Ciro torna-se um paradoxo ambulante. Seu
estilo é o de promover polêmicas. Logo, provocar adesões e críticas. A cada
crítica, responde com mão pesada
Por Luis Nassif ǀ Opinião - GGN
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Ciro Gomes |
Não sei onde Ciro Gomes pretende chegar
com suas incontinências verbais e sua absoluta intolerância às críticas que
recebe.
Ciro torna-se um paradoxo ambulante. Seu
estilo é o de promover polêmicas. Logo, provocar adesões e críticas. A cada
crítica, responde com mão pesada. Todos os críticos são corruptos, diz ele, em
uma mesma entrevista em que define o seu estilo como racional, baseado nos
fatos e na razão. Ou seja, Ciro não mente, não chuta, não faz críticas
irresponsáveis e todas suas denúncias são fundamentadas, é este o seu bordão.
Nos ataques a Paulo Moreira Leite e a
Kiko Nogueira, cometidos na mesma entrevista, falhou de todos os modos. Falhou
factualmente, ao atribuir a Paulo Moreira Leite, em sua passagem por Veja, o
apoio à ultradireita e a demissão. Pelo contrário, nem Paulo Moreira Leite
dirigiu a revista na fase esgoto (que foi posterior à sua saida) nem foi
demitido, mas contratado por uma revista concorrente. Em relação a Kiko, jamais
trabalhou na Época e, assim como Paulinho, jamais foi alvo de nenhuma suspeita
de trabalho aético.
Mais que isso, a espingarda de Ciro
estava tão vesga que, em um setor contaminado pela pusilanimidade, maledicência
e disputas sem regras, mirou justamente dois jornalistas que, além de brilhante
carreira jornalística, são excelentes carácteres, unanimidade nos ambientes em
que trabalharam.
O terceiro erro foi classificá-los como
petistas militantes. Ambos são jornalistas que atuam nos vácuos de cobertura da
mídia. Hoje em dia atendem a um público preferencialmente petista, devido ao
claro viés antipetista da mídia. Mas, dentro do padrão de mediação jornalística
que professam, no qual não há militância política nem posição apriorística:
critica-se quando se julga que se deve criticar; elogia-se quando se enxergam
aspectos positivos na pessoa.
Eles provavelmente seriam os primeiros a
apoiar Ciro, quando abandonasse sua metralhadora giratória, ou a calibrasse
melhor, e passasse a trilhar caminhos mais positivos, na construção da grande
frente democrática.
Fonte: Publicado no Jornal GGN
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