247 - O presidente nacional da CUT (Central
Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, criticou duramente nesta
segunda-feira 3, em entrevista à TV 247, a intenção do governo Jair
Bolsonaro de dissolver em três pastas o Ministério do Trabalho. A ideia
foi expressada pelo futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"Os trabalhadores começam a ver aquilo que a gente falava na
campanha: esse governo não tem compromisso com a classe trabalhadora",
declarou o presidente da CUT. "Esse é um governo liberal, um dos mais
liberais da história do Brasil. Absolutamente organizado para levar em
consideração o interesse dos ricos, do banco, do agronegócio", lembrou.
"Você, trabalhador e trabalhadora que votou em Bolsonaro,
lamentavelmente está fora da agenda Bolsonaro de governo. Inclusive a
partir do momento em que você nem o espaço do Ministério do Trabalho
tem, como não tem mais ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial.
São assuntos que não estão no centro da política do Bolsonaro", analisou
ainda.
A divisão do assunto dos trabalhadores em outras três pastas, como
prometido, "demonstra claramente isso", reforça Freitas. Parte ficará no
ministério da Justiça, de Sergio Moro, o que para Vagner Freitas é um
risco para a fiscalização contra o trabalho escravo, que "ficará em uma
gavetinha". "Essa fiscalização ficará extremamente prejudicada",
acredita.
"Agora ele não acaba com o Ministério da Indústria e do Comércio",
provoca o presidente da CUT. Para o dirigente sindical, o plano
divulgado nesta segunda "é um absurdo cometido contra os trabalhadores".
Bolsonaro "deseja governar para aqueles com quem ele está compondo os
ministérios, e os trabalhadores estão fora disso". Ele assegura que a
CUT estará à frente das reivindicações para tentar impedir a perda de
direitos.
"A CUT vai fazer uma ação propositiva e de interesse da classe
trabalhadora. Cada vez que o governo for mexer nos direitos
trabalhistas, a CUT vai fazer o enfrentamento e o trabalhador não estará
sozinho", prometeu. Ele anunciou que a Central Única dos Trabalhadores,
diferente de como agiu no governo Temer, que não é reconhecido como
presidente legítimo pela entidade, pretende dialogar com a próxima
administração. "Se eles forem democráticos, vão nos receber".
No início do ano, a CUT organizará um Encontro Nacional da Classe
Trabalhadora, juntando todas as centrais sindicais do Brasil, de onde
sairá uma pauta da classe trabalhadora a ser apresentada ao novo
governo.
Na entrevista à TV 247, ele falou ainda sobre mobilizações pela
liberdade do ex-presidente Lula, reforma da Previdência e perseguição
aos movimentos sociais.
Inscreva-se na TV 247 e assista à íntegra.
Fonte: Publicado no Brasil 247
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