"Só há duas opções nesta vida:
se resignar ou se indignar. E eu não vou me resignar nunca." (Darcy
Ribeiro)
Por Manoel Paixão
Meu caro leitor e minha cara leitora,
Que tempos são esses, que estamos
vivendo no Brasil?
Que país é esse, que o Brasil vem
se tornando?
O que está acontecendo com a gente?
Por que somos um povo assim tão
passivo?
Tantas são as situações, que nos
rodeiam cotidianamente, nas quais temos sido passivos, sem nos darmos conta
disso e de suas consequências.
A nossa passividade, querendo ou não,
está em simplesmente assistir e/ou aceitar:
· Tanta ignorância, estupidez,
mediocridade, perversidade e falta de humanidade, nos níveis como temos visto ultimamente.
· Todo esse ódio e intolerância, que
tomou de conta do país.
· Manifestações racistas, xenófobas,
homofóbicas, misóginas, machistas e extremistas, contra quaisquer pessoas ou
grupos.
· Apologia e incitação aberta ao
estupro, pedofilia, injúria, tortura e outras selvagerias.
· A violência crescente contra as
mulheres, que são vítimas constantes de assédios, agressões físicas e
psicológicas, abusos, torturas, feminicídio, e ainda sofrem com as
desigualdades no mercado de trabalho e no ambiente político.
· Maus tratos contra crianças, idosos, pessoas com deficiência, moradores de rua e animais.
· Maus tratos contra crianças, idosos, pessoas com deficiência, moradores de rua e animais.
· O aumento da violência no campo,
com suas ameaças, agressões, expulsões, grilagem, pistolagem e assassinatos.
· A violência contra povos indígenas
e comunidades tradicionais.
· A violência policial, facções
criminosas, milícias e grupos de extermínio, agindo como um poder paralelo.
· As chacinas, que assolam as nossas
cidades, dizimando principalmente a nossa juventude negra e pobre das
periferias.
· As mortes de lideranças
comunitárias, camponesas, sindicais, além de defensores dos direitos humanos,
ambientalistas, ativistas sociais, como também de jornalistas críticos, agentes
políticos, advogados e religiosos.
· As variadas formas e práticas de
trabalho escravo, no campo e nas cidades.
· As desigualdades sociais, com
pessoas vivendo em condições subumanas, na pobreza extrema, sem ter o que
comer, calçar e vestir, sem acesso à saúde, a educação, ao trabalho e salário
justo, a moradia e a uma vida digna.
· As injustiças, negligências e
violações de direitos.
Essa nossa passividade também foi bastante
evidente em alguns episódios, como quando assistimos e/ou aceitamos:
· O pato amarelo de borracha da Fiesp
e a camiseta da CBF virando símbolos de manifestações "anticorrupção"
e do pedido de impeachment, e o povo foi quem acabou pagando pato.
· A manipulação midiática diária,
feita por uma imprensa partidarizada – aliada a uma elite inescrupulosa, um
legislativo de abutres e um judiciário seletivo –, com seus veículos, aparatos
e integrantes, todos encarregados de ajudar a construir a mesma narrativa de
instabilidade no país, que culminou em um golpe travestido de processo de
impeachment.
· A nossa democracia sendo durante
golpeada.
· Um governo ilegítimo e um
presidente golpista, usurpador e entreguista, por 2 anos e 7 meses no poder.
· A aprovação de um pacote de medidas
e reformas nefastas, contra o povo e a classe trabalhadora.
· Os discursos de redes sociais
distorcendo a realidade e uma eleição manipulada por mentiras em massa.
· As falácias do universo
bolsonariano, em nome de Deus, da salvação da "família tradicional
brasileira", da preservação da "inocência das crianças", da
defesa do "cidadão de bem" e da construção de uma "nova política",
além das loucuras e obsessões do seu imaginário, contra supostos inimigos da
pátria, como socialismo, comunismo, marxismo cultural, doutrinação ideológica,
kit gay e mamadeira erótica.
· Uma onda de extrema-direita,
conservadora e fundamentalista, se espalhando pelo país e seus representantes
chegando ao poder.
Depois disso, ainda continuamos dando
mais demonstrações de passividade, a ponto de aceitar:
· Um governo que se mostra incapaz
para resolver os problemas em áreas fundamentais do país.
· Que o nosso país siga sendo
envergonhado perante o mundo, por um governo tão desqualificado.
· Sermos governados via twitter.
· Os negócios obscuros da família
Bolsonaro, que vão desde as suspeitas de lavagem de dinheiro até a sua
proximidade com milicianos do Rio de Janeiro.
· Tamanha disposição do governo brasileiro
para o servilismo e o entreguismo ao governo estadunidense.
· O desmonte da nossa Constituição,
ameaças aos direitos humanos e às conquistas sociais.
· Uma proposta de reforma
previdenciária, muito mais nefasta para a população, do que a proposta do
governo anterior.
· As lambanças, processos e sentenças
controversos de procuradores e juízes, que desprezam o direito, vandalizam a Constituição e
buscam o protagonismo político.
· Que ter uma arma de fogo dentro de
casa, vai nos manter seguros e/ou diminuirá o número de vítimas da violência,
isso num país que registra milhares de mortes por homicídios todos os anos.
Todos nós vimos os retrocessos
causados pelo governo anterior. Não será diferente agora. Outros retrocessos
virão, inclusive civilizacional. Basta ver as intenções do atual governo.
Nada disso do que está acontecendo
pode ser considerado como normal, muito menos a nossa passividade, que também
está se tornando cada vez mais assustadora.
Como podemos continuar optando por
esse estado de silêncio, de comodismo, de indiferença, de consentimento ou de
resignação, mesmo vendo os rumos que o país tem tomado?
Já há algum tempo que deveríamos, no
mínimo, estar manifestando diariamente toda a nossa indignação.
Sinceramente, não consigo entender
que país é esse, que o Brasil vem se tornando.
Não sei até quando vamos suportar
tudo isso.
Mas, espero que como povo, não demoremos muito para despertar dessa condição de passividade, que até então nos mantém numa espécie de imobilismo profundo.
Mas, espero que como povo, não demoremos muito para despertar dessa condição de passividade, que até então nos mantém numa espécie de imobilismo profundo.
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