Não satisfeito em infernizar o presente
dos brasileiros, com suas declarações e ações estapafúrdias, ele quer também
destruir o nosso futuro, antes de erguer um “novo Brasil”, como prometeu,
sabe-se lá quando e como.
Por
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Jornalista Ricardo Kotscho, considerado um dos principais ícones da imprensa nacional |
“E aí, pessoal? Vamos acabar com a
Ancine ou não?”, perguntou ele a seus seguidores, sábado de manhã, na entrada
do Alvorada,
“Vamos!!! responderam em uníssono os
bolsominions, certamente sem ter a menor ideia de que se trata da Agência
Nacional de Cinema.
Bolsonaro até agora não tem um programa
de governo, mas já colocou em execução um plano de destruição em massa do
futuro do Brasil.
Educação, Cultura e Meio Ambiente são os
principais alvos dos seus primeiros 200 dias de guerra à civilização.
Primeiro, entregou a Educação, principal
ministério de qualquer país decente, aos cuidados do Olavo de Carvalho, o
grande mentor da sua “revolução”.
Depois, acabou com o Ministério da
Cultura e agora partiu para cima do cinema nacional.
Por último, chamou um condenado pela
Justiça por crime ambiental para destruir os órgãos de defesa do Meio Ambiente.
Por que exatamente estas três áreas? É
que Bolsonaro está convencido de que foram dominadas por perigosos comunistas.
Pela cara de ódio dele, ao acionar sua
metralhadora giratória, na sexta-feira, em entrevistas a assustados jornalistas
nativos e correspondentes estrangeiros, o capitão está mesmo disposto a não
deixar pedra sobre pedra.
Bem que ele avisou num encontro
promovido por Olavo de Carvalho e Steve Bannon com a extrema-direta americana,
em Washington: era necessário destruir tudo para depois começar a construir um
novo Brasil.
Ninguém o levou a sério, mas a primeira
etapa do plano já está em pleno andamento: em junho, aumentou 60% o
desmatamento na Amazônia e, esta semana, o MEC anunciou a privatização do
ensino público.
Filmes não serão mais censurados depois
de prontos, como na época da ditadura, mas antes de serem produzidos, porque
ele quer fazer um “filtro”.
Para quem em seu breve tempo de Exército
planejou jogar bombas no Guandu, a estação de tratamento de águas do Rio de
Janeiro, o Brasil é um prato cheio.
Ainda tem muita coisa para ser
destruída, e quatro anos podem não ser suficientes. Por isso, ele já está
planejando a reeleição.
Não satisfeito em infernizar o presente
dos brasileiros, com suas declarações e ações estapafúrdias, ele quer também
destruir o nosso futuro, antes de erguer um “novo Brasil”, como prometeu,
sabe-se lá quando e como.
Por isso mesmo, escolas, cinemas,
teatros e florestas são suas obsessões preferenciais.
Jair Bolsonaro odeia a vida. Está no
mundo só para se vingar.
Não consigo encontrar outra explicação
para tanta demência.
Vida que segue.
Fonte: Publicado no Balaio
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