Tolstói abre seu clássico Anna
Karenina com a célebre frase “todas as famílias felizes se parecem, mas cada
família infeliz é infeliz à sua maneira”, “e a nossa maneira é mais cruel”,
acrescenta o ex-chanceler Celso Amorim, ao explicar os desafios que o Brasil
deve enfrentar para voltar a se posicionar no mundo como um país
soberano.
Em conversa exclusiva com a Carta
Maior, o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa dos governos
Lula e Dilma analisou o cenário político brasileiro, as mudanças no quadro
geopolítico e os impactos da Operação Lava Jato na soberania nacional. Para o
diplomata, que em 2009 foi considerado o melhor chanceler do mundo, o Brasil e
o povo brasileiro são vítimas de um projeto de desmonte acelerado e será
necessário o trabalho de gerações para reverter o estrago. “[O que está
acontecendo] é uma coisa muito horrorosa, é uma loucura, é a instalação da
loucura como método. Método de destruição”.
Amorim vê com muita preocupação as
políticas do governo Bolsonaro e não titubeia ao afirmar que “eles estão dando
os tiros certos: destruíram a Unasul”. Trata-se de um projeto sólido, de
grandes potências, para enfraquecer a América Latina e voltar a ter o controle
deste território, ao mesmo tempo que garante a subserviência brasileira como um
“quintal estratégico”.
Desde a eleição de Hugo Chávez, na
Venezuela, em 1998, a América Latina deu passos largos rumo à integração e à
soberania. Consolidou mecanismos internacionais importantes e conseguiu se
posicionar no mundo como um território com voz ativa em negociações de
relevância global. O Brasil foi protagonista deste processo, não só pela
extensão territorial e peso econômico, mas pela vontade política de não se
fortalecer sozinho no xadrez mundial.
A mudança que este impulso
progressista da América Latina causou no mundo incomodou as grandes potências,
em especial os Estados Unidos que, como explica Amorim, “estava com o prato
cheio” com as guerras no Oriente Médio no começo deste século. Mas agora se
voltou novamente – com todas as fichas – para recuperar o território perdido ao
Sul do mundo.
O peso na balança foi tanto que
tivemos o direito de sonhar, por um pequeno instante, com o mapa invertido de
Torres Garcia se tornar realidade. O ex-presidente do Equador, Rafael Correa,
chegou a propor a “Canção Para Todos”, de Mercedes Sosa, como um hino da
Unasul: “Canta conmigo, canta/hermano americano/libera tu esperanza/con un
grito em la voz”.
Porém, com um golpe atrás do outro
e uma falsa operação jurídica no Brasil, o projeto da Nuestra América de Martí
foi por água abaixo em poucos meses e reverter este quadro é o desafio das
próximas gerações, afirma o ex-ministro. A entrevista faz parte da série
de Carta Maior sobre o impacto dos cinco anos de Operação Lava
Jato no Brasil.
Leia os principais trechos:
Impacto da Lava Jato na soberania
nacional
A Unasul, por exemplo, foi
desativada já no governo Temer. A decisão jurídica de sair foi do governo
Bolsonaro, mas já estava acontecendo antes. Na época do Brexit, ainda no
governo Temer, o Brasil começou a cumprir tabela, não tinha nenhuma iniciativa.
Eu acho que agora vai piorar. Essas coisas se juntam e não é só a Petrobras, as
nossas empresas de engenharia também. A Odebrecht, por exemplo, era uma
potência! Tinha que corrigi-la, e não liquidá-la. Você já imaginou a Alemanha
liquidar a Volkswagen porque eles tinham um software que enganava na questão de
meio-ambiente? Não, eles demitiram o responsável.
