – e porque não dizer – bem aos olhos complacentes do judiciário. E agora, com essa, de que a liberdade do ex-parlamentar peemedebista representava risco à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade – pois, Cunha é italiano e brasileiro. Cá entre nós, foi dado a ele tempo de sobra para destruir provas, obstruir a justiça e dificultar as investigações de que é alvo. Então, a pergunta que não quer calar é: Como pode alguém que representa “significativo perigo público” permanecer por todo esse tempo em liberdade? É o tipo da coisa que só acontece no Brasil. Apenas acrescentando, eu queria muito poder acreditar nesse suposto combate a corrupção promovida pela operação Lava jato, mas como tenho minhas dúvidas – o que sempre manifestei aqui – essa é uma experiência cada vez mais remota. A prisão do Eduardo Cunha já passava da hora. Espera-se, agora, que ele tenha amplo direito de defesa durante o processo. E se ainda há justiça nesse país, que ela seja feita, porém com a devida imparcialidade, sem arbitrariedades e/ou abusos, e sem espetacularização midiática, com quem quer que seja.


Nenhum comentário: