É irônico que um governo eleito com base em mentiras a rodo por WhatsApp
e boatos sobre mamadeiras de piroca esteja se esfacelando com falsidades
reveladas em conversas pelo WhatsApp.
Os áudios de Bolsonaro e Bebianno, que este vazou para a Veja cumprindo
sua promessa de cair atirando, mostram, sobretudo, que o país está nas mãos de
uma gente inepta, mal intencionada, corrupta e desonesta.
Bebianno, o chefe do laranjal do PSL, aparece com um tratamento sabujo
dedicado ao “capitão”, apanhando por trazer para dentro do governo um “inimigo”
— o lobista Paulo Tonet, diretor da Globo.
De onde veio isso tem mais. Batata.
Numa coletiva patética na tarde de hoje, o porta voz militar afirmou que
Bolsonaro não tinha nada a declarar sobre as gravações e que o imbroglio já
tinha sido esclarecido.
Terminou uma coletiva caótica, em que tentou emplacar uma conversa mole
sobre ajuda humanitária para a Venezuela, mandando um místico “Paz e Bem”.
Faltou fazer o sinal do doutor Spock.
Carlos, o menino maluquinho, se manifestou no Twtter, para variar
histérico, deixando claro que não larga o osso.
“Têm (sic) jornalista bobinho querendo criar a narrativa que sumir de
Brasília”, escreveu.
“Estão a serviço de alguém ou vivem em outra galáxia achando que algum
dia me separarei de meu pai!”
Ui!
Eis os Bolsonaros em sua louca cavalgada rumo ao abismo — abismo que
cavaram com seus pés, diria o poeta.
A apoplexia lembra Aécio em seus momentos mais alucinados do golpe,
correndo para o buraco e arrastando o Brasil na pochette.
Jogando parado, sem fazer um quinto do esforço conspiratório do velho
Michel Temer, o general Mourão assiste a presidência cair no seu colo.
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