A questão externa no Brasil era
dada graças à presença de grandes empresas nacionais; o BNDES, para empréstimos
na área de construção e na aquisição de outras coisas; e por fim a nossa ação
diplomática. Essas coisas estão sendo demolidas de maneira sistemática. A
Lava-Jato quis atingir sim o cerne da soberania. A libertação do Lula tem a ver
obviamente com a sua inocência, seus direitos como cidadão e ser humano, claro,
mas tem a ver também com o símbolo da soberania brasileira. No Brasil e na
América Latina, quando você tem a luta pela soberania e pela igualdade
combinadas, acontece um golpe.
[Neste momento] é importante que a
esquerda e as forças progressistas sejam atentas, observadoras, porque tem
muita coisa acontecendo. Precisamos nos perguntar: onde está o chão de fábrica,
aquele que antes era mobilizado pelo Lula nas grandes greves? Como mobilizar
essas pessoas é um desafio. Como é que você organiza a grande massa de
beneficiados pelo presidente Lula, em grande parte pessoas destituídas, que não
fazem parte de nenhum movimento? Em época de grande desemprego – como é agora
–, a capacidade de militância dos sindicatos diminui. É preciso se reorganizar
para mobilizar os trabalhadores.
O Lula tem uma grande capacidade
de entender a realidade e se colocar diante dela. Não vejo nenhum outro líder
no Brasil com essa capacidade, independentemente da capacidade intelectual que
cada um tem. Você pode entender intelectualmente um problema, agora quem é
capaz de falar com o povo, isso é o Lula.
Os sindicatos continuam a ser
importantes, a gente teve essa greve geral que foi bem sucedida, mas é uma
coisa mais ampla e mais complexa. Mas reconquistar a classe média é muito
importante porque ela oscila. Muita gente que achava o Lula bom, depois achou
ruim porque acreditou nas fábulas todas da corrupção, agora deve estar
escandalizada com o [Sérgio] Moro.
Tem a famosa frase do Tolstoi que
abria Anna Karenina: ‘todas as famílias felizes se parecem, mas cada família
infeliz é infeliz à sua maneira’. A nossa maneira é mais cruel. A organização
hoje tem vários níveis. Tem que continuar trabalhando pela coisa do longo
prazo, evidentemente, sem esquecer da frase do [John Maynard] Keynes que “no
longo prazo estaremos todos mortos”.
Mas ainda não estamos discutindo
um programa de governo. Claro que tem que começar a discutir porque tem que
oferecer um horizonte alternativo. Não basta dizer que o que está aí está ruim,
tem que dizer como que vai ser o bom. Mas tem que ter muita clareza que nós
estamos vivendo uma situação tão dramática no Brasil de demonização da cultura…
Se há uma coisa que caracteriza a atual administração é o ataque à razão. Tudo
que é racional está sendo atacado.
O interesse norte-americano no
Brasil
Obviamente [o motivo de incômodo
dos Estados Unidos com a soberania nacional] foi a decisão do Brasil de tomar
conta do pré-sal – porque não é só dizer ‘ah as companhias norte-americanas’ é
lógico que as companhias norte-americanas têm interesse. Mas é muito mais complexo
que isso. Quem está investindo no pré-sal? Tem companhia chinesa, tem companhia
norueguesa, tem de tudo. Claro que há um interesse das empresas americanas, mas
mais do que isso, é o interesse estratégico dos EUA.
Isso aqui sempre foi visto como quintal
dos EUA. ‘Quintal’ parece uma expressão que a gente inventou aqui feito
complexo de vira-lata, mas não é. É tratado nos livros acadêmicos
norte-americanos a América Latina como ‘back área’ ou seja, é o quintal
estratégico deles. Então isso aqui não pode mudar. [Os EUA consideram que]
alguém pode até explorar o nosso petróleo, mas tem que ser parte da reserva
estratégica deles num caso de conflito.
Brics
Se você tem uma política externa -
não só brasileira - que começa a ter consequências práticas como os Brics… Os
Brics talvez tenham sido o ponto mais importante porque implica numa possível
associação mais profunda com China e Rússia. O IBAS [Fórum de Diálogo
Índia-Brasil-África do Sul] não incomodava eles [os EUA], mas o Brics é uma
mudança possível na geopolítica mundial.
