'Reportagem da Folha traz relato de ex-funcionário de empresa de
marketing digital que trabalhou para políticos no período eleitoral e
foi subcontratada por produtora da campanha de Bolsonaro'
Ativados com dados não autorizados, os chips eram utilizados em equipamentos que emulam o Whatsapp. (Pixabay) |
São Paulo – Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada neste domingo
(2) traz mais detalhes do esquema de disparos em massa de mensagens via
WhatsApp na campanha eleitoral de 2018. Na matéria, um ex-funcionário
da Yacows, empresa especializada em marketing digital, fala sobre como
funcionou o esquema de disparo de mensagens em massa. A Yacows foi
subcontratada no período pela AM4, produtora que trabalhou na campanha
do presidente eleito Jair Bolsonaro, entre outros políticos.
Hans River do Rio Nascimento falou ao jornal após apresentar
documentos à Justiça do Trabalho evidenciando irregularidades praticadas
por uma rede de empresas, entre as quais a Yacows, que utilizava CPF de
idosos para registrar chips de celulares e viabilizar o envio em massa
de mensagens.
O ex-funcionário enviou à reportagem do jornal uma lista de 10 mil
nomes de pessoas nascidas entre 1932 e 1953 que, segundo ele, era
distribuída pela Yacows a operadores de disparos de mensagens no
Whatsapp. Os dados teriam sido utilizados sem autorização e nem o
conhecimento dos titulares.
Ativados com os dados dos usuários, os chips eram usados em
equipamentos que emulam o Whatsapp para fazer os disparos. O
ex-funcionário também descreve as condições de trabalho das pessoas que
participavam da operação. Segundo ele, que não foi registrado, também
não havia horário de almoço e nem pagamento de horas extras.
Em 18 de outubro, a Folha já havia publicado uma matéria mostrando que empresários estariam investindo milhões para fazer campanha baseada em fake news pelo Whatsapp contra o PT e o seu candidato a presidente Fernando Haddad. Em novembro, a jornalista Patricia Campos Mello, autora da reportagem divulgou em sua conta no Twitter dez perguntas sobre a fraude eleitoral do candidato do PSL que àquela época, e ainda agora, continuam sem resposta.
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