Jornal GGN - Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro
exoneraram dois funcionários ligados a transações financeiras suspeitas
analisadas Coaf apenas poucos dias antes da batida policial que ocorreu
na Operação Furna na Onça, do Ministério Público Federal no Rio de
Janeiro. O dado, divulgado pelo G1 no dia 7 passado e reafirmado em
edição do El País desta terça (11), coloca em xeque parte da explicação
de Flávio sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 1,2
milhão em 2016 sem ter renda nem patrimônio compatíveis com os recursos.
À imprensa, Flávio admitiu que conhece Fabrício, seu ex-motorista e
ex-segurança pessoal na Alerj, há pelo menos uma década. E disse também
que foi Fabrício quem pediu a exoneração de seu gabinete em outubro
passado, com a desculpa de que queria se dedicar à reforma da Polícia
Militar - o ex-assessor é sargento da PM.
Mas Fabrício foi exonerado no dia 15 de outubro e, no mesmo dia,
Jair Bolsonaro, coincidentemente, também mandou embora de seu gabinete a
assessora parlamentar Nathália Melo de Queiroz, que é filha de
Fabrício.
Nathália trabalhava com o hoje presidente eleito desde dezembro de
2016. Antes disso, de 2007 a 2016, era funcionária de Flávio Bolsonaro.
Segundo o G1, o Coaf não deixou claro os recursos individuais
transferidos entre Nathália e Fabrício na conta investigada, mas ao lado
do nome dela aparece o valor de R$ 84 mil.
De acordo com o El País, a exoneração dos dois ex-assessores se deu
2 dias antes de a Procuradoria da República ingressar com os pedidos de
prisão da Operação Furna da Onça. A batida policial que levou à prisão
deputados da Assembleia do Rio e assessores ocorreu no dia 8 de
novembro.
O GGN mostrou aqui
que os assessores que foram presos na Furna da Onça movimentaram menos
recursos do que Fabrício Queiroz, que foi poupado na operação porque
Flávio Bolsonaro não foi delatado em esquema de mensalinho investigado
pela Procuradoria.
Não está claro, segundo o El País desta terça (11), se o Ministério
Público estadual investiga Fabrício e Nathália. Além deles, mais 5
assessores de Flávio Bolsonaro fizeram dinheiro transitar entre si, de
acordo com informações de Veja.
O Ministério Público Federal tampouco confirma ou nega que o filho
do presidente esteja ou venha a ser investigado pelo caso Coaf.
A Folha desta terça (11) acrescenta que a conta utilizada por
Fabrício para movimentar os R$ 1,2 milhão em 2016 é considerada uma
"conta de passagem".
Nela, ele depositava dinheiro vivo e, dias depois ou no mesmo dia,
sacava recursos em valores semelhantes. As operações de depósito e saque
em espécie dificultam a investigação sobre a origem e destino dos
valores.
Para o jornal, Fabrício pode ter sido o responsável por coletar e
depositar na conta suspeita parte do salário dos outros funcionários de
Flávio Bolsonaro na Alerj. O esquema é comum nos Legislativos estaduais e
municipais, diz a Folha, e é ilícito, o que complicaria a situação do
deputado estadual que ascenderá a senador em janeiro de 2019.
Nas movimentações de Fabrício consta ainda o repasse de R$ 24 mil
para Michelle Bolsonaro, que Jair afirma ter sido parte do pagamento por
um empréstimo que ele fez ao ex-assessor, no total de R$ 40 mil.
Fonte: Publicado no Jornal GGN
Nenhum comentário:
Postar um comentário