Jornal GGN -
Simulação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que a
mulher trabalha 5,4 anos a mais do que o homem ao longo de 30 anos de
vida laboral. A diferença é causada pelos trabalhos domésticos, e o
cálculo usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do
IBGE, realizada em 2014.
O Ipea também ressalta que, no período
de cerca 30 anos, as mulheres chegam a 22,4 anos de contribuição para a
Previdência Social, em média. De acordo com a pesquisadora Joana
Mostafá, as interrupções na contribuição são causadas pelo desemprego,
trabalho informal, afastamento do mercado de trabalho para cuidar dos
filhos, entre outros.
Na semana passada, o instituto lançou
uma nota técnica defendendo que as idades de aposentadoria de homens e
mulheres sejam diferentes. Hoje
em dia, os homens devem ter 35 anos de contribuição para se aposentar, e
as mulheres, 30. A aposentadoria por idade exige 15 anos de
contribuição e idade de 65 anos para o homem e 60 anos para a mulher.
A Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 287, da reforma da Previdência, estabelece 25 anos de contribuição
tanto para homens e mulheres, e idade mínima de 65 anos. O governo
argumenta que as mulheres vivem mais que os homens.
“O acordo da Previdência é um acordo
social. Ele visa, entre outras coisas, compensar algumas desigualdades
do mercado de trabalho”, afirma Joana, destacando a jornada dupla de
trabalho, a diferença de salários entre homens e mulheres e também a
taxa de desemprego, “que é maior entre as mulheres do que entre os
homens”. Para a pesquisadora, as mulheres poderiam contribuir mais para o
INSS se não fossem por essas dificuldades.
Para o governo, a equiparação da idade
de aposentadoria masculina e feminina tende a diminuir a desigualdade
no mercado de trabalho. Mostafá concorda que existe uma redução na
desigualdade de renda, mas ressalta que a participação da mulher no
mercado de trabalho está estagnada em 60% desde 2005.
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