A Lava Jato sofre uma grande derrota no STF, que decide tirar das mãos da “Operação” e enviar para a justiça eleitoral os inquéritos relacionados aos fatos envolvendo a prática de caixa dois.
Por Ricardo Cappelli
Circula nos bastidores que o juiz Marcelo Bretas
pode ser candidato à prefeitura do Rio em 2020. Após Moro abandonar a carreira,
o magistrado carioca parece estar com sede de assumir a liderança da operação
pelo judiciário.
Claro que isso não tem nenhuma relação com a
espetacular prisão preventiva de Temer, sem condenação ou trânsito em julgado,
nem mesmo em segunda instância.
Vamos reconstituir os fatos.
A Lava Jato sofre uma grande derrota no STF, que
decide tirar das mãos da “Operação” e enviar para a justiça eleitoral os
inquéritos relacionados aos fatos envolvendo a prática de caixa dois.
Enlouquecido, Deltan”Torquemada” Dallagnol desfere
ataques virtuais contra membros da corte, estimulando uma onda de milícias digitais
que atuam no submundo da internet difamando e destruindo reputações. Alguns
chegam a fazer ameaças físicas.
Como o STF reage? Sob protesto da ala
“neoiluminista” e “neopositivista da corte, aliada da “República de Curitiba”,
o presidente Dias Toffoli abre inquérito para apurar as origens do ataque. Quem
estimula? Quem financia? Quem está por trás da desestabilização das
instituições? Serão encontradas “pegadas” de Curitiba?
A Ordem dos Advogados do Brasil se pronuncia na
defesa do inquérito e das instituições.
O “ex-todo-poderoso” Sérgio Moro vê o presidente da
Câmara criar uma comissão com sete membros para avaliar seu projeto de combate
ao crime organizado por 90 dias. Na prática, joga sua apreciação para o segundo
semestre.
O Ministro da Justiça reage indignado e passa a
provocar Maia, que responde chamando-o de “funcionário de Bolsonaro”, “que ele
está trocando as bolas”, e fazendo pouco caso de seu projeto dizendo que ele é
“um copia e cola” dos projetos apresentados pelo ex-ministro da justiça
Alexandre de Moraes.
Qualquer recém-nascido com mais de cinco quilos
filho de um esquimó da Antártida consegue perceber que é o pior momento vivido
pela Lava Jato. Some a isso que Bolsonaro enfrenta uma queda de 15 pontos
percentuais de popularidade em apenas 60 dias, um recorde histórico.
Está clara a necessidade de reagir? E a reação
veio. Por coincidência, claro, sai da manga a prisão de Temer e de Moreira, por
outra coincidência, sogro do “Botafogo”.
Ratificando: sem julgamento. Sem condenação. Sem
trânsito em julgado. Nem mesmo em segunda instância.
Quem está comemorando a reação da “Operação”?
Bolsominions que desviam o foco do problema
central, a falta de projeto para retomada do crescimento no Brasil, e políticos
oportunistas e perdidos da esquerda que, numa postura esquizofrênica, condenam
ou comemoram as prisões ilegais, dependendo da filiação do preso.
A Lava Jato é um projeto de poder. Utiliza-se, em
alguns casos, de problemas reais de nossa jovem democracia para, rasgando o
Estado Democrático de Direito, pavimentar seu caminho para o poder.
A corrupção precisa ser enfrentada, claro. Mas vem
sendo usada como pretexto para rasgar a constituição de 88 e implantar no país
um estado de exceção. O alvo não é o fim da corrupção. A seleção dos presos é
demonstração cabal disso. O que eles buscam é o poder.
Quem não entender isso não vai entender
nada do que está acontecendo no Brasil.
Fonte: Publicado no Jornal GGN
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