Por Tereza Cruvinel
Publicado originalmente em sua página no
Facebook.
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Tereza Cruvinel é uma das mais respeitadas jornalistas políticas do país |
Presidentes já foram a estádios em
disputas decisivas no futebol, representando o Estado, especialmente em
disputas internacionais. Nunca, entretanto, desceram ao gramado, e muito menos
se esforçaram para pegar na taça, em clara tentativa de faturar politicamente o
feito dos jogadores, como fez Bolsonaro esta noite no Maracanã, na final da
Copa América conquistada pela seleção brasileira.
Foi mais um demonstração do caráter populista autocrático que seu governo vai tomando, sobrepondo-se aos demais poderes e instituições do sistema democrático, construindo uma relação direta com a população, a partir da figura presidencial.
Mas o tiro saiu pela culatra, desta vez. Erguendo os braços para as arquibancadas, esperando uma ovação, Bolsonaro colheu aplausos mas também vaias, que aparentemente predominaram sobre as manifestações de simpatia e apoio. Verdade que teve jogador gritando "mito" mas se Bolsonaro tiver um mínimo de cognição política, entenderá que entrou na fase de desmitificação. Daqui para a frente, as fichas continuarão caindo, exceto, é claro, para o bolsão radical de extrema-direita que o apoia incondicionalmente.
As pesquisas, daqui para a frente, vão traduzir a inflexão verificada no Maracanã.
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