Apenas 3 dias antes de decidir abrir mão do processo que atinge a
cúpula do governo Beto Richa (PSDB) por corrupção envolvendo as empresas
concessionárias de rodovias no Paraná, Sergio Moro anulou um depoimento
que arrastava o governador tucano para o olho do furacão.
Segundo reportagem do Paraná Portal, Moro despachou no sentido de
anular o testemunho de Carlos Nasser, então assessor da Csal Civil de
Beto Richa. Quando foi alvo de busca e apreensão, Nasser prestou
depoimento admitindo que recebeu recursos do Grupo Triunfo em suas
contas bancárias. E disse que esses valores (não informados na
reportagem) eram destinados à campanha de Richa.
A desculpa de Moro para anular o depoimento que citava Richa foi
que nenhuma autoridade abriu o interrogatório informando a Nasser que
ele tinha direito ao silêncio ou a um advogado.
Essa decisão de Moro só veio à agora que ele decidiu abrir mão do
processo alegando que não tem tempo para julgar os agentes do governo
Richa. A ação penal foi transferida de Vara e, segundo o Paraná Portal, a
defesa dos réus recorreu ao novo juiz, Paulo Sergio Ribeiro, da 23ª
Vara Federal de Curitiba, para que as decisões de Moro no processo
fossem mantidas.
Entre essas decisões está a que anula o depoimento de Nasser.
O site destacou ainda que, em outras movimentações processuais, a
defesa de Nasser indicou que vai mudar a versão que atinge Richa. Se
antes o assessor da Casa Civil disse que nunca trabalhou para o Grupo
Triunfo e que o dinheiro que recebeu era para a campanha do tucano,
agora a versão é outra: ele diz que "prestou serviços" ao Grupo Tirunfo"
que justifica o recebimento dos recursos, e isentou Richa.
O Grupo Triunfo é acionista da Econorte, concessionária de rodovias
no Paraná. O Ministério Público Federal levantou indícios de que
agentes do governo Richa receberam propina do Grupo. O escândalo envolve
dirigentes do DER (Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná),
incluindo funcionários que foram indicados ao cargo pelo irmão de Beto
Richa.
Fonte: Publicado no Jornal GGN
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