Eu fui convidado para participar
de uma reunião de estratégia europeia para falar sobre Brics e uma das
perguntas que eles me fizeram foi: ‘mas o banco dos Brics é para substituir o
Banco Mundial?’. Então havia uma percepção que talvez fosse até exagerada com
relação à realidade mas que estava mudando a organização estratégica do mundo.
Você tem o petróleo aqui, tem os Brics, tem uma percepção que se consolida em
2009, 2010, com todas as iniciativas que o Brasil tinha tomado, e outros países
da América do Sul também tinham tomado para participar que foi a Unasul e a
Celac. Isso é concreto, não são palavras ao vento. Nosso comércio com a América
do Sul aumentou muitíssimo, e o deles conosco.
Este conjunto de coisas fez com que
o famoso Estado profundo norte-americano despertasse para o problema
geopolítico que significava a atuação externa do Brasil. O Brasil é um dos
maiores países, junto com os EUA, e tem projeção na África, nos países árabes,
na Índia, etc... e a América Latina passou a ser vista já não mais como um
quintal. Tudo isso fez com que tenha despertado a visão de ‘temos que ter
alguma ação’. É por aí que as ciosas começam.
Mudanças no quadro geopolítico na
última década
Um fato [novo] muito importante é
o ressurgimento desse nacionalismo populista na Europa, que é um nacionalismo
de direita, diferente de países em desenvolvimento. Isso ocorre também nos
Estados Unidos. É curioso porque é muito novo. Quer dizer, pela primeira vez,
eu diria, desde a Segunda Guerra Mundial, o [Donald] Trump representa uma
defesa — claro que os Estados Unidos sempre defenderam o interesse deles em
primeiro lugar, mas eles procuravam definir o interesse deles em termo de uma
ordem mundial. Claro que nisso tinha muita hipocrisia, mas também muito de
realmente procurar algum ordenamento. Agora não, agora é o seguinte: ‘a
propriedade intelectual nos interessa, vamos lá dar um cacete no cara que não
tá respeitando, entendeu?’. Simplificando muito é isso. Os Estados Unidos — no
caso da primeira Guerra do Golfo, pelo menos, que é uma ação armada contra o
Iraque — [disseram] ‘vamos tentar obter a aprovação da ONU’, e assim foi. Agora
não, agora é ‘vamos lá e fazemos o que a gente quer’. Ninguém pergunta. Os
Estados Unidos pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial defendem de
maneira totalmente crua e direta, o seu interesse.
Hoje em dia há três polos de poder
muito grandes, são Estados Unidos, China e Rússia. Com a possível associação
que se vê de maneira crescente entre Rússia e China, serão dois polos
novamente. Não será mais o polo ideológico Leste-Oeste do passado, que era
capitalismo contra comunismo. Agora é uma coisa bem mais complicada. Mas pode
ser Estados Unidos de um lado, e Eurásia de outro, com a União Europeia ali no
meio sem saber que partido tomar. Ideologicamente mais do lado capitalista, mas
com os seus interesses também…
Como a América Latina e o Brasil
devem se comportar em relação a isso? Devem simplesmente explorar essas
diferenças em seu benefício. Porque não se trata só dos Estados Unidos, a China
é uma negociadora braba! Então você tem que ter essa atuação, e o Brasil tem um
potencial de liderança no mundo em desenvolvimento…
Da política externa altiva e ativa
ao desmonte do Itaramaty
Eu não estou falando uma coisa
abstrata. Eu vi nas negociações da Organização Mundial do Comércio! Eu vi
delegados africanos dizendo: ‘Vota igual o Brasil’. Porque eles sabiam que não
tinham condição de levar. A Índia dizia assim: ‘A gente vai com vocês, mas
vocês vão na frente’. Na época do presidente Lula era assim. Já era um pouco
antes, eu devo dizer, porque o Brasil tem um peso.
