Por Fernando Brito
Patricia Campos Melo, na Folha,
anuncia que o WhatsApp enviou notificação as agências Quickmobile,
Yacows, Croc services e SMS Market ordenando que “parem de fazer envio
de mensagens em massa e de utilizar números de celulares obtidos pela
internet, que as empresas usavam para aumentar o alcance dos grupos na
rede social.” Cancelou, também, as contas oficialmente vinculadas a
estas empresas.
Mark Zuckerberg, dono do aplicativo (e também do Facebook) tem, como
se vê, mais poder e iniciativa que a Ministra Rosa Weber, presidente do
TSE ou que o Ministério Público, que até agora nada fizeram, nem uma
mísera operação de busca e apreensão nas empresas citadas na reportagem
que, a esta altura, já deram sumiço em arquivos e papéis
comprometedores.
Há um drama pouco visível nisso: é um homem, através dos diretores
que ele colocou na empresa, quem tem controle absoluto do que são, hoje,
os mais importantes meios de comunicação da sociedade. Aplauda-se o
fato de que ele esteja fazendo algo, quando os agentes públicos nem
piam, mas o restabelecimento da verdade não pode ficar na dependência de
uma empresa privada e seu dono.
Tudo indica que estas quatro empresas são apenas algumas das que se
dedicam a este sinistro negócio de espalhar “ondas” de mensagens pagas.E
nada garante que os donos do aplicativo queiram atacar outras, não
mencionadas na reportagem e, assim, abalar mais o prestígio do seu
negócio, que movimenta trilhões de dólares e bilhões de usuários.
Ou então promovamos a substituição do TSE pelo board do Whatsapp que, mesmo que seja muito pouco, alguma coisa faz, enquanto os nossos juízes roem as unhas.
Fonte: Publicado no Tijolaço
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