"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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sábado, 19 de maio de 2018

A crescente mobilização de solidariedade a Lula, que vêm ganhando até adesões internacionais

Por Manoel Paixão
Solidariedade internacional a Lula.
Hoje (19), completam-se exatamente 42 dias da "prisão política" do Lula. Isso mesmo, Lula é um preso político. Segundo o escritor e teólogo Leonardo Boff: "Lula não é um político preso, é um preso político". E não é por acaso, que a manutenção de sua prisão vem sendo gradativamente questionada. Basta ver que há uma intensa mobilização no país, que conta com um grande número de artistas, jornalistas, intelectuais, juristas, acadêmicos, lideranças políticas e de movimentos sociais, trabalhadores em geral, estudantes e populares, das mais diferentes correntes de opinião e seguimentos, em defesa da liberdade do Lula e do direito dele concorrer às eleições desse ano e, consequentemente, em defesa da democracia, e não para por ai, já que vêm ganhando até adesões internacionais.
A atriz Lucélia Santos e o ator Herson Capri, participam do "Bom dia, presidente Lula!"
Cabe destacar aqui, que segundo a última pesquisa CNT/MDA, divulgada na segunda-feira (14), quase 40% da população brasileira considera a prisão do Lula como injusta, e o aponta ainda, como líder nas intenções de votos no primeiro turno e com vitória em todos os cenários no segundo turno. 

Tudo isso mostra, que a "farsa jurídica" – que também é parte do golpe em curso no país, um golpe, sobretudo, contra o povo e contra a democracia – que mantém o Lula na prisão, não têm outro propósito mais urgente para o momento, senão o de tirá-lo do processo eleitoral. 

Como explicar então, que o Lula mesmo condenado e preso, siga absoluto na liderança das pesquisas para presidente da República? Simples. É, que para boa parte da opinião pública, Lula foi alvo de uma sentença estritamente política, que o condenou sem provas no grotesco caso do tríplex do Guarujá, inclusive considerado por vários especialistas do direito – muitos dos quais críticos ao próprio Lula – como um dos processos mais controversos da história do judiciário brasileiro, cheio de vícios e falhas, e dessa forma, ele se encontra preso injustamente. Um verdadeiro espetáculo midiático de bizarrices, com direito a PowerPoint ridículo e Teoria do Domínio da Fábula, que diz que o Lula é dono do tríplex e foi beneficiado pela OAS com uma reforma milionária no mesmo, inclusive para a instalação de um elevador privativo, cujo tríplex nunca saiu do nome da OAS, e a reforma e instalação do elevador nunca existiram. E para essa mesma opinião pública, que tende a crescer mais ainda, estamos diante de uma justiça que não se mostra justa, mas que serve a interesses outros. 
Luzes para a vigília #LulaLivre, em Curitiba-PR. Foto: Joka Madruga
Ressaltando, que a pesquisa CNT/MDA mostra ainda, que 89,3% da população desconfia da justiça do nosso país, que 90,3% afirma que ela não trata todos de maneira igual, e que 55,7% desaprova a atuação da justiça, considerando-a como ruim e péssima. 

Sendo assim, não resta a menor dúvida, de que há um caráter político na sua condenação e prisão, tanto é, que vêm provocando enorme desconfiança na operação Lava Jato e nas instituições do judiciário. Fizeram uma devassa na vida do Lula e não conseguiram provar sequer o básico, mas pautaram o processo não em provas materiais e, sim, na palavra de um delator, réu, encarcerado, submetido a todo tipo de pressões, e aí entra, as tais convicções que tanto ouvimos falar, como por exemplo, “não temos provas, mas temos convicção” ou “a minha convicção é que o senhor foi culpado”. É nítido, que o Lula é vítima de um Estado de exceção, e quem tem um pouco mais de bom senso já percebeu isso e começa até a ficar preocupado com os rumos que o Brasil pode vir a tomar, caso nada seja feito para reparar a injustiça que estão cometendo, pois isso empurra o país para uma perigosa insegurança jurídica e põe em total risco a ordem democrática. E é por isso, que o clamor pela sua libertação e pela sua candidatura, ganha força e ecoa pelo mundo. No Brasil e no mundo, se ouve gritos de "Lula Livre" e que "Eleição Sem Lula é Fraude".
#LulaLivre
O mundo olha estarrecido para a prisão política do Lula e pede explicações ao Brasil, quanto a isso. Diferentemente, do que faz a grande imprensa brasileira, manipuladora e parcial, a imprensa mundial repercute e questiona tudo o que está acontecendo nesse momento histórico – de golpe contra democracia – que atravessamos, sobretudo, quanto a mobilização pela liberdade do Lula e pelo direito dele ser candidato a presidente da República.

Como temos visto, as demonstrações internacionais de apoio e/ou solidariedade ao Lula não param de crescer, várias entidades sindicais de todos os continentes, bem como, vários parlamentares da América Latina e da Eurocâmara, e membros do Parlamento do Mercosul (Parlasul), já se manifestaram a seu favor.
Reunião do Parlsul. Foto: Roberto Stuckert
Na terça-feira (14), Lula recebeu mais apoio lá de fora, desta vez seis ex-líderes europeus, nomes como François Hollande, Elio Di Rupo, Massimo d’Alema, Enrico Letta, Massimo Prodi e José Luis Rodriguez Zapatero, também pediram a sua liberdade. 

Assim, como cresce também o número de adesões à campanha lançada pelo ativista argentino Adolfo Perez Esquivel, agraciado com Nobel da Paz em 1980, para que Lula receba o Prêmio Nobel da Paz, por sua luta contra a pobreza e a desigualdade. Já aderiram, o egípcio Mohamed El-Bardei, ganhador do Nobel da Paz em 2005, a líder indígena guatemalteca Rigoberta Menchú, ganhadora do Nobel da Paz em 1992, o senegalês Pierre Sané, ex-secretário Geral da Anistia Internacional, o filósofo e linguista norte-americano Noam Chomsky e sua esposa Valeria Chomsky, as personalidades norte-americanas como a ativista Angela Davis e o ator Danny Glover, e tantos outros líderes, ativistas e personalidades influentes do mundo. A petição foi lançada em abril e angariou mais de 100 mil assinaturas só nas primeiras cinco horas. A meta é de 300 mil adesões. Esquivel pretende entregar o abaixo assinado ao comitê norueguês do Nobel da Paz em setembro deste ano.
Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel, no acampamento Lula livre, em Curitiba-PR. Foto: Ricardo Stuckert
O certo é que o Lula passou a ser uma causa, ou melhor, como ele mesmo disse, uma ideia, e essa ideia começa a tomar conta do mundo. E por mais que tentem, lançando mão de meios sórdidos, jamais conseguirão deter essa ideia. E nesse momento, defender o Lula, é defender os interesses do povo e da classe trabalhadora, além disso, é lutar contra o golpe em curso que trucida a democracia e contra a onda fascista que se alastra pelo país.

Indiscutivelmente, essa é uma luta de todas as forças populares, progressistas e democráticas do país, e como já se pode ver, agora também integra forças semelhantes espalhadas pelo mundo. Contudo, até que seja posto um fim nessa situação lamentável para o nosso país, de modo que restituam a sua liberdade e o permitiam concorrer nessas eleições, reparando assim toda essa injustiça contra ele, é tão necessária quanto urgente, que essa mobilização siga firme e se intensifique cada vez mais. 



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