Quando eu vejo o que está
ocorrendo hoje na política externa… é uma coisa dramática. Não é só contra o
Lula. Não é o regresso à política do Fernando Henrique Cardoso — que eu já
lamentaria em muitos aspectos — é um retrocesso inominável.
[Diante deste cenário] o desafio é
defender a soberania no plano internacional, com esse quadro redefinido, exige
coisas que eu, digamos, a curto prazo não vejo como. Mas [precisa] restabelecer
a integração. Porque o Brasil sozinho, apesar de grande, ele também não tem
esse peso todo. Não tem o peso da China, dos Estados Unidos. Porém, a América
Latina pode ter. América do Sul pode ter.
É possível a continuidade do ciclo
progressista?
Essa eleição na Argentina com o
Alberto Fernández, quem sabe?! Com o kirchnerismo voltando... O nosso
presidente é tosco e tudo isso que dizem, mas ele tem intuição. Porque que ele
diz: ‘Eu não tô preocupado tanto com a Venezuela, agora eu tô preocupado com a
Argentina’?
Mas eu vejo que há uma
determinação de impedir que a América Latina volte a ficar de pé. É escandaloso
que não tenha havido uma reação na América Latina em relação à ameaça
norte-americana de aumentar as tarifas do México, ou diante da proposta de
construção de um muro. Agora, veja que eles estão dando os tiros certos:
destruíram a Unasul. Começou no governo Temer e o Bolsonaro consolidou.
O que acontece na Argentina, pro
bem ou pro mal, tem um impacto no Brasil. Eles acabaram com a ditadura lá, em
poucos meses acabou aqui; tem uma crise financeira lá, pouco depois tem uma
crise aqui. Da mesma forma que a democratização lá acelerou a redemocratização
aqui, se você tiver governos progressistas na Argentina, México, Bolívia, na
própria Venezuela que está conseguindo se segurar... é importante, por isso o Bolsonaro
está tão interessado.
Agora, claro, o Brasil tem um peso
muito grande: todos os outros países do mundo têm interesses comerciais e
econômicos aqui. Não é à toa que quando fala-se dos países que apoiam a linha
americana em relação à Venezuela falam logo do Brasil.
Retomada do desenvolvimento e
soberania
[Retomar o desenvolvimento
nacional] é um grande desafio. É preciso que muitas pessoas entendam que o
discurso da soberania está junto com o discurso da democracia, não existe
democracia sem soberania.
Temos que alargar a frente pela
soberania com as pessoas que, digamos, são mais derrotadas na democracia, que
não tão pensando tanto na soberania, mas que pensam na democracia. E é
indispensável que haja uma repactuação, mas quem nós podemos incluir nessa
repactuação pra mim não é claro. Por exemplo, eu tenho pouca confiança numa boa
parte da indústria brasileira.
No passado a gente imaginava a
burguesia nacional [como um grupo importante para o desenvolvimento]. Não vejo
mais isso. A verdadeira burguesia nacional hoje — vou dizer uma coisa chocante
—, a verdadeira burguesia nacional hoje é o agronegócio.
[A demissão do Joaquim Levy]
retoma a ideia de que estamos vivendo uma profunda anormalidade insustentável.
O governo vai ter que fazer uma adaptação para sobreviver. Quando o Bolsonaro
comenta que vai armar a população para evitar o golpe... o que ele quer dizer
com isso? Se eventualmente o Lula for solto e o exército não resolver agir,
então a população age? O que é o golpe? Uma eventual tentativa de impeachment?
Não acho nem que é o caso de mexer com isso agora, mas vai que alguém mexa... O
que me espanta nisso é que essa declaração tenha sido feita em uma cerimônia
militar. É como dizer que não se confia no Exército, e sim “no meu povo”. Isso
é espantoso e vai obrigar uma reorganização.
