É tanta coisa
acontecendo ao mesmo tempo nesse país, que a gente fica cada vez mais tensos e
temerosos. Desde o início da conspiração dos golpistas que levou o Temer ao
poder, o país vive tempos sombrios e uma verdadeira baderna institucional. No
meio desse imbróglio todo, o STF – que aliás deu condições para a construção do
golpe que derrubou uma presidenta da República eleita democraticamente –
esperou primeiro o todo bronqueado Cunha agir para aprovar o processo de
impeachment na Câmara, e só depois disso, pediu a suspensão do exercício de seu
mandato parlamentar e afastamento da presidência da casa, alegando que o então
deputado usava o cargo para finalidades estranhas ao interesse da função. Até
aí, Cunha era uma figura indispensável, que posteriormente veio a ser
totalmente descartável. Alguém precisava dar o pontapé inicial nesse serviço
sujo no Congresso Nacional, e nesse caso o Cunha veio bem a calhar. Logo após
executar o serviço sujo, ele foi afastado das suas funções pela Corte, foi
cassado por seus pares e finalmente foi preso. Agora, foi preciso que houvesse
um mal-estar entre o judiciário e o legislativo, para que o STF decidisse
tornar o também todo bronqueado Renan em réu por crime de peculato, e logo em
seguida, pediu o seu “hipotético" afastamento da presidência do Senado.
Mas, o Renan, figura indispensável na aprovação do pacote de maldades do
ilegítimo governo Temer, bateu firme o pé e disse que ficava – e acabou
ficando mesmo –, e inclusive seus pares compraram a briga dele, e contrariando a
decisão hipotética que veio da Corte, o mantiveram no comando da casa,
acirrando ainda mais os ânimos entre os poderes. Hipoteticamente, para acalmar
os ânimos e retomar a normalidade na relação entre os poderes, o STF se reuniu
e decidiu manter o Renan na presidência do Senado, mas ele não pode ocupar mais
a linha sucessória presidencial. Junto com essa última decisão da Corte, também ficou
no ar o recado para o Renan não mexer mais com o brio do judiciário e que a qualquer
hora ele pode dar as cartas na política. Óbvio, que o Renan tinha que
continuar, pelo menos nesse momento, para adiantar o serviço sujo. Tudo indica
que assim que cumprido o seu papel, o Renan terá o mesmo destino do Cunha. A
propósito, depois de desmontar o país, entregar nossas riquezas naturais e
estratégicas, e cortar direitos e conquistas sociais do povo, é muito provável
que o ilegítimo Temer também seja descartado. Há muito mais coisas obscuras a
serem desencadeadas nesse universo dos golpistas. Ultimamente, nesse país sobra
golpista para tudo quanto é lado, e todos estão sempre muito bem dispostos para
defender seus interesses particulares. Pelo que temos visto, basta simplesmente
que orgulhos sejam feridos e que interesses sejam afetados, para eles se
degladiarem. E enquanto segue a baderna institucional em Brasília, o
país só agoniza. É um imbróglio danado, que já devastou a democracia e agora
trata de por fim a legitimidade das instituições do nosso país.
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