"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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terça-feira, 5 de junho de 2018

Poesia para Marielle Franco: “Caçarolas e outras Mandingas”

 
Poema escrito em homenagem à dirigente brasileira negra Marielle Franco, brutalmente assassinada no Rio de Janeiro.  A gota d’água que derrama o copo.

Por Gonzalo Posada* 

Propriedade de todo o povo são,
o amarelo e o verde,
a cor azul e o branco,
as cores do espectro incluindo a cor vermelha,
por igual nos pertencem.

O povo brasileiro será um dia o único proprietário
deste belo país amarelo-trigo e verde-árvore,
laranja-ocaso e azul-marinho, vermelho-manga,
branco-lua e negro-samba.


O medo de perder tudo
espanta mais os burgueses da zona sul,
do que os habitantes das favelas
que diariamente enterram seus mortos.


Entretanto… o ruído das panelas
foi se extinguindo,
como o sol no ocaso na praia do Arpoador.


Una terrível noite de “facas longas”
se cerne sobre os morros arrepiados
também sobre os bairros nobres
desta paradisíaca “cidade maravilhosa”.


Em outro novo dia no alto do morro.
Os homens e as mulheres despertarão
com um torrão de açúcar na boca.


“Só aqueles que se beijaram ao amanhecer,
se darão conta
da infinita doçura que tinham em seus lábios”.
 

* Poema escrito em: Medellín, Colômbia

(Em homenagem a Marielle Franco, assassinada em 14 de março no Rio de Janeiro).


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