Veja bem, eu não gosto desse
artigo da Constituição do jeito que é, acaba servindo para dar um poder de
arbítrio; mas na Constituição atual é missão das forças armadas: ‘1. A defesa
da pátria; 2. A garantia dos poderes constituídos e a pedido deles a lei e a
ordem’. Quem teria que evitar o golpe, em teoria, são as forças armadas! Se
você passa essa obrigação para a população, qual o papel das forças armadas?
Você mexe com um dos pilares do atual governo, os militares, que devem estar
abalados com todas essas mudanças.
Outro pilar do governo é o capital
financeiro, e eles não querem só representantes, querem ordem, previsibilidade,
quando o cara é demitido do BNDES por supostamente ter empregado um petista,
isso gera instabilidade. Eu acho que são duas coisas diferentes: um é o
problema estrutural no Brasil, isto é, o domínio do capital financeiro, do
capitalismo internacional, do neoliberalismo, coisas que já eram marca do
governo Temer; depois há um núcleo de irracionalidade que é típico do governo
atual. O que podemos discutir é se esse núcleo de irracionalidade pode ser
abalado, modificado. A antessala para um projeto progressista, na minha
opinião, está um pouco mais longe.
A gente tem que aceitar que nesse
plano mais amplo temos outros aliados também, ainda que no meio do caminho a
gente se separe. A nossa estratégia de desenvolvimento tem que ter o lado
econômico fundamental que o professor Bresser-Pereira enfatiza sempre, que faz
parte do nosso Projeto Brasil Nação. Mas ela tem que ter também um lado de
igualdade social, racial.
O Brasil não é um país que tem uma
nação a ser defendida, é um país que ainda precisa construir uma nação. Com
tantas pessoas excluídas, e a questão de classe ainda não superada… é difícil
fazer um projeto.
E aí voltamos ao ponto inicial,
como é que pode ter discussão de soberania nacional se você não construiu a
nação a partir da soberania popular? O conceito de soberania nasce com a
formação dos estados nacionais da Europa, era algo para se defender de fora. Aí
vem o Jean-Jacques Rousseau e cria o conceito de soberania popular, ou seja, a
soberania para dentro.
Desta forma, só há soberania
quando é o povo que exerce o poder. Está nas nossas Constituições antigas “todo
poder emana do povo”. Enfim, são esses dois âmbitos, e quando você diz que o
poder emana do povo, é do povo mesmo, não é da elite, é do povo pobre, negro,
do nordestino, das mulheres, dos LGBTs, dos índios. Você tem que reconstruir
isso ao mesmo tempo que se prepara para enfrentar as pressões externas, não é
uma tarefa fácil, é uma tarefa gigantesca. E não vai ser uma tarefa para uma
geração.
Com todas as críticas que eu faço
ao Fernando Henrique, foi um governo de tolerância, um governo democrático, não
mandou prender ninguém, não havia reitores se suicidando por perseguição.
Também não se pode desprezar isso, entende? Eu me lembro de 1964, [falávamos]
da democracia burguesa. Aí veio o golpe militar e ficamos morrendo de saudade
da democracia burguesa. Não podemos nos satisfazer com ela, mas também não
podemos desprezá-la. É [por] isso que a gente tem que brigar, eu não quero ver
reitores se suicidando, não quero ver mulheres e negros sendo espancados, não
quero ver o dinheiro faltar para a universidade, e ao mesmo tempo quero ver o
Brasil capaz de defender seu interesse no plano internacional.
O que acontece é o seguinte, na
época da ditadura eu tinha vergonha do Brasil, mas eu não chegava ter vergonha
da diplomacia brasileira. Você pega um chanceler feito o Gibson Barboza
[ministro das Relações Exteriores do governo Médici entre 1969 e 1974] ele não
saía por aí defendendo a tortura. Ele evitava o assunto, procurava outras
agendas. Hoje em dia não, é uma coisa muito horrorosa, é uma loucura, é a
instalação da loucura como método. Método de destruição.
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