"Entreguistas. Isto é, atores norteados pela ideia de que o país e o seu povo são débeis e incapazes, devendo ficar na dependência da criatividade e dos capitais de fora. Docilmente moldar o país aos interesses alienígenas... Estes, em nossas terras, não possuem qualquer sentimento de pátria, qualquer compromisso com o país e o nosso povo. São meros entreguistas. Cabeças de ponte – deliberadas e, em boa medida, irrefletidas – do imperialismo, que almejam destruir o Brasil." (Roberto Bitencourt da Silva, historiador e cientista político)
Por Manoel Paixão
Meu caro leitor e minha cara leitora,
Sob pressão, a Petrobras se recusou
a abastecer os navios iranianos, carregados com grãos brasileiros.
Embora esta alegue o risco de sofrer
algum tipo de sanção, esse episódio ridículo, vexatório e inaceitável, para o
nosso país e para o nosso povo, serviu para mostrar nitidamente que há uma interferência
externa pesada na estatal e que o governo brasileiro está totalmente
comprometido com os interesses, em particular, dos Estados Unidos.
Isso quer dizer, trocando em miúdos, que
a atitude tomada diante da situação, expõe de vez a real condição de submissão do
governo Bolsonaro ao governo Trump.
A política externa – sabuja,
subserviente e desastrosa – adotada pelo governo Bolsonaro, coloca o Brasil de
joelhos perante a política imperialista norte-americana e ameaça nossa soberania
nacional.
Venhamos e convenhamos, que tanta bajulação
e subserviência, só serve para abrir brechas para conflitos diplomáticos e
prejuízos comerciais, considerando os inúmeros outros grandes parceiros brasileiros.
Desde algum tempo venho falando aqui no
blog, que as coisas andam absurdamente fora do normal no Brasil, é tanto que o
país passou de uma política externa soberana à uma quase condição de submissão
colonial.
E tenho a sensação de que a situação só
tende a piorar, quando vejo o nosso país sendo governado na base da mentira e da
desinformação, para confundir a população e desviar a sua atenção dos reais
problemas, além de servir para encobrir as verdadeiras intenções, como por
exemplo, de entregar o nosso patrimônio e destruir a soberania nacional.
É preciso compreender que soberania
nacional é a garantia da proteção dos interesses do Estado, sobretudo, da
proteção do seu povo e de suas riquezas.
Assegurar a nossa soberania nacional é
vital para que o nosso país garanta a sua independência, autonomia e crescimento
socioeconômico.
E isso, depende, entre outros fatores, da
competência do governo em estabelecer políticas e estratégias, com ênfase no
desenvolvimento da capacidade científica e tecnológica, na sustentabilidade, na
expansão da capacidade produtiva por meio do fortalecimento da indústria e da
diversificação, na geração e distribuição de riqueza, emprego, renda, oportunidades
para a população, bem como, na projeção expressiva do país na geopolítica internacional.
Não está nos planos desse governo, um
projeto nacional de desenvolvimento estratégico, sustentável e de melhoria do
bem-estar social, que busque essencialmente uma sociedade mais democrática,
igualitária, justa e humana.
Ao invés disso, está nos seus planos um
processo acelerado de desindustrialização e desnacionalização do nosso país, com a privatização das
empresas estatais e a entrega do petróleo, minérios e terras, às multinacionais
estrangeiras, que vão lucrar com a espoliação de tudo que é nosso.
E segue também com as reformas iniciadas
no golpe, atropelando a Constituição Federal e pulverizando o que resta de
democracia, para desmantelar as instituições e os serviços públicos, retirar
direitos sociais e impor um Estado mínimo.
O nosso país vive à mercê das elites
econômicas e políticas, principalmente, dessa extrema-direita bolsonarista – reacionária, retrógrada e entreguista –, que emergiu com o golpe de 2016, e que hoje faz o nosso
povo penar.
Frente aos ataques do governo Bolsonaro,
faz-se necessária e urgente, uma agenda mais ampla de ações das forças progressistas e populares,
em defesa da democracia, dos direitos sociais, civis e políticos, da
proteção do patrimônio público, das riquezas naturais e da soberania nacional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário