"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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sexta-feira, 1 de junho de 2018

Só a manifestação da vontade popular pode mudar os rumos do país


Por Manoel Paixão

Eis o triste retrato do Brasil de hoje, reflexo de uma democracia duramente golpeada, vivendo dias agonizantes e caminhando em direção ao abismo, caso nada seja feito, sob o grave risco de ser, dentro em breve, precipitada abismo abaixo. Desde que foi desencadeado o processo de golpe em nosso país, uma crise sem precedentes foi instalada – que poderia ter sido evitada, simplesmente respeitando a ordem democrática – e trouxe consequências danosas do ponto de vista social, político, econômico e institucional. De lá para cá, acompanhamos dia após dia, as instituições democráticas caindo em descrédito, as garantias constitucionais que deveriam atender a todos(as) os(as) brasileiros(as) sendo jogadas na lata do lixo, gerando uma grave insegurança jurídica e causando uma instabilidade ainda maior para o país. 

Atualmente, de tudo tem acontecido, desde a aprovação de medidas impopulares que congelam investimentos públicos em saúde e educação, provocando assim o sucateamento do SUS e das instituições de ensino e pesquisa, que padecem da falta de recursos para manutenção de suas atividades, passando pelas maléficas aprovações da Lei da Terceirização e da Reforma Trabalhista, que retiram direitos da classe trabalhadora, até a destruição da soberania nacional, com a entrega de recursos naturais estratégicos e de bens públicos ao capital estrangeiro. Diante de tudo isso, a situação só se agrava, somada com a economia estagnada, o aumento exorbitante do desemprego, o crescimento da pobreza, a volta ao mapa da fome, o uso da lenha e do carvão, a dificuldade das pessoas em pagar o aluguel ou a prestação da casa própria e passando a morar de favor em casas cedidas por parentes ou amigos, e o povo vivendo dias de opressão ou de exclusão. Agora mesmo, até uma situação de desabastecimento quase que total, tivemos que enfrentar. O Brasil está à deriva. Para todo lado que se olha, é um caos total.

Um projeto de país que vinha sendo construído, do desenvolvimento econômico sustentável, da soberania nacional, da visibilidade internacional, dos empregos crescentes, da igualdade de oportunidades e da justiça social, onde as políticas públicas vinham beneficiando tantos milhões de brasileiros(as) – Nossa, e como tudo isso faz falta! –, foi abruptamente interrompido em nome de uma "suposta" estabilidade social, política, econômica e institucional, e do "pretexto" do combate à corrupção, mas que escondia a sua pior face, fazer valer os interesses do capital multinacional.

Desde o primeiro momento, houve uma clara e evidente interferência externa nas nossas instituições democráticas, e com isso, nada mais funcionou e o país sofre um árduo prejuízo, por uma atuação irresponsável, desastrosa  e criminosa – um crime de lesa-pátria – por parte daqueles que ora o comandam, não esquecendo que uma manobra político-jurídico-midiática, que começou quando um grupo de parlamentares conduzido principalmente por Aécio Neves e Eduardo Cunha, atuou para obstruir os trabalhos do congresso e desestabilizar o então governo, até que este fosse destituído, sendo logo substituído por um governo ilegítimo e impopular, que hoje é mantido no poder a duras penas. E é por isso, que o país se encontra nessa situação deplorável, de desordem e de subserviência ao mercado financeiro. 

A propósito, à época para justificar que a presidenta Dilma Rousseff havia cometido crime de responsabilidade fiscal, a oposição criou o monstro das "pedaladas fiscais", que foi usado incisivamente para derrubá-la da Presidência da República, mas agora no governo ilegítimo e impopular, as pedaladas fiscais rolam a torta e a direita, deixou de ser toda aquela coisa monstruosa. Quando na verdade, segundo o professor e economista Luiz Gonzaga Belluzzo, em depoimento durante o julgamento do processo de impeachment, a presidenta Dilma fez foi o oposto, ou seja, "não houve uma pedalada, houve uma despedalada" e ainda que "não houve crime de responsabilidade fiscal" e sim "excesso de responsabilidade fiscal".

Vale lembrar, que o governo ilegítimo e impopular, foi todo construído sob o aval da direita política, da mídia hegemônica, de setores mais conservadores, autoritários, antinacionais, antissociais e antidemocráticos das elites, de uma parcela da classe média reacionária, arrogante e ignorante política, e que se enxerga como sendo parte integrante dessas elites, de entidades como a Fiesp do pato amarelo de borracha, de movimentos da onda do – blá-blá-blá – "apartidarismo e apoliticismo" como o MBL, de agentes do judiciário, inclusive, "com o Supremo e com tudo".

Pois é, o "Brasil nos trilhos" e a "ponte para o futuro", que vira e mexe aparece nos discursos – fajutos, que só convence apenas imbecis e manipuláveis –, motivo de orgulho do presidente ilegítimo e impopular e destes que aí estão no poder, descarrilou de vez e a tal ponte desabou, virando mesmo foi uma "pinguela para o abismo", que é para onde, infelizmente, empurram o país. Como bem disse recentemente o jornalista Ricardo Kotscho, no seu blog Balaio do Kotscho: "No Brasil de 2018, tudo pode sempre piorar ainda mais, dirão os menos pessimistas. Ainda não vimos tudo. Vida que segue (para trás)".

O governo ilegítimo e impopular e seus aliados, têm pressa para liquidar o país, por isso investem ardilosamente e o tempo todo contra a população – principalmente, contra os mais pobres –, contra a classe trabalhadora e contra a democracia.

Diante disso, só a manifestação da vontade popular – essa, sim – pode restabelecer a democracia, reestruturar as instituições e devolver a dignidade do povo brasileiro.

Esse é um ano decisivo na vida política e nos rumos do país. E por ser um ano eleitoral, faz-se necessário a escolha de projetos de políticas públicas progressivas, que contemplem, sobretudo, os anseios do povo. E não há outra saída para isso, senão pelo voto popular e pelas escolhas conscientes.

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