"Se os defensores da ordem a
violavam, que deveríamos esperar? Confusão e ruína." (Graciliano
Ramos, Memórias do Cárcere, 1953)
Por Manoel Paixão
Meu caro leitor e minha cara leitora,
Apesar de soar um pouco dramático ou
desanimador, como algumas pessoas vão pensar, não é essa a minha intenção com
esse texto. Não mesmo, de forma alguma! Mas, com isso dizer que precisamos
encarar, que a situação do Brasil é catastrófica.
Não há nenhum exagero em dizer, que
qualquer prognóstico que se faça hoje do cenário – na iminência de um colapso –
econômico, político e social, é amedrontador. Fica difícil
vislumbrar a possibilidade de um futuro melhor, com o nosso país beirando o
abismo e com um governo, que coloca em risco tudo o que foi conquistado pelo
povo ao longo de muitos anos.
Infelizmente, ainda estamos diante do
caos – que parece ser interminável –, instalado desde as
tramoias que resultaram no golpe de 2016, e que a partir daí desestabilizou
totalmente o nosso país e colocou em prática o projeto golpista de destruição,
nas mais diversas áreas.
Ao que tudo indica, ficou na incumbência
do governo atual dar sequência a esse projeto golpista, com o cumprimento de
uma agenda de retrocessos, retiradas de direitos e entreguismos.
Afinal, o que se pode esperar desses que
estão aí no poder e não fazem outra coisa senão agir abertamente contra os
interesses nacionais? Ou desse sujeito inábil, que ocupa –
enquanto for útil para as elites – a cadeira da presidência da República, dono
de um histórico tão inexpressivo politicamente? Ressaltando, que as avaliações
de desempenho tanto do governo quando do presidente seguem em declínio.
Foi tamanha a situação de anormalidade
em que vias golpistas submeteram o nosso país, quando permitiu entre tantas
coisas, a ascensão da extrema-direita, a estimulação da violência, a
criminalização da política, as farsas em nome do combate à corrupção, as
armações e pautas-bomba usadas no Congresso para enfraquecer o governo, a
fraude do processo de impeachment, o partidarismo e seletivismo ativo no poder
judiciário, a cumplicidade obscena entre juízes e procuradores, o uso da
justiça para perseguição política, as condenações sem provas e apenas por
convicção, a adoção do processo penal de exceção, as manifestações políticas
explícitas de militares de alta patente das Forças armadas, a retirada do líder
em todas as pesquisas de opinião do processo eleitoral, o resultado das
eleições influenciado por mentiras em massa disseminadas em redes sociais, a
violação à Constituição Federal, o desrespeito a democracia, a supressão de
direitos trabalhistas, o congelamento de investimentos em saúde e educação por
20 anos, o inicio do desmonte do Estado e das políticas públicas de inclusão
social, que ainda permanece medonha.
A situação só piora agora com esse
governo, que lança intensos ataques aos Direitos Humanos, aos grupos étnicos e
sociais historicamente discriminados (índios, negros, quilombolas, camponeses, mulheres, homossexuais, etc.), aos movimentos sociais, à previdência, à
educação pública, à saúde, ao meio ambiente, aos conselhos e comitês de
participação e controle social, e a soberania nacional.
Em se tratando de soberania nacional,
o governo também a ataca em cheio, para atender aos interesses econômicos
estrangeiros, colocando em liquidação os nossos bens públicos e recursos
naturais.
E soma-se a tais situações, os indicadores que apontam
resultados econômicos ruins e crescimento do desemprego, da informalidade, da
violência, da desigualdade e da pobreza.
As intenções dos golpistas seguem em
pleno curso, com consequências ainda mais danosas, sobretudo, porque estamos
sob as constantes ameaças e ataques de um governo, que já se mostra bastante autoritário, mas incapaz de resolver os reais
problemas que afetam a vida da população.
Enfim, pelo que temos visto atualmente,
esse é o cenário caótico do nosso país.
Contudo, nem por isso, podemos perder a
nossa capacidade de indignação e de revide, diante de tudo que vem acontecendo
no Brasil, pois a situação clama por um povo organizado e participativo, nas
mobilizações, resistências e lutas, contra todos os tipos de retrocessos,
retiradas de direitos e entreguismos.
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