Não sejamos ingênuos. Os antipetistas da Lava Jato e da mídia sabem
muito bem que não adianta multiplicarem por dez a quantidade de ações
contra ele na Justiça. A população que até agora, de forma crescente,
ignora o linchamento jurídico-midiático e apoia um terceiro mandato para
o ex-presidente não vai dar bola a denúncias só por serem muitas.
Aliás, a estratégia da Lava Jato é de altíssimo risco.
Claro que se houver uma profusão de inquéritos e, futuramente, de
condenações, será mais fácil para o Judiciário antipetista condenar Lula
em algumas ações e absolver em outras, de modo que a perseguição
judiciária não pareça o que é, mas, por outro lado, a perseguição mais
evidente e imediatamente após pesquisa de intenção de voto em que o
ex-presidente desponta como nova força eleitoral para 2018 vai dando
consistência à acusação de motivação política da Lava Jato e da Justiça.
O tese sobre lawfare vai
se fortalecendo e pode abrir processo formal na ONU, que passará a
investigar o Brasil por usar o poder do Estado para perseguir Lula.
Na verdade, ainda que a mídia vá negar até a morte, ao menos a
abertura do processo na ONU está praticamente garantida – e se o
processo for aberto a condenação do Brasil será certa.
Está ficando cada vez mais claro que está havendo perseguição a Lula.
A onda de denúncias contra ele na Justiça logo após a pesquisa em que
ele aparece derrotando todos os adversários inclusive no segundo turno –
menos Marina Silva, mas aproximando-se muito dela –, pôs o consórcio
anti-Lula de cabelos em pé.
Vale a pena, para quem não assistiu ou mesmo para quem assistiu, ver
ou rever o depoimento do porteiro do prédio no Guarujá em que fica o tal
“tríplex” de 200 metros quadrados.
Antes de prosseguir, porém, um aviso. Esse porteiro, para combater a
“corrupção” de Lula, filiou-se ao partido mais envolvido na Lava Jato, o
PP, e tem hoje muitíssimo interesse em que Lula seja condenado para que
sua carreira política avance.
Como se vê, Sergio Moro parece ter combinado a estratégia com o
ex-porteiro. Impediu que o interesse dele em mentir para lucrar
politicamente não pudesse ser questionado. É uma atitude criminosa,
cerceando o direito de defesa.
Para mandar um ex-presidente para a cadeia no mínimo é exigível que a
defesa dele tenha todas as condições de agir sem constrangimentos. Os
renitentes choques da defesa de Lula com Sergio Moro faz dele um inimigo
do ex-presidente e de seus advogados. É uma vergonha ele ser julgado
por um juiz que já manifestou reiteradas vezes suas diferenças com o réu
que irá sentenciar.
Sobre as denúncias contra Lula, o que está ocorrendo é uma estratégia
muito clara de indiciá-lo em vários inquéritos para poder usar apenas
alguns deles em condenação em segunda instância, de modo a enganar a
sociedade quanto ao resultado desse julgamento.
O conclave antilulista não pode apenas desmoralizar Lula. Tem que
fazer dele um exemplo, para que outros presidentes não ousem tentar
melhorar a vida dos pobres na mesma velocidade. Ou até para que nem
tentem melhorá-la.
No caminho dos carrascos de Lula, porém, existe uma muralha que Moro e
seus asseclas vão considerar intransponível. Uma muralha chamada povo.
Poderão derrubar essa muralha, mas serão soterrados por ela, se cair. Se
Lula for preso ou tornado inelegível sem provas inquestionáveis, não
podendo se candidatar elegerá quem quiser.
Ou Lula ou um “poste” por ele indicado vem aí. Lula se converterá no
preso político mais famoso do mundo, se tentarem condená-lo como
condenaram os réus do mensalão. A crise político-econômica brasileira se
estenderá por tempo e alcance indeterminados. Essa guerra insana contra
Lula ainda vai afundar todos nós.
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