"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Debate na Globo: Ciro vai bater em Haddad e Bolsonaro deita e rola nas fake news

A notícia está na coluna da sempre bem informada Mônica Bergamo, na Folha:

“O PDT defendeu na quarta que Ciro Gomes eleja Fernando Haddad como alvo principal no debate da TV Globo que ocorre nesta quinta”.

Beleza. Bolsonaro fugiu do debate com um atestado médico, e seus principais adversários vão se matar um ao outro, enquanto ele se diverte no sofá assistindo tudo pela TV?

Se Ciro atacar Haddad, o petista vai ter que contra-atacar e ainda se defender dos outros candidatos de direita, que só fazem campanha para detonar o PT, a serviço de Bolsonaro.

Tem tudo para ser a chave de ouro de uma eleição maluca em que a Justiça prendeu o líder nas pesquisas e deixa rolar livre nas redes sociais a mais sórdida campanha de difamação contra um partido na história republicana.

A baixaria é tão grande que já não dá para saber mais o que é fake news e o que é notícia, tudo junto e misturado, nesta terra sem lei das redes sociais, que decide eleições mundo afora, até nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Aqui o problema é mais grave porque junta a má-fé com a ignorância, a ousadia dos idiotas com os interesses da alta finança nativa e de fora, jogando num cassino de cartas marcadas o destino de um país de 208 milhões de habitantes.

Bolsonaro nem precisa fazer campanha. Há quase um mês sem sair às ruas, recuperando-se da facada, passa o dia em casa recebendo apoios de igrejas e das bancadas do boi, da bala e da bíblia, o conglomerado suprapartidário que domina o Congresso Nacional.

Entre uma reunião e outra, grava vídeos para atacar Lula e o PT, a sua principal bandeira de campanha, em que até agora não conseguiu apresentar um único projeto viável de interesse para o país.

Sem ter o que dizer, ele será, é claro, o grande vencedor deste debate, e se alguém criticá-lo pela ausência ainda vai posar de vítima.

Pobre país que já elegeu um Collor, o “caçador de marajás” inventado pela imprensa, em nome do “combate à corrupção”, sem saber de quem se tratava, para evitar a vitória de Lula ou Brizola, em 1989, como agora joga suas fichas no aiatolá Bolsonaro para impedir que a esquerda volte ao poder.

Sem espaço para “voto útil” nem “terceira via”, como queriam os comentaristas “isentos”, a campanha entra na reta final com o cenário de segundo turno definido pelo confronto entre Bolsonaro e Haddad, antipetistas e petistas, a barbárie e a civilização.

Mais uma vez, teremos um embate entre esquerda e direita, agora com Bolsonaro no papel dos tucanos, em que a eleição deverá ser definida pelas rejeições.

Segundo o novo Ibope divulgado na noite de quarta, há um empate técnico: 43% rejeitam Bolsonaro e 41% não votam em Haddad de jeito nenhum.

Com o país rachado ao meio, quebrado e sem perspectivas de melhora na economia nos próximos anos, o eleitor vai caminhar para a urna sem grandes esperanças.

O velho Brasil das oligarquias e do autoritarismo e o novo Brasil surgido dos movimentos sociais nos últimos anos estarão cara a cara.

Não tem mais meio termo, nem lugar no muro. Cada um de nós vai ter que decidir sem mimimi para que lado quer levar o Brasil.

Faltam agora apenas 72 horas.

Vida que segue.


 

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