Por Fernando Brito
Poucas vezes na
história um presidente foi eleito com tantas possibilidade políticas como as
que se abriram para Jair Bolsonaro.
A maioria
eleitoral foi expressiva, os grandes partidos – em geral – aniquilados, o seu
próprio partido, neófito, podendo ser moldado à sua imagem e semelhança e o
país, arruinado pelos anos de crise, ansioso por medidas econômicas que, ainda
que duras, pudessem restabelecer um mínimo de dinamismo para a vida brasileira.
O presidente
tomou posse e, em menos de cinco meses, malbaratou este potencial político.
Está reduzido a nada e vai, esta semana, submeter-se à vergonha de implorar
para manter seu “enxugamento” do Ministério, para que não se recriem
cargos que, paradoxalmente, ninguém com importância política quer.
Reage com a
ameaça de sublevação de suas falanges, na qual ninguém – nem os seus – acredita
e fogem, apelando por pedidos de moderação impossíveis, dada a naturezsa de
odio e fascismo em que estão mergulhados seus remanescentes bolsões.
Até seu “Posto
Ipiranga” e seu “Lava Jato” se apavoram com o estado de “boneco de posto” a que
chegou o presidente, como capta hoje, na Folha,
num resumo impiedoso, o cartunista João Montanaro.
Jair Bolsonaro
decaiu de esperança de mudança para a insignificância e, agora, vai
atravessando a solitária estrada que leva à rejeiçao e à repulsa populares.
Com seu
espalhafato oco, não conseguiu atrair ninguém, muito embora Congresso, Justiça,
militares e sociedade estivessem num estado de excitação autoritária em que
talvez jamais tenham estado nas últimas décadas.
Agita-se,
empurrado pelo vento das redes sociais, mas só consegue afigurar-se patético,
desesperado, inacreditável.
Deixaram-no só.
Fonte: Publicado no Tijolaço
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