Presidente comemora resultado como um
"sucesso", mas crescimento da economia brasileira continua no mesmo
patamar pífio do governo Temer
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(Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles)
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O aumento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no
terceiro trimestre de 2019, comparado aos três meses anteriores, animou o
governo. Acima da expectativa do mercado, o índice ajuda o presidente Jair
Bolsonaro (sem partido) a manter um discurso otimista para seus seguidores.
“O Brasil está crescendo”, comemorou o capitão. Na prática, o
resultado projeta para 2019 um PIB anual no mesmo patamar do período Michel Temer (MDB), na faixa de 1% em 2017 e em 2018.
Esse feito, convenhamos, é insuficiente
para empolgar as multidões. Para caracterizar um aumento expressivo, na
verdade, Bolsonaro precisa comparar seu desempenho com a fase final da
presidente Dilma Rousseff no Planalto. Em 2015 e 2016, a economia caiu mais de 3% por ano.
Com a economia capenga e a política
polarizada, basta agora uma fração decimal no trimestre para alimentar a
retórica governista. Na boca do presidente, o índice 0,6% configura “um
sucesso”.
Bolsonaro e o ministro da Economia,
Paulo Guedes, (foto em
destaque) também contabilizam como boas notícias a inflação baixa e
a redução dos juros. Embora tenham reflexos diretos na vida das pessoas e na
contabilidade das empresas, esses indicadores se mostram insatisfatórios para
atender as necessidades de parte considerável da sociedade.
Nos próximos meses, os brasileiros
saberão se o crescimento ainda tênue do PIB se sustentará a ponto de reverter
números perversos da economia. O desemprego, por exemplo, cai lentamente e
ultrapassa 11% da população ativa.
Ainda mais grave, a extrema pobreza
cresceu nos últimos anos e atinge 13,5 milhões de brasileiros. Não se viu, até
agora, nenhuma iniciativa relevante do governo para mudar essa realidade.
Mas, na forma que os governistas cantam
vitória com os 0,6% do PIB, parece até que o Brasil revive com Bolsonaro o
“milagre econômico” do governo do general Emílio Garrastazu Médici – que, a
propósito, durou pouco.
Fonte: Publicado no site Metrópoles
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