Sergio Moro, ídolo das manifestações
“contra a corrupção” que culminaram no impeachment de Dilma Rousseff,
foi fotografo em uma situação constrangedora na noite desta terça-feira
(6), em evento promovido pela revista IstoÉ.
O juiz da Lava Jato apareceu gargalhando ao lado do
senador Aécio Neves (PSDB-MG), uma das figuras mais citadas por
delatores na Operação chefiada por Moro.
A boa relação entre os dois chama a atenção por
conta dos diferentes perfis públicos. Em geral, Moro busca transmitir em
suas aparições e manifestações uma imagem austera, exemplar de como um
funcionário público engajado no combate à corrupção deve se postar.
Ídolo de manifestantes contra a corrupção, em
especial a corrupção do PT, Moro vem se tornando uma figura messiânica
e, no último domingo, um manifestante chegou a classificá-lo de “segundo
filho” de Deus. (Recentemente, a Lava Jato não quis ouvir o depoimento de Eike Batista sobre doações ao PSDB)
Aécio, ao contrário, é uma figura cuja imagem tem
sido duramente afetada desde outubro de 2014, quando perdeu as eleições
presidenciais para Dilma Rousseff. O tucano já foi citado por pelo menos
cinco delatores diferentes da Lava Jato, entre eles o ex-senador
Delcídio do Amaral; o doleiro Alberto Youssef; um de seus entregadores
de dinheiro, Carlos Alexandre de Souza Rocha, o “Ceará” (ambos casos
arquivados); do lobista Fernando Moura, ligado ao PT; e do ex-deputado
do PP Pedro Corrêa.
Nos áudios gravados clandestinamente pelo
ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, Aécio também aparece com
destaque. “Aécio está com medo”, diz o senador Renan Calheiros (PMDB-AL)
a Machado sobre a delação de Delcídio.
Em um outro trecho das gravações, Machado conversa
com o também senador Romero Jucá (PMDB-RR) e pergunta: “Quem não conhece
o esquema do Aécio?”.
No prêmio da revista IstoÉ, Moro foi eleito o
“Brasileiro do Ano na Justiça”. O prêmio principal da noite, de
“Brasileiro do Ano” em todas as áreas, foi para Michel Temer.
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