“Que nada nos limite, que nada nos
defina, que nada nos sujeite. Que a liberdade seja nossa própria substância, já
que viver é ser livre.” (Simone de Beauvoir)
Por Manoel Paixão
O 2018, definitivamente, não foi um ano fácil.
Chegamos ao fim de 2018, ainda sob as
agruras do golpe de 2016 e amargando enormes retrocessos nos âmbitos político, econômico
e social ─ aliás, também no jurídico ─, em razão das condições lastimáveis que
os golpistas submeteram o nosso país.
O golpe deixou a democracia e as
instituições em escombros, e o governo ilegítimo tratou de fazer através de uma
série de medidas e reformas impopulares, uma maléfica operação de desmonte do
Estado e das políticas públicas de inclusão social.
O golpe também permitiu o surgimento da
extrema-direita e deu margem ao crescimento de ondas conservadora e fascista no
Brasil, de tal modo que se chegou até à eleição de um representante desta para
presidente da República, que assumirá o cargo das mãos do presidente ilegítimo
e golpista, a partir de 2019.
E, como se não bastasse tudo isso nesses
tempos de golpe, 2018 ainda foi marcado por tragédias, farsas, mentiras e
bizarrices, que este blog tratou de mostrar.
Pois é, do desencadeamento do
processo do golpe, que começou a ser arquitetado por
um consórcio político-jurídico-midiático logo
após as eleições de 2014 e validado em 2016 com o impeachment de
uma presidenta legítima, eleita com 54,5 milhões de votos, até
seus efeitos mais nocivos em 2018, sobram-nos lições e aprendizados,
que espero que seja a força motriz para os enfrentamentos que se farão
necessários a partir de 2019 e nos anos que se seguem.
O processo de transição e a composição
do novo governo, bem como os recorrentes discursos do presidente eleito e do
seu pessoal, que como vemos está em total alinhamento com as elites financeiras
e empresariais, e inclusive suas declarações que soam como ameaças à democracia
e à garantia dos direitos, já indicam que tempos difíceis virão para a classe
trabalhadora e o povo brasileiro.
Sigamos atentos, para que possamos nos
mobilizar e responder com luta, ao menor sinal de alerta de ameaças de
autoritarismo, retrocessos e entreguismos.
Que em 2019, estejamos unidos, firmes,
fortes e resistentes, nas lutas em defesa da democracia e do Estado de direito,
dos direitos sociais e trabalhistas, e contra as injustiças, as violações de
direitos humanos e o extremismo.
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