'O primeiro discurso de Jair Bolsonaro foi desanimador e que parece que ele continuará em campanha mesmo depois de eleito'
247 -
Segundo jornalistas que mantém colunas na grande imprensa, o primeiro
discurso de Jair Bolsonaro foi desanimador e que parece que ele
continuará em campanha mesmo depois de eleito. Josias de Souza diz: "eu
diria que não foi um pronunciamento animador. Começa por contestar a
mídia, em vez de fazer uma entrevista coletiva, formal, reunir
jornalistas e tal, ele faz uma live pela Internet, quer dizer, parece
que ainda está em campanha".
A reportagem do portal UOL
destaca as impressões de diversos colunistas. Josias de Souza continua
sua análise, destacando a confusão que Bolsonaro faz com a religião: "em
segundo lugar, presidente de um Estado laico, fala de bíblia, de
religião, no momento em que ele devia falar para toda a sociedade
brasileira e expor os seus planos. Terceiro lugar, não ouvi uma vez a
palavra pacificação, conciliação. Ao contrário, contra o socialismo,
essa esquerda, quer dizer, o mesmo discurso da campanha. Então,
realmente parece que Jair Bolsonaro não ganhou a eleição, ele continua
em campanha. É inacreditável esse discurso que a gente acabou de ouvir."
Leonardo Sakamoto, segue na mesma
linha, dizendo-se assombrado com a precariedade do discurso de um
presidente "é inacreditável! Esse discurso é uma tragédia! Neste momento
em que ele tinha tudo para tentar caminhar na direção de uma
conciliação, de buscar um discurso, por mais difícil que seja, por conta
de tudo que ele falou até agora, mas de colocar acenos aqui e ali, 'vou
conversar com a oposição, vou conversar com a sociedade, peço para que
todo mundo, neste momento, desarme-se, por favor, respeite o seu colega,
respeite a decisão'."
Cláudio Couto, cientista político,
diz que Bolsonaro manteve o tom de confrontação mesmo eleito: "continua o
discurso bélico, em todos os sentidos, e de uma guerra-santa, e é o
mesmo discurso que ele fazia antes. Aquela história de ?laranjeira não
dá banana?, ficou claro aqui. Você não pode esperar muito outro
resultado de um político que construiu toda a sua trajetória com base na
confrontação."
E o filósofo Vladimir Safatle vai
direto ao ponto: "catastrófico, como todo o mundo pensou. Eu diria que,
bem, esse é o sr. Jair Bolsonaro. Ele deixa muito claramente que não
haverá essa ideia de que ele vai moderar um pouco sua posição por estar
herdando um país completamente dividido, um nível de acirramento nunca
antes visto, uma eleição que deixa como saldo três mortos até agora por
questões políticas triviais, no sentido de não foi um atentado político,
nada parecido."
Fonte: Publicado no Brasil